O falso romântico tem uma atuação amorosa sofisticada, pois o cibercriminoso observa as páginas das redes sociais, principalmente Instagram e Facebook, ou o perfil do site de relacionamento da vítima, hospeda um conteúdo on-line que seja de interesse e aguarda que a pessoa informe ali dados pessoais. A fraude depende 100% da interação do atacante com cada vítima especifica, utilizando técnicas de engenharia social.
Em redes sociais, como Instagram e Facebook, o cenário costuma ser o mesmo: uma conta recém-criada, sem amigos em comum, com poucas publicações, sendo a maioria delas, genéricas, fotos de selfie, sempre sozinha ou sozinho, sem outros amigos marcados nas fotos, e quase sempre sem vídeos. “Essas fotos são retiradas de contas legitimas de outros usuários, muitas vezes de influencers populares em outras regiões ou países, e para selecionar os alvos, os atacantes costumam observar pessoas que curtem e seguem páginas de modelos ou influencers. Essa conta falsa começa a seguir as vítimas e envia mensagens para todos os alvos puxando assunto, muitas vezes em inglês. Os que responderam são os selecionados para o golpe”, detalha Almeida.
Segundo o especialista da Redbelt Security, a mesma técnica é utilizada em aplicativos de namoro. A criação do perfil com fotos coletadas de contas legitimas de usuários em redes sociais, utilizando nomes diferentes. Enviam curtidas para todos os alvos e após conseguirem o “match”, iniciam a conversa. O objetivo nos dois casos é criar confiança por meio de interações românticas e afetivas, para então aplicar o golpe.
Os três principais ataques, que são os mais perigosos são:
Dicas para proteger-se física e emocionalmente
O ideal é nunca responder mensagens de desconhecidos nas redes sociais, sobretudo, de perfis sem amigos em comum, e que já se aproximam com frases românticas. Alerta redobrado para perfis estrangeiros. “Analise bem o perfil antes de interagir e avalie se é ativo há bastante tempo e se possui uma frequência constante de postagens, com fotos junto com amigos e familiares, preferencialmente com as pessoas marcadas”, recomenda Almeida.
Lembre-se que perfis falsos, seja em redes sociais ou em aplicativos de relacionamento, utilizam fotos “printadas” de outros perfis. Isso quer dizer que as imagens têm uma qualidade inferior. Portanto, desconfie se deparar com um perfil com essas características. “Prefira realizar os primeiros contatos por meio das redes sociais, antes de fornecer o número de celular, pois, apenas com o número de celular, um criminoso pode obter diversas informações sensíveis, como nome completo, endereço, CPF, RG e outros”, alerta o especialista da Redbelt Security.
O executivo enfatiza ainda que é importante jamais passar informações pessoais, como nome dos pais, região da cidade em que mora, doenças na família, detalhes sobre rotinas diárias etc. “Antes de sair pessoalmente com qualquer pessoa, faça uma videochamada. Caso a pessoa não aceite ligar a câmera por qualquer motivo, cancele o encontro. Além disso, pesquise pelo nome da pessoa, encontre outras redes sociais dela, verifique se as fotos são recentes e condizentes”, ressalta Almeida.
Para completar, nunca deposite qualquer valor, compre ou pague algo para uma pessoa que conhece somente pela internet. Os encontros devem ser marcados sempre em locais públicos, de preferência em shoppings ou restaurantes, jamais na rua, na sua casa, na casa da outra pessoa ou em hotéis ou motéis. Em hipótese alguma, envie imagens intimas ou faça vídeos chamadas se expondo intimamente com ninguém, mesmo com pessoas que conhece pessoalmente.
“Outra dica valiosa é se possível utilize o Google Lens para procurar no Google por uma imagem específica, porque esta ferramenta permite facilmente identificar se as fotos do perfil de uma determinada pessoa aparece também em outros sites ou perfis de redes sociais. Caso isso ocorra pode-se identificar se é um perfil falso, com fotos de um terceiro”, conclui Almeida.
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