09/01/2024 às 15h57min - Atualizada em 09/01/2024 às 20h01min

Lipedema ou obesidade? Especialista faz alerta sobre a Síndrome da Gordura Dolorosa

Especialista desmistifica os mitos e revela os sinais que não podem ser ignorados

William Mendes Fonseca
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Muitas vezes, o acúmulo excessivo de gordura em áreas específicas do corpo, principalmente nos membros inferiores, pode ser confundido com obesidade. Essa condição é conhecida como lipedema ou síndrome da gordura dolorosa.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP), o lipedema é uma doença vascular crônica com origem hormonal, que afeta principalmente as mulheres durante a puberdade, gravidez ou menopausa.

O Dr. João Bragagnollo, cirurgião plástico especializado em lipedema, destaca que os sintomas mais comuns incluem desconforto local, manchas roxas pela pele, sensação de cansaço e inchaço nas pernas, além das preocupações estéticas.

Ele observa que, embora o lipedema possa ser confundido com a obesidade, a gordura está mais concentrada em áreas específicas. Além disso, "as pacientes com lipedema tendem a ter dificuldade em perder peso nas pernas, mesmo com dieta, e geralmente apresentam tronco fino e pernas mais grossas".

Além do fator hormonal, a condição também tem um componente hereditário, o que significa que é comum que pessoas da mesma família desenvolvam a doença.

A SBACV-SP classifica o lipedema em cinco tipos:

  • Tipo I: se manifesta no umbigo até os quadris.
  • Tipo II: se manifesta até os joelhos, com presença de tecido gorduroso na parte lateral e inferior dos joelhos.
  • Tipo III: se manifesta até os tornozelos, com formação de um "manguito" de gordura logo acima dos pés.
  • Tipo IV: se manifesta nos braços, frequentemente associado aos tipos II e III.
  • Tipo V: afeta apenas do joelho para baixo.

O diagnóstico do lipedema é clínico e é realizado por avaliação médica. Embora não haja cura para o lipedema, o tratamento pode aliviar muito os sintomas.

Bragagnollo explica: "O tratamento clínico envolve dieta, perda de peso, atividade física regular e drenagem linfática, que é a preferência para casos iniciais. A cirurgia de lipoaspiração geralmente é reservada para estágios mais avançados da doença ou quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios".

Lipedema em Mulheres

Lipedema é um distúrbio crônico que leva a um acúmulo anormal de gordura nas pernas e no quadril. É uma doença quase exclusiva das mulheres, sendo muito rara a ocorrência em homens.

O que é lipedema?

O lipedema é uma condição crônica caracterizada por um acúmulo desproporcional de tecido gorduroso nas pernas e no quadril.

Não se sabe exatamente o motivo da acumulação anormal de gordura nessas áreas. Existem hipóteses para a origem da doença como, por exemplo, uma disfunção do sistema linfático, que levaria a uma falha no processamento e remoção adequada da gordura corporal.

Como identificar lipedema em mulheres?

Identificar o lipedema em mulheres pode ser um desafio, pois os sintomas podem ser confundidos com obesidade ou retenção de água e líquidos.

Porém, existem algumas características distintas que podem ajudar no diagnóstico. Mulheres com lipedema geralmente têm uma aparência "em forma de pera", com membros inferiores desproporcionalmente maiores do que o topo do corpo.

Além disso, a gordura afetada pelo lipedema apresenta muitas irregularidades e não desaparece com dieta ou exercício.

Sintomas comuns de lipedema em mulheres

Embora a aparência física seja um sinal revelador, outras manifestações clínicas também podem estar presentes em mulheres com lipedema.

Acúmulo de gordura nas pernas e no quadril

A principal característica do lipedema é o acúmulo anormal de gordura nas pernas e no quadril. Essa gordura geralmente tem uma distribuição simétrica, afetando as coxas, panturrilhas, tornozelos e, em alguns casos, os pés. Essa gordura não é facilmente perdida com uma dieta saudável e exercícios físicos.

Dor e sensibilidade

Mulheres com lipedema podem sentir dor e sensibilidade nas áreas afetadas. Esse desconforto pode variar de leve a grave e piorar ao longo do tempo.

Textura irregular da pele

A pele afetada pelo lipedema pode apresentar uma aparência irregular, semelhante à casca de laranja ou celulite. Isso ocorre devido ao inchaço e ao acúmulo de líquido nas camadas mais profundas da pele.

Sensação de peso e fadiga nas pernas

Mulheres com lipedema podem sentir uma sensação de peso nas pernas, o que pode levar à fadiga precoce durante a atividade física. Esse sintoma pode interferir na qualidade de vida e limitar a mobilidade.

Mãos e pés não são afetados

É importante ressaltar que o lipedema geralmente não afeta as mãos e os pés. Essas áreas permanecem inalteradas em relação à distribuição de gordura.

Agravamento durante a menstruação ou gravidez

Muitas mulheres relatam que os sintomas do lipedema pioram durante a menstruação ou gravidez. Esse aumento dos sintomas está relacionado a flutuações hormonais e retenção de fluidos.

Diagnóstico de lipedema em mulheres

O diagnóstico de lipedema pode ser desafiador, pois não existem exames laboratoriais específicos para confirmar a doença. Geralmente, o médico faz o diagnóstico com base em uma avaliação clínica e na exclusão de outras condições semelhantes.

Exame físico

O médico fará um exame físico detalhado para avaliar a distribuição e consistência da gordura corporal. O aspecto característico em forma de pera dos membros inferiores e a presença de pele irregular são sinais sugestivos de lipedema.

Exames complementares

Em alguns casos, exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico. Esses exames podem mostrar o aumento da espessura do tecido gorduroso e a presença de edema.

Opções de tratamento para lipedema em mulheres

Embora o lipedema seja uma condição crônica e não tenha cura definitiva, existem várias opções de tratamento que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas.

Tratamentos conservadores

Os cuidados conservadores são a primeira linha de tratamento para lipedema em mulheres. Eles envolvem medidas não invasivas que visam controlar o inchaço e melhorar a circulação. Alguns dos cuidados conservadores incluem:

Mudanças na dieta e estilo de vida

Uma dieta equilibrada e saudável pode ajudar a controlar o peso corporal e melhorar a saúde geral. Além disso, evitar alimentos inflamatórios e reduzir a ingestão de sal pode ajudar a minimizar a retenção de líquidos.

A prática regular de atividade física também é importante para melhorar a circulação e promover a perda de peso.

Exercícios específicos

Existem exercícios específicos que podem ajudar a melhorar a circulação e fortalecer os músculos das pernas. Exercícios como caminhada, natação e ioga são recomendados para mulheres com lipedema.

Uso de roupas de compressão

O uso de roupas de compressão, como meias ou calças de compressão, pode ajudar a reduzir o inchaço e melhorar a circulação. Essas roupas apertadas comprimem suavemente as pernas, facilitando o fluxo linfático.

Cirurgia

Em muitos casos, pode ser necessário realizar uma cirurgia para remoção da gordura doente inflamada e melhora dos sintomas.

Essa cirurgia tem como objetivo a redução do número de células gordurosas e, com isso, leva à melhora da dor, redução de medidas e uma importante melhora estética das pernas e coxas. 

No entanto, a cirurgia de lipedema é considerada apenas para casos mais avançados ou para aquelas mulheres que não tiveram bons resultados com as outras alternativas de tratamento.

Terapia descongestiva compressiva

A terapia descongestiva compressiva é uma técnica não invasiva que combina drenagem linfática manual com o uso de bandagens compressivas. Esse tipo de terapia é mais frequente em casos de lipedema graves, em que a pele está comprometida e há grandes acúmulos de líquido.

A terapia descongestiva compressiva pode ajudar a reduzir o inchaço e melhorar a circulação nos membros afetados.

A importância do autocuidado para mulheres com lipedema

Além dos tratamentos mencionados acima, é essencial que as mulheres com lipedema cuidem de si mesmas e adotem medidas de autocuidado para gerenciar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Hidratação adequada

Beber água suficiente é essencial para manter a hidratação adequada e promover a circulação linfática saudável. Beber pelo menos oito copos de água por dia é recomendado.

Praticar exercícios regularmente

Ficar muito tempo em uma posição pode piorar os sintomas do lipedema. Portanto, é importante se mover regularmente, fazer intervalos para alongamento e evitar passar longos períodos sentado ou de pé.

Descanso adequado

Além da movimentação regular, também é importante descansar e elevar as pernas sempre que possível. Isso ajuda a reduzir o inchaço e a fadiga nas pernas.

Controle do peso corporal

Manter um peso saudável é importante para o gerenciamento do lipedema. Perder peso em excesso pode aliviar os sintomas e reduzir a carga sobre as pernas, enquanto o ganho de peso pode piorá-los.

É importante ter um plano adequado de dieta e exercícios em consulta com um médico ou nutricionista.

Suporte emocional para mulheres com lipedema

Lidar com lipedema pode ser emocionalmente desafiador para as mulheres. O impacto na autoestima e na imagem corporal pode ser significativo.

Portanto, é importante fornecer suporte emocional adequado, seja por meio de grupos de apoio, terapia individual ou recursos online.

O futuro do tratamento de lipedema em mulheres

Embora o lipedema seja uma condição crônica e não tenha cura definitiva, a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos continuam progredindo.

Novas terapias e técnicas cirúrgicas estão sendo desenvolvidas para ajudar a melhorar os sintomas do lipedema e oferecer opções mais eficazes de tratamento para as mulheres afetadas.

Consulte sempre um médico especialista no tratamento de Lipedema, assim você terá uma diagnóstico de Lipedema mais assertivo.


Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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