27/12/2023 às 09h43min - Atualizada em 28/12/2023 às 20h03min

O que o resultado do PISA nos diz sobre a educação brasileira?

Mesmo sem uma queda após dificuldades impostas pela pandemia, índices são preocupantes

Instituto Âncora Educação
Divulgação
Por Adriana Guimarães*
 
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) é uma iniciativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que visa avaliar e comparar o desempenho acadêmico de estudantes de diferentes países ao redor do mundo. Criado em 1997, o PISA é aplicado a cada três anos e utiliza uma amostra representativa de alunos em idade escolar para garantir que os resultados sejam generalizáveis para toda a população dos países participantes.

 Na última edição, em 2022, o foco não foi avaliar apenas o conhecimento acadêmico, mas também as habilidades cognitivas dos estudantes e a capacidade de aplicar o que aprenderam em situações do cotidiano, com destaque nas competências socioemocionais - que são um dos elementos essenciais para o sucesso na vida adulta.

A aplicação no Brasil foi digital, com exceção dos questionários dos pais dos discentes. Ao todo, 81 países foram avaliados. Participaram 10.798 estudantes de 599 escolas das redes pública e privada. Segundo informações do Ministério da Educação, “as médias brasileiras de 2022 foram praticamente as mesmas de 2018 em matemática, leitura e ciências. Desde 2009, os resultados são estáveis nas três disciplinas, com pequenas flutuações que, na sua maioria, não são significativas. Apesar da média da OCDE nessa edição do estudo ser a menor de toda a série histórica (desde 2000), os estudantes do Brasil obtiveram pontuação inferior a ela nas três disciplinas”.  

Mesmo não tendo acontecido uma queda após todas as dificuldades impostas pela pandemia (como fechamento das escolas e desigualdade digital no ensino remoto), os índices são preocupantes: o país continuou com notas muito abaixo das médias registradas pelos países da OCDE. Diante desse cenário, fica claro que o nosso país tem desafios gigantes a serem enfrentados, como por exemplo desigualdade educacional, disparidades nas condições de ensino, acesso a recursos educacionais e qualidade do ensino entre as diferentes regiões do país.

Muitas escolas no Brasil enfrentam problemas de infraestrutura - incluindo salas de aula superlotadas, falta de recursos tecnológicos e inadequações estruturais. Contudo, ficou evidente nessa edição que existem disparidades significativas no acesso à educação de qualidade, especialmente em comunidades de baixa renda e áreas rurais. Para melhorar os resultados do PISA e, mais importante, a qualidade global da educação no Brasil, é necessário abordar esses desafios de maneira abrangente.

Cabe aos nossos dirigentes buscar a colaboração de instituições sem fins lucrativos, institutos especializados em soluções educacionais e outros. Isso inclui investimentos em infraestrutura, formação continuada de professores, monitoramento adequado e contínuo, desenvolvimento de currículos relevantes e a implementação de políticas educacionais mais eficazes.

Essas estratégias devem ser adaptadas às necessidades específicas do contexto educacional brasileiro e ser implementadas de maneira coordenada e sustentável ao longo do tempo. A colaboração entre governos, comunidades, educadores e outros stakeholders é fundamental para alcançar melhorias significativas nos resultados educacionais.

*A profª Adriana Guimarães é graduada em Pedagogia, especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional e na Ciência ABA (análise do comportamento aplicada para avaliação e intervenção em autismo e deficiência intelectual). Atualmente contribui com o Instituto Âncora Educação em programas de formação de profissionais da educação e soluções voltadas à alfabetização e à recomposição de aprendizagens.

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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