01/12/2023 às 18h06min - Atualizada em 02/12/2023 às 00h02min

Como nossa infância afeta relações interpessoais ao longo da vida?

Telma Abrahão, especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil explica como a repetição de padrões de comportamento ocorrem na prática

Márcia Stival Assessoria
Márcia Stival Assessoria
Divulgação
Recentemente, repercutiu na mídia o caso da agressão contra Ana Hickmann, realizada por seu ex-marido, Alexandre Correa. Em uma das entrevistas, ela revelou que "o pai dela era um agressor e que bateu muito em sua mãe", e que depois disso ela jurou que não deixaria nenhum homem tocar nela para fazer isso. Contudo, inconscientemente aceitou ser abusada.

"Sempre falo que o que acontece na infância não fica na infância. Temos a tendência de repetir o modelo aprendido com nossos pais e, principalmente, o tipo de relacionamento experienciado com eles”, explica a biomédica e especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil, Telma Abrahão.

Se o indivíduo cresce em um lar disfuncional, com agressividade e em um ambiente onde os problemas são resolvidos de forma violenta, é provável que ele acredite que essa seja realmente a forma que deve agir. 

De acordo com Abrahão, é possível que o primeiro modelo de relacionamento que temos na vida, nossos pais, molde outros tipos de relação: “No decorrer da vida, essa pessoa encontrará colegas, amigos ou cônjuges que também o tratam mal e, inconscientemente, vai reconhecer esses tratamentos como forma de amor. Dessa maneira, é possível que diversos tipos de desrespeitos sejam normalizados, já que é a forma conhecida de se relacionar.”

“Isso acontece porque para nosso cérebro, é muito mais fácil repetir um padrão de comportamento aprendido, porque, além de tudo, é mais seguro do que um desconhecido, o que explica porque tantas pessoas acabam entrando em relacionamentos tóxicos e ficam por tantos anos suportando maus tratos”, detalha Telma.

Geralmente, a pessoa não entende que aquilo é inaceitável e é falta de respeito. Ela não enxerga que está sofrendo abuso ou negligência emocional e, às vezes, demora tantos anos para sair que, quando consegue dar um basta, se culpa por não ter visto e ter deixado isso acontecer. 

A especialista reforça que não existem culpados, o que existe é uma tomada de consciência de que fomos desrespeitados na infância e que merecíamos ter sido tratados com amor e dignidade nessa fase tão importante da vida. 

“Como adultos, é o nosso papel tomar consciência de que esses padrões precisam ser ressignificados e que todos merecem a oportunidade de aprender a fazer diferente e de buscar relacionamentos de qualquer tipo com pessoas que nos respeitem e que nos tragam oportunidade de troca e aprendizado de maneira emocionalmente saudável e não tóxica”, Telma aconselha e finaliza:

“Quando essa ‘chave’ vira, fica mais fácil dizer não e colocar limites para que os outros nos tratem com o respeito que merecemos."

Abrahão também é autora de dois livros best-sellers, “Pais Que Evoluem” e “Educar é um ato de amor, mas também é ciência”, além de 12 livros produzidos exclusivamente pela Amazon vendidos em todo o mundo em português e inglês. Pioneira em unir educação dos filhos à ciência, sua missão é reeducar os pais para melhor educarem os filhos.

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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