04/12/2023 às 15h53min - Atualizada em 05/12/2023 às 16h10min

Acessibilidade digital. Você sabe o que é?

Projeto Enxergando o Futuro, que ensina braile a distância e de graça, engrossa movimento para que pessoas com deficiência tenham plena navegabilidade online

Ieda Aparecida Rodrigues
Lettera Comunicação
Divulgação
Ainda faltando muito para as cidades brasileiras serem fisicamente acessíveis às pessoas com deficiência, elas já lutam por outra causa igualmente importante: a acessibilidade digital. De forma resumida, acessibilidade digital é um conjunto de tecnologias que permite a qualquer pessoa, com deficiência ou não, interagir efetivamente com as informações e funcionalidades disponíveis online, seja websites, aplicativos ou redes sociais. Sim, redes sociais como Facebook, Instagram e TikTok, o aplicativo para compartilhamento de vídeos. Imagine o desafio que é uma pessoa que não enxerga utilizar essas redes sociais, que são muito visuais.
Mas há tecnologias específicas para pessoas com baixa visão ou que não enxergam, como os leitores de tela, que transformam em áudio não apenas o que está escrito, mas também as imagens, sejam elas fotos ou vídeos, explica Daniela Reis Frontera, fundadora do projeto Enxergando o Futuro. Assim, é possível ao cego assistir a um vídeo que esteja nas mídias sociais. A audiodescrição vai traduzir as imagens em palavras. O Enxergando o Futuro, que ensina braile a distância e de graça, também ajuda seus alunos a se conectarem com o mundo online. “Nós, os facilitadores, tiramos dúvidas e orientamos todos os nossos alunos se tornem autônomos no uso da Internet. Ensinamos, até porque o curso online exige, os alunos a tirarem selfie e a fazerem vídeo. Temos no grupo, inclusive um professor de informática que ajuda em questões mais difíceis”, relata.
Daniela acrescenta que no mundo cada vez mais digital em que vivemos, a acessibilidade o digital é fundamental para igualdade de acesso à informação e à inclusão propriamente dita. “Não há como se falar de inclusão sem passar pela acessibilidade digital”, completa. Mas mesmo com os aplicativos que fazem a audiodescrição ainda há bastante o que mudar para a acessibilidade plena. Com apenas 10% da visão e totalmente online, Daniela conta que é comum encontrar barreiras, situações em que não consegue navegar plenamente ou acessar um determinado aplicativo ou rede social em sua integridade.
Isso porque é necessário que as plataformas de redes sociais adotem práticas e recursos que facilitem a utilização por pessoas com deficiência visual. Os ajustes incluem a implementação de descrições de imagens automáticas, desenvolvimento de interfaces de usuário mais intuitivas, e a adoção de padrões de acessibilidade, como o Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), ressalta Daniela.
Ela, que recentemente participou de um fórum do TikTok para mulheres empreendedoras, em São Paulo, aproveitou para passar à empresa suas impressões do que pode ser melhorado. “O TikTok é uma plataforma de vídeos, o que torna mais difícil essa acessibilidade. O que relatei a eles, informalmente, mas torcendo até para nos considerarem como consultores de acessibilidade digital, é que há muitos bugs”, conta.
Bug é uma falha no design, desenvolvimento ou operação de software que faz com que ele produza um resultado incorreto ou inesperado ou se comporte de maneira não intencional. “Ainda tem bastante a melhorar para que pessoas com baixa visão e cegas possam usar plenamente”, frisa. “Nós, do Enxergando o Futuro, também lutamos para que as plataformas priorizem a acessibilidade digital. Frequentemente, enfrentamos barreiras ao tentar navegar por espaços digitais, o que compromete a nossa participação plena na sociedade, a nossa inclusão e, consequentemente, a nossa qualidade de vida”, completa.
 
 
Sobre o projeto
O projeto social Enxergando o Futuro foi criado pela empresária Daniela Reis Frontera que, aos 23 anos, foi diagnosticada com retinose pigmentar. Com dificuldade em encontrar um profissional ou uma instituição para aprender Braille, ela criou o projeto para levar a alfabetização ao alcance de todas as pessoas com deficiência visual ou baixa visão. Atualmente, Daniela tem 10% da visão.
As aulas do projeto começaram em novembro de 2019, na cidade de Duartina (SP), com 10 alunos. Devido à pandemia e ao isolamento social para conter o novo coronavírus, o ensino migrou para uma plataforma on-line, o que gerou muita procura. Atualmente, tem alunos espalhados por todo Brasil e também no exterior. 
 
Para saber mais sobre o projeto visite:
https://enxergandoofuturo.com.br/
https://www.youtube.com/enxergandoofuturo
https://www.linkedin.com/company/enxergando-o-futuro/                         
https://www.instagram.com/enxergandoofuturo/
https://www.facebook.com/projetoenxergandoofuturo
 
 
 

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