13/01/2024 às 11h59min - Atualizada em 15/01/2024 às 20h09min

Desenvolvimento Desenfreado Ameaça Praia do Preá: Moradores e Ambientalistas Exigem Ação das Autoridades

Os moradores cobram uma resposta urgente da Prefeitura e das empresas responsáveis. Eles querem preservar e desenvolver a região de forma sustentável

Camila Pontes de Albuquerque
Foto divulgação
Moradores da Praia do Preá, localizada no município de Cruz, Ceará, estão em alerta devido ao crescimento de construções potencialmente prejudiciais ao ecossistema local. Lideranças comunitárias e empresários denunciam a construção de pousadas e condomínios na região sem a realização de estudos de impacto ambiental adequados. As atividades de construção, que incluem desmatamento e concretização, estão causando perturbações significativas, como ruídos em horários inapropriados, afetando negativamente o turismo sustentável, uma das principais fontes de renda da região.

Um empresário local, que preferiu não se identificar, expressou preocupação com os efeitos irreversíveis dessas construções na natureza local. “Estamos testemunhando uma urbanização descontrolada, e a comunidade não foi consultada nesse processo,” ele disse. Paralelamente, eventos e festas de fim de ano, patrocinados por grandes empresas, têm gerado lixo, barulho e impacto ambiental significativo, com movimentação de dunas e desmatamento sem estudos de impacto ambiental.

Uma denúncia foi feita ao Ministério Público Federal à época dos eventos de fim de ano, informando que se tratava de área de preservação permanente. A grande preocupação está no curto espaço de tempo na emissão das licenças ambientais pela Prefeitura sem uma análise criteriosa da sensibilidade ecológica do local e os resíduos e efluentes gerados pelas milhares de pessoas presentes.

Outro ponto de controvérsia é a instalação de três pontos de apoio ao velejador ao longo do litoral, que envolvem a colocação de contêineres na praia, um projeto aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Moradores questionam a consistência das políticas do ICMBio, que, embora proíba atividades menores como a venda de água de coco por questões ambientais, permite intervenções maiores como a instalação de contêineres.

Rodrigo Tafarel, profissional do setor de turismo, destaca a contradição nas políticas do ICMBio e o descontentamento da população local. Um vídeo postado por ele no Instagram, mostrando a situação, já alcançou mais de 25 mil visualizações, refletindo a preocupação generalizada dos moradores e nativos.

A situação também atraiu a atenção de um morador local que é tecnólogo ambiental, jornalista e designer de sustentabilidade. Ele destaca o impacto negativo dessas atividades no tecido social e ambiental da região, criticando a falta de compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar da comunidade local.

Em resposta a essas preocupações, os moradores têm exigido uma ação urgente da prefeitura e das empresas responsáveis.

A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais protetivas do mundo, ao mesmo tempo que harmoniza a utilização dos recursos naturais com o desenvolvimento da atividade econômica. É preciso avançar na sua aplicação e fiscalização.

A comunidade local espera uma solução que preserve e desenvolva a região de forma sustentável, respeitando o equilíbrio entre desenvolvimento humano e conservação ambiental.
 
 

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