01/12/2023 às 09h09min - Atualizada em 02/12/2023 às 00h00min

Como a união entre fintechs e grandes corporações tem avançado o olhar para a inovação no mercado tradicional

Por João Gianvecchio, Gerente de Digital Assets do banco BV*

banco BV
Divulgação/banco BV

Se a história do Brasil for analisada na perspectiva macroeconômica, uma verdadeira turbulência em fatores como inflação, juros e outros indicadores econômicos será identificada. Esse cenário de incertezas e riscos trouxe ao mercado brasileiro diversas consequências negativas, mas também cunhou empresas resilientes e inovadoras em seus modelos de negócio, produtos e tecnologias quando comparado com outros mercados mundo afora.

Ainda assim, o mercado financeiro brasileiro ainda conta com uma contribuição massiva de grandes corporações e outros stakeholders com viés tradicional, além de possuir grandes problemática, barreiras de entrada e de permanência - regulações, capital, política - a serem superadas.

E esse mercado tradicional, que mobiliza muitos recursos e apresenta diversas oportunidades de melhoria, é um terreno fértil para o surgimento de startups, o que fica evidente com as mais de 1,3 mil startups que se enquadram na categoria de finanças – a maior categoria do mercado brasileiro de novas tecnologias, segundo o Fintech Report 2023 do Distrito.

Além de um volume substancial de fintechs, uma forte característica deste mercado é o engajamento entre corporações e startups por meio de diversas abordagens, como eventos, parcerias e investimentos. Para as startups, esse mutualismo gera benefícios como acesso a recursos estratégicos como capital financeiro e intelectual, canais, fornecedores, marca e capilaridade de mercado. Para as corporações, a absorção de novas competências tecnológicas, humanas e de negócios, a diversificação e agilidade na implementação da inovação, o estímulo à cultura de inovação, a exploração de novos segmentos e a oferta de novas soluções, conferindo um maior diferencial competitivo à empresa.

Sem dúvidas a viabilização do Drex, CBDC (Moeda Digital de Banco Central) brasileira que vai digitalizar o Real como conhecemos e permitir maior eficiência operacional de forma segura, programável e democrática, como um projeto possível, aplicável, se deve à inovação aberta. Nesse sentido, o papel das startups no desenvolvimento de projetos junto a grandes corporações é fundamental.

Iniciativas públicas e privadas e os próprios grupos e consórcios atuantes no piloto do Real Digital têm parcerias com startups e estão ajudando a desenvolver a agenda de digital assets, que está evoluindo em passos largos graças a visão colaborativa e integradora adotada pelo mercado em prol da construção de uma economia tokenizada no Brasil.

A pauta de digital assets já é uma realidade. O momento atual e o horizonte mais próximo evidenciam que o terreno mercadológico está sendo preparado sob as perspectivas regulatória, de infraestrutura tecnológica, e de negócio. Mas o rápido amadurecimento do Brasil e do mundo nesta pauta deixa claro que, muito em breve, o mercado tradicional financeiro que conhecemos viverá uma transformação radical. E as empresas que estiverem verdadeiramente investindo recursos e liderando a pauta em seus segmentos sairão na frente neste novo cenário.


*João Gianvecchio é Gerente de Digital Assets do banco BV, além de liderar times de inovação utilizando tecnologias da Inteligência Artificial e Quantum Computing. Administrador por formação, possui extensão no programa de Blockchain como Disrupção Tecnológica pelo MIT Professional Education, e especialização em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral e Saint Paul. Atuou por quase 20 anos no mercado financeiro, liderando áreas estratégicas de finanças, risco de crédito e inovação em bancos como Banco Real (Santander) e Banco BV. Hoje, também atua como palestrante sobre temas de Blockchain em eventos internacionais, como WebSummit, e colunista da Snaq – plataforma de conteúdo sobre inovação e tecnologia. 


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