Esteroides anabolizantes e mudanças íntimas; Ginecologista Rejane Itaborahy aborda a demanda crescente por cirurgias estéticas

 A médica ginecologista Rejane Itaborahy, especialista no campo da saúde íntima feminina, destaca a crescente demanda por intervenções cirúrgicas decorrentes do uso recorrente de esteroides anabolizantes androgênicos. Esses esteroides têm provocado mudanças significativas na região íntima das mulheres, resultando em solicitações para correções das transformações causadas por esses compostos hormonais.

Entre as alterações visíveis, observa-se a perda de gordura nos grandes lábios da vulva, facilitando intervenções de preenchimento, além da redução da sustentação nos pequenos lábios, o que torna a ninfoplastia uma opção mais acessível. Destaca-se também o aumento do clitóris, uma correção que se mostra desafiadora e arriscada, conhecida como clitoroplastia e clitorectomia, procedimentos que têm testemunhado uma demanda crescente nos últimos tempos.

A disseminação do corpo nu na mídia tem contribuído para um aumento substancial nas cirurgias íntimas, tornando essa área uma das mais crescentes em procedimentos realizados. No entanto, enfrenta-se o desafio das controvérsias associadas às intervenções cirúrgicas íntimas, em meio a questões culturais, religiosas e debates éticos levantados por associações profissionais.

Em congressos especializados, evidências apontam para altos índices de satisfação, chegando a surpreendentes 95%, mostrando-se expressivos para procedimentos estéticos. Contudo, esse panorama levanta a questão crucial: será necessário adotar uma nova perspectiva, priorizando o conforto físico e psicológico das mulheres diante dessas mudanças corporais?

A possível correlação entre o aumento da demanda por procedimentos estéticos íntimos e o uso crescente de esteroides anabolizantes também é uma consideração relevante. O aumento do clitóris, uma consequência irreversível dessas substâncias, pode acarretar desconforto físico, especialmente no atrito com roupas durante atividades cotidianas ou exercícios.

Rejane Itaborahy ressalta a importância de avaliar individualmente a necessidade de intervenção, levando em conta o impacto no bem-estar de cada paciente. Existem abordagens cirúrgicas minimamente invasivas, preservando o tecido erétil e outras que envolvem ressecção dos corpos cavernosos, recomendadas em casos de hipertrofias significativas.

É crucial adotar cautela nas indicações cirúrgicas, planejamento cuidadoso e seguir princípios anatômicos e técnicos para garantir a segurança e alcançar os objetivos estéticos desejados, minimizando complicações e preservando a função e sensibilidade na região íntima.

O debate em torno das cirurgias íntimas evidencia a necessidade de um olhar mais amplo, abraçando não apenas a estética, mas também o conforto e bem-estar das mulheres, em um contexto complexo que engloba saúde física, emocional e questões culturais.

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