17/01/2024 às 18h52min - Atualizada em 18/01/2024 às 00h01min

Diretora da Chemical Risk analisa nova lista de doenças ocupacionais 

Confira quais são as novas doenças relacionadas ao trabalho adicionadas pelo Ministério da Saúde

Camilla Gomes Colasso
Freepik

O Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, que não era revisada desde 1999. A nova lista, que entrou em vigor no dia 29 de dezembro de 2023, incorpora 165 novas patologias, como Covid-19, burnout, abuso de drogas, tentativa de suicídio e diversos transtornos mentais. A medida visa auxiliar no diagnóstico, na prevenção e na assistência aos trabalhadores que sofrem com esses agravos.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo SUS entre 2007 e 2022. A maior parte das notificações, 52,9%, foi relativa a acidentes de trabalho grave. O levantamento aponta ainda que 26,8% das notificações foram geradas pela exposição a material biológico; 12,2%, devido a acidente com animais peçonhentos; e 3,7% por lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Para a toxicologista e especialista em segurança química, Camilla Colasso, diretora técnica da Chemical Risk, a atualização da lista é um avanço importante para a saúde pública e para a proteção dos direitos dos trabalhadores. 

“A nova lista reconhece os riscos emergentes e as novas formas de adoecimento relacionadas ao trabalho, que muitas vezes são invisibilizadas ou subnotificadas. Além disso, ela amplia as possibilidades de afastamento e de estabilidade no emprego para os trabalhadores que sofrem com essas doenças, que podem ter consequências graves e irreversíveis para a sua qualidade de vida”, afirma.

Camilla destaca que o ácido fluorídrico, um dos agentes químicos mais perigosos e corrosivos, foi incluído na nova lista como uma das causas de intoxicação aguda e crônica. 

“O ácido fluorídrico é usado em diversos processos industriais e pode provocar danos severos aos tecidos, aos ossos e aos órgãos internos. Ele também pode causar câncer, alterações genéticas e problemas reprodutivos. É fundamental que os trabalhadores que lidam com esse produto tenham acesso a equipamentos de proteção adequados e a um atendimento médico especializado em caso de exposição”, alerta.

A nova lista de doenças relacionadas ao trabalho atende toda a população trabalhadora, independentemente de ser urbana ou rural, ou da forma de inserção no mercado de trabalho, seja formal ou informal. Os ajustes já receberam parecer favorável dos ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência Social. 

Sobre a Camilla Colasso:
Farmacêutica e Bioquímica, Mestre em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela USP, Especialista em toxicologia, armas químicas e gestão de segurança química. Fundadora e diretora técnica da empresa Chemical Risk, Camilla Colasso é autora de dois livros "Ácido Fluorídrico e Fluoreto: aspectos toxicológicos" e "Armas Químicas: O mau uso da toxicologia".

Sobre a Chemical Risk:
Consultoria especializada em segurança química, segurança do trabalho, assuntos regulatórios, meio ambiente, emergência química e treinamentos para empresas. A Chemical Risk conta com mais de 10 anos de experiência, com o objetivo de promover a gestão inteligente e segura do risco químico e dos riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho e nas empresas, ajudando a mitigar acidentes, garantir a segurança de trabalhadores e assegurar o compliance com a legislação.
 

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