13/12/2023 às 16h11min - Atualizada em 13/12/2023 às 20h01min

O que a COP 28 tem a ver com a alta liderança corporativa?

Por Carolina Biancardi e Juliana Neumann*

Redação
PinePR (pinepr.com)
Crédito da imagem: Ester Mendes / Divulgação

ARTIGO
O que a COP 28 tem a ver com a alta liderança corporativa? 

Por Carolina Biancardi e Juliana Neumann*

Não é novidade que a pauta ESG chegou para ficar nos conselhos executivos das organizações. Questões ambientais, sociais e de governança têm norteado discussões que passam pelas mais diversas esferas de negócio – inclusive trazendo luz para o papel da alta liderança como vetor de transformações. Mas, a questão é: toda essa discussão está de fato levando à ação? Nos próximos dias, a COP 28 vai trazer à tona as perspectivas ambientais para os próximos anos. E é neste momento que o papel das organizações – e, claro, da camada de liderança que toma decisões – se torna ainda mais urgente.

Neste cenário, A COP (Conference of the Parties, na sigla em inglês), fórum anual realizado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, tem sido relevante ao reunir diversos atores para debater o aquecimento global, seus impactos e compromissos assumidos de adaptação ou mitigação. São governos, sociedade civil, pesquisadores e empresas compartilhando suas estratégias para redução de emissões, para desenvolver o mercado voluntário de carbono, suas soluções baseadas na natureza e justiça climática. Embora o nível de evolução entre uma COP e outra seja pequeno, em 2022 pudemos constatar alguns ganhos importantes. 

Um deles foi a aprovação do Fundo de Perdas e Danos. Pela primeira vez em muitos anos de COP, os governos discutiram a maior responsabilidade dos países desenvolvidos no aquecimento global e por isso a necessidade de reparação. O objetivo deste fundo é ajudar financeiramente os países menos desenvolvidos (e mais afetados com os efeitos do clima). Outro destaque é o estímulo ao investimento em soluções baseadas na natureza – que é um grande potencial do Brasil, sobretudo via sistemas agroflorestais que otimizam o uso da terra. Neste aspecto, por exemplo, existe uma grande oportunidade de parceria entre empresas, governo e comunidades locais. 

Neste contexto, o setor privado está sendo cada vez mais desafiado a se articular para influenciar as negociações. É preciso se unir, debater desafios comuns e encontrar soluções em conjunto para reduzir impacto não apenas em seus produtos e serviços, mas em toda a cadeia. O risco climático é um risco para os negócios empresariais. Por isso a cobrança pela descarbonização cresce a cada dia e esse passa a ser um tema estratégico para o crescimento e sustentabilidade das organizações. No entanto, ao acompanhar estas discussões nos boards executivos percebemos que muitas delas ainda enfrentem o dilema "por onde começar?".

É aqui que a COP e o papel da liderança se encontram: é preciso conectar de forma estratégica os objetivos de negócio e ambientais para construir um futuro mais positivo.

Vamos ampliar um pouco mais o olhar: o que esperar da próxima COP que começará na próxima semana e quais são os desafios e oportunidades para os diferentes setores de nossa economia? O tema de transição energética será fortemente discutido, assim como segurança alimentar no que tange às práticas de cultivo sustentáveis que beneficiam populações locais. O Brasil terá sua maior delegação participando do evento, resultado de pressões globais e de promessas do atual governo com a redução do desmatamento na Amazônia. Além disso, é esperado que saia o relatório Global Stocktake (GST) com desafios e resultados alcançados desde o Acordo de Paris, em 2015. O objetivo é que os governos apresentem novos compromissos e metas a partir do que for apresentado neste material. 

Para se ter ideia, de acordo com o Relatório AR6 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas a Terra já alcançou um aumento de 1,1oC desde a Revolução Industrial e algumas regiões já ultrapassaram esta marca – como é o caso do Estado de São Paulo, que apresenta aumento de 1,92oC. Portanto, os desafios de adaptação estão cada vez maiores e o engajamento de diversas partes é essencial.

Após esse olhar sobre nosso contexto atual, propomos uma reflexão: o setor privado está pronto para enfrentar as mudanças climáticas de maneira eficaz e significativa? A pressão para a descarbonização e a necessidade de promover práticas de negócios sustentáveis é urgente. Que a COP abra caminhos e nos mostre o quão prontas as empresas estão para liderar a transição rumo a um futuro mais sustentável e de preservação da existência humana em nosso planeta.


*Formada em Relações Públicas pela Universidade Metodista de São Paulo, com certificado em Employer Branding pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Carol Biancardi possui mais de 15 anos de experiência profissional e uma carreira em comunicação corporativa e cultura. Atualmente, Carol é líder de projetos na Springpoint, hub de inovação para transformação de cultura do ecossistema da Futurebrand.

*Formada em relações internacionais pela PUC SP (Pontifícia Universidade Católia de São Paulo) e Corporate Communication pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Juliana Neumann possui mais de 15 anos de experiência profissional e uma carreira voltada para promover impactos positivos nas organizações, participou ativamente de projetos nacionais e internacionais, destacando-se na condução de iniciativas estratégicas nas áreas de Educação, ESG, Cultura e Desenvolvimento de Pessoas. Atualmente na Springpoint, ela lidera projetos orientados ao fortalecimento de cultura, marca, estratégias de aprendizagem e inovação para organizações de diferentes setores.


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