27/11/2023 às 18h32min - Atualizada em 28/11/2023 às 00h02min

Manual da alopecia areata: tudo sobre a doença autoimune e um novo medicamento já aprovado pela Anvisa

Baricitinibe reduz a inflamação no folículo capilar e, com isso, os cabelos voltam a crescer, mas especialista alerta para o preço do medicamento

Erika Ricci
Máxima, Assessoria de Imprensa
Shutterstock

O que é uma doença autoimune? De forma resumida, as doenças autoimunes são causadas pelo mau funcionamento do sistema imunológico, que passa a atacar células do próprio corpo. A alopecia areata é um exemplo de doença autoimune, na maior parte dos casos, ela provoca uma queda localizada de cabelos, o paciente tem perda em partes do couro, geralmente em círculos. Mas a alopecia areata também pode ser universal, ou seja, faz cair absolutamente todos os pelos do corpo, incluindo cabelos, cílios e até sobrancelhas.

Segundo a especialista em medicina capilar Patrícia Marques, a boa notícia é que a alopecia areata não é cicatricial, ou seja, o bulbo capilar não sofre fibrose, e por isso, mesmo após décadas do início da doença, os pelos podem voltar a crescer com tratamento. “Essa situação é diferente da calvície, por exemplo, onde o pelo acaba perdido, ou da alopecia frontal fibrosante, que também não tem como recuperar os fios”, conta.

 

O que a ciência já sabe

Alopecia é o nome que se dá à queda de cabelo e a forma areata é uma das mais comuns, só fica atrás da androgenética e do eflúvio telógeno. 

Existe uma predisposição genética para a doença e o fator emocional pode funcionar como um gatilho para o seu aparecimento. Geralmente é uma doença crônica porque as recaídas são bastante comuns, a pessoa trata, melhora, mas pode haver reincidências. 

A alopecia areata não tem prevalência de sexo, afeta tanto homens quanto mulheres na mesma proporção, enquanto a maioria das doenças autoimunes afeta mais as mulheres. “Quase sempre, a alopecia areata acomete pessoas jovens, não é comum em crianças. Na maior parte dos casos, aparece entre 20 e 30 anos e frequentemente está associada a outras doenças autoimunes, como o vitiligo ou a Doença de Hashimoto, da tireoide”, explica Marques.

 

Tipos

A mais comum é uma placa oval única, mas há a forma de placas múltiplas, a totalis, em que a pessoa fica careca, mas com sobrancelha, cílios e pelos corporais, e a universal, que faz cair todos os cabelos e pelos do corpo. Existe também a forma difusa, que pode se confundir com outras doenças e é de difícil diagnóstico.

 

Tratamentos e uma nova esperança

Nas formas mais comuns de placas, o tratamento é tópico, ou seja, com medicamentos aplicados na região acometida, apenas. Mas nas outras formas de apresentação, o tratamento deve ser via oral - já que fica difícil passar algum produto no corpo inteiro ou na cabeça toda.

Os medicamentos mais utilizados são o Minoxidil e corticóides em injeções tópicas. A maior parte dos casos responde bem ao tratamento e os cabelos voltam a crescer, porém isso não é regra. 

Para os casos mais graves, a esperança está em uma nova classe de medicamentos desenvolvida há pouco, chamados de inibidores da JAK (sigla para a enzima Janus Associated Kinases). Eles são imunomoduladores, ou seja, agem diminuindo a resposta autoimune do corpo em relação ao pelo. 

Recentemente a Anvisa aprovou um novo medicamento dessa classe, o Baricitinibe, que promete diminuir a inflamação no folículo e, com isso, os fios voltam a crescer. “O grande problema é que geralmente são remédios muito caros, então o acesso fica restrito, sendo necessário entrar com medidas judiciais ou na fila de tratamentos de alto custo. O valor é algo que ainda limita bastante, apesar de ser um medicamento que está dentro do que existe de mais moderno”, conclui a tricologista.

 

 

Sobre a especialista:

Patrícia Marques é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. Também é especialista em medicina capilar e referência nacional em frontoplastia e redução de testa e já transformou a vida de mais de 650 pacientes com as cirurgias realizadas. CRM-SP 146410.

 

Instagram: @dra_patricia_marques

Site: https://www.drapatriciamarques.com.br/

Avenida Moema, 300, conjunto 71, Moema, São Paulo/SP

Telefone: (11) 93206-0079

 


 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp