06/12/2023 às 17h23min - Atualizada em 07/12/2023 às 00h00min

Gestora Kinea, com mais de R$ 125 bilhões sob gestão, revela perspectivas para investimentos de 2024

Carta mensal da gestora faz analogia à obra ‘A Divina Comédia’, de Dante Alighieri, e vê mercados emergentes ‘no céu’ no próximo ano; países europeus devem sofrer mais

Renan Tondato Rodrigues
Unsplash
São Paulo, dezembro de 2023 – A Kinea, gestora de investimentos com mais de R$ 125 bilhões sob gestão, lançou sua carta mensal com as perspectivas para 2024. A publicação faz uma analogia com a obra literária ‘A Divina Comédia’, de Dante Alighieri, que atravessa três reinos do além. E, assim como no livro italiano, a gestora também apresentou suas perspectivas sobre quais classes de ativos globais devem atravessar inferno, purgatório e céu em 2024.

A gestora enxerga o controle inflacionário como grande virtude para o mercado ao cenário que se aproxima. Os bancos centrais se preparam para um ciclo de cortes e os países emergentes devem se beneficiar do movimento – entre eles o Brasil. Além de identificar oportunidades na bolsa, de forma seletiva, a Kinea também acredita que a curva de juros pode trazer bons retornos com posições aplicadas na parte curta.

“Particularmente no Brasil, após a recente retirada de cortes da curva, identificamos boa oportunidade de trabalharmos aplicados em juros na parte curta da curva. Com os núcleos de inflação já rodando próximos da meta e o ambiente global mais estável, acreditamos que o Copom pode entregar uma Selic menor do que a precificada hoje nos mercados”, diz trecho da carta mensal divulgada aos investidores.

Na renda variável brasileira, despertam interesse setores como agronegócios, construtoras e utilities, em nomes como Copel, Cury, Eletrobras, Sabesp, São Martinho e SLC. Além disso, a Kinea também gosta de temas estruturais na bolsa norte-americana, em empresas ligadas a temas como Inteligência Artificial, Semicondutores e Urânio.

Entre os ativos que devem passar pelo ‘purgatório’ estão o petróleo, a economia chinesa e as taxas de juros longas. No primeiro caso, a visão é de que o ativo está ‘preso’ entre um grande produtor reduzindo oferta para equilibrar o mercado, e uma crescente produção de quase todos outros grandes players globais.

“No segundo semestre de 2023, os Sauditas exerceram grande controle do preço do petróleo, mas com todo aumento de oferta dos demais países ao longo do ano, o risco da perda deste controle aumentou e o mercado físico dá indícios de que os atuais cortes são insuficientes para apertar o mercado”, destaca o conteúdo.

A China, que provocou otimismo de investidores globais no início do ano, com a reabertura após períodos mais restritivos no combate à pandemia, não conseguiu sustentar um bom desempenho ao longo do ano. Mas a Kinea entende que os fortes estímulos econômicos dos últimos meses podem acelerar o consumo e a produção industrial, com recuperação do ciclo de PMI e discurso mais amigável para investidores externos.

Desafios na Europa
Na lista de ativos que apresentam um cenário mais adverso e de poucas esperanças, as moedas europeias sofrem por uma combinação de uma economia fraca e uma maior convergência inflacionária.

“Imaginamos que o Banco Central Europeu seja um dos primeiros, entre os países desenvolvidos, a cortar juros em 2024. Com impactos negativos para o Euro. A libra esterlina nos parece outro candidato a cair nos círculos dantescos. Uma região estruturalmente desafiada desde o processo de Brexit, o Reino Unido apresenta fraca atividade que, em um mundo desinflacionário, deve causar reação de seu banco central, consequentemente enfraquecendo sua moeda”, detalha a carta.

Outra classe de ativos que deve sofrer no próximo ano é a de negócios afetados negativamente pela inteligência artificial, como pesquisas na internet ou criação de imagens.

“Duas empresas, entre muitas outras, nos parecem ser diretamente afetadas por essas tendências: Google, como de facto monopólio de pesquisas na internet, e Adobe, dona do Photoshop e a principal empresa de ferramentas para criação de imagens na internet. Se usuários não interagirem mais com websites e simplesmente entrarem com suas perguntas e pedidos via inteligência artificial, imaginamos que essas empresas podem sofrer de modo significativo”, completa a análise da Kinea.

A carta completa aos investidores, com toda a análise dos ativos pode ser lida em https://www.kinea.com.br/blog/carta-do-gestor-a-divina-comedia/
 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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