20/12/2023 às 15h08min - Atualizada em 21/12/2023 às 20h00min

O perigo da amônia na indústria de refrigeração: você saltaria com um paraquedas rasgado ou com data de validade vencida?

Priscila Akiti

2PRÓ Comunicação
DuPont Brasil

Se você estiver em um avião em queda e puder escolher entre um paraquedas novo, com a manutenção em dia, e um paraquedas que foi rasgado e costurado novamente, fora da data de validade, a resposta seria muito simples, certo? Na indústria de refrigeração, casos de vazamento de amônia também exigem proteção de alta qualidade - mas, infelizmente, nem sempre a escolha certa é realizada.

A amônia (NH3) é utilizada na produção de diversos alimentos e bebidas que consumimos no nosso dia a dia. Essa molécula é preferência nas indústrias para refrigeração industrial, congelamento instantâneo e armazenamento a granel por ter uma capacidade superior de resfriamento e, ainda, agregar baixo custo à produção.

A amônia é inflamável, explosiva e até mesmo mortal, se estiver em altas concentrações. Normalmente encontrada na forma gasosa, é altamente tóxica para quem a inspira. Se entrar em contato com a pele, pode causar irritação, queimaduras e cegueira.

Ou seja, não restam dúvidas de que ela oferece perigo aos trabalhadores no caso de vazamentos, especialmente se eles não estiverem utilizando os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) adequados e de forma adequada.

Garantindo a vida útil do EPI

As vestimentas de proteção para casos em que há suspeita ou há efetivamente vazamento de amônia são trajes encapsulados hermeticamente fechados, compostos por variados tipos de materiais plásticos.

A data de validade dos EPIs é determinada por cada fabricante. Mas a falta de manutenção e o armazenamento inadequado afetam a barreira de proteção.

O primeiro passo para garantir a boa vida útil desses trajes é fornecer treinamento aos funcionários, que devem estar cientes dos riscos associados e da importância de utilizar o EPI.

Mesmo o material sendo resistente, ele não deve ser armazenado junto a materiais químicos, que podem contaminar o EPI e acelerar sua degradação. O ideal é armazenar em um ambiente fechado e manter uma temperatura padrão, evitando expor o material a altas ou a baixas temperaturas, contribuindo para máxima vida útil da vestimenta.

Ainda é preciso realizar o teste anual de pressão (inflar o EPI) para ver se não há danos. Nele, é testada a impermeabilidade de acordo com a norma americana ASTM F1052, a maneira ideal para garantir que a vestimenta esteja apta para uso, considerando que ela esteja dentro da validade e vida útil.

Responsabilidade

Mesmo diante de um risco à vida, não é incomum ver empresas utilizando EPIs incorretos, fora das características técnicas de proteção, por falta de informação ou por conta do valor do material.

Também há quem utilize o EPI indicado, mas o reutilize depois de contaminado - trajes de proteção contra amônia devem ser descartados após o uso em emergência.

Da mesma maneira, não é ideal fazer reparos, via costura ou termosselagem, uma vez que não garantem a mesma segurança - a primeira ação pode deixar microfuros e a segunda, acelerar a degradação do material. 

A legislação brasileira exige a incineração de vestimentas contaminadas dessa categoria após a utilização. Mas é possível, também, “reaproveitar” um EPI se não estiver contaminado: tão somente em treinamentos simulados.

Tomar esses cuidados é mais do que uma obrigação legal, é uma responsabilidade ética, que, efetivamente, salva vidas.

*Priscila Akiti é Especialista Técnica da América Latina de Tyvek® Garments da DuPont.


Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp