24/11/2023 às 12h54min - Atualizada em 25/11/2023 às 00h02min

Educação financeira nas escolas: como isso pode mudar o cenário dos 71 milhões de brasileiros endividados

Taxa de jovens com até 25 anos entre os endividados (12%) preocupa especialistas, que acreditam na força do conhecimento formal

Wesley Martins
Pixabay

Apesar de tentar equilibrar as contas em meio a tantas responsabilidades pessoais, muitos brasileiros ainda fecham o mês no vermelho. O mapa de inadimplência do Serasa apontou que, em agosto deste ano, mais de 71 milhões de pessoas estavam com nome restrito, um crescimento de 320 mil em relação ao mês anterior. Entre os endividados, 12,2% têm idade até os 25 anos, um recorte que chama a atenção. A presença desses jovens na lista preocupa, e uma das explicações pode ser a falta de conhecimento para administrar suas próprias economias.

“Ao ter o primeiro trabalho e ganhar os primeiros salários, muitos jovens não sabem como gastar, economizar ou investir para ter uma vida econômica equilibrada. A falta de orientação no contexto econômico e social brasileiro pode resultar em diversos problemas, como as dívidas. Pensando no futuro desses jovens e na economia do país, é muito importante que a educação financeira faça parte do dia a dia desde cedo, ainda na escola primária”, explica Túlio Matos, co-fundador e CEO da iCred, fintech especializada em facilitar o empréstimo consignado.

Para o executivo, a educação financeira deve estar inserida desde a infância. Seja na escola ou em casa, com a ajuda dos familiares, é possível que os futuros jovens tenham, aos poucos, o contato com o mundo financeiro. “A ideia não é ensinar todo o universo da economia, mas o básico para poderem gerir suas finanças pessoais quando tiverem contato com alguma renda e não passarem por tantas dificuldades quando crescerem”, completa Túlio.

Já faz algum tempo que a educação financeira nas escolas está entre os debates políticos do país. Em 2021, o MEC, junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Sebrae, criaram a Estratégia Nacional de Educação Financeira, com o intuito de capacitar 500 mil professores na disciplina para ensinar mais 25 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio. Os cursos de formação são onlines e gratuitos. Além disso, existem outras iniciativas, como a do Banco Central, que criou o programa Aprender Valor, já em amplo funcionamento em alguns estados.

Ainda para o especialista, o processo de inserir a educação financeira na vida dos jovens deve acontecer de forma natural, seja nas escolas, por meio de disciplinas como a matemática — incluindo situações do cotidiano, avaliações de preços, conferência de trocos, objetivo da poupança, entre outros conteúdos simples —, ou em casa, com a colaboração e o empenho dos familiares.

“Os responsáveis são as primeiras referências das crianças, então tudo que fizerem será observado. Para os menores, a economia pode ser introduzida por meio de jogos lúdicos, como Banco Imobiliário, além de livros e vídeos educativos. Para os adolescentes e jovens, serão úteis conversas sobre as finanças da família, desestimulando o consumo excessivo. Se for viável, mesadas também podem ensinar na prática a administrar o orçamento. Já que muitos passam bastante tempo conectados, eles também podem utilizar a tecnologia em seu favor”, conclui.


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