07/12/2023 às 13h52min - Atualizada em 08/12/2023 às 00h08min
Jovens protestam na COP28 contra a construção da Escola de Formação de Sargentos do Exército em uma das últimas reservas de Mata Atlântica de Pernambuco
Em painel que contava com a presença da governadora Raquel Lyra, em Dubai, juventudes brasileiras levantam cartazes com pedidos de não desmatamento no bioma.
Assessoria de Imprensa
arquivo Engajamundo Há algumas semanas iniciaram-se audiências públicas na Assembleia Legislativa de Pernambuco para discutir a implementação da Escola de Formação de Sargentos das Armas (ESA) do Exército em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O assunto tem gerado polêmica e dividido opiniões graças ao fato de que o local escolhido para a Escola está no coração do remanescente mais bem preservado da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe.
Em um embate entre a sociedade civil ambientalista e os órgãos governamentais, os resultados podem ser desastrosos, já que o local abriga nascentes e mananciais que mantêm o Sistema Botafogo, reservatório responsável pelo abastecimento de mais de 1 milhão de pessoas na RMR. Ao todo, são 150 hectares de mata preservada que podem ser destruídos com essa decisão.
Foi por esse motivo que, no quarto dia de COP28, juventudes de diversas partes do estado das organizações Engajamundo, Greenpeace Brasil e Fórum Socioambiental de Aldeia se uniram para cobrar a governadora, que veio como parte da comitiva presidencial, em um painel no Pavilhão do Brasil.
Com cartazes que diziam “Exigimos desmatamento zero! Não ao desmatamento da Mata Atlântica pernambucana” e “Não permita que o exército desmate a Mata Atlântica em Pernambuco”, levou-se o questionamento a Lyra: sabendo que a construção da Escola de Sargentos prevê o desmatamento de mais de 300 mil árvores e impacto direto em uma área de proteção ambiental e de mananciais, o governo de Pernambuco defende ou não a realocação da Escola de Sargentos para uma área já degradada? Mesmo sem um momento para o público falar, os cartazes foram notados e mencionados.
Após o painel, em uma conversa entre a equipe da governadora e os jovens ativistas, Raquel trouxe que negociações ainda estão sendo feitas com o exército, inclusive com a participação dos que vivem na APA, colocando assim como possível uma realocação.
“Deixar que a ESA (Escola de Sargentos das Armas) permaneça lá é ser conivente com o desmatamento e incoerente com a agenda climática", disse Wanderson Costa, Diretor Executivo da organização de jovens Engajamundo e um dos jovens que puxou a ação.
A ação aconteceu em colaboração e apoio com o Fórum Socioambiental de Aldeia que possui uma campanha apresentada pelas redes sociais (@forumsocioambientaldealdeia) para garantir o amplo conhecimento da sociedade e incentivar a mobilização, assim como um abaixo-assinado na plataforma Change.org (assine o abaixo-assinado), que já chegou a mais de 8 mil assinaturas. Acompanhe e colabore com essa mobilização.
Engajamundo - Engajamundo é uma organização socioambiental nacional formada e liderada por jovens ativistas que compreendem seu papel central na construção de um futuro e presente, que seja justo e sustentável. Em 2023, o Engajamundo completa 10 anos de atuação através da participação, mobilização, do advocacy e educação de juventudes em todas as regiões do Brasil. O Fórum Socioambiental de Aldeia organização comunitária integrante do Conselho Gestor da APA Aldeia-Beberibe e representante da Sociedade Civil no Grupo de Trabalho (GT) sobre a implantação do Complexo Militar da ESA no estado, vem acompanhando de perto esse processo desde o seu anúncio, em outubro de 2021. | |
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