23/11/2023 às 15h11min - Atualizada em 24/11/2023 às 00h08min

Ciclones no Sul e Seca no Norte. Afinal, de quem é a culpa? 

* Márcia Cristiane Kravetz Andrade 

Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

Estamos vivenciando eventos climáticos intensos no mundo todo. Desde locais com muitas chuvas, alagando cidades, até locais sem nenhuma gota de água caindo do céu. O Relatório de Riscos Globais de 2023, 18º Edição, publicado em janeiro/2023, informa os riscos globais classificados por gravidade no curto e longo prazo. “Os desastres naturais e eventos climáticos extremos” no relatório estão como o segundo evento a ocorrer em curto prazo, levando em conta a gravidade. Esse curto prazo refere-se a 2 anos, já os riscos de longo prazo são considerados os de 10 anos.  

Ao olharmos o cenário nacional, temos exemplos de problemas nas regiões extremas do país. No sul do Brasil (RS e SC), a passagem de ciclones extratropicais têm deixado muitas cidades embaixo d’água, transformando a paisagem local, fazendo com que muitas famílias percam seus bens materiais e comprometendo a própria saúde da população, devido as possibilidades de contaminação hídrica.   Do outro lado, temos a região norte com uma estiagem histórica no Amazonas, deixando milhares de pessoas sem acesso à água potável, que é essencial à manutenção da vida. Além disso, existe o aumento dos focos de incêndio, que acarreta a poluição do ar e prejudica as pessoas com problemas respiratórios. E ainda, tem o desmatamento que contribui para a desequilíbrio ecológico. 

Mesmo sempre existindo desastres naturais, como estiagem, enchentes, vendaval, ciclones, e outros eventos climáticos, nós podemos estar acelerando esses eventos e isso coloca a qualidade ambiental em risco, além das questões sociais e econômicas, que tudo isso provoca. Somos mais de 8 bilhões de pessoas, utilizando os recursos naturais, muitas vezes desenfreadamente pelo consumismo e desperdício, atrelado ao aumento da produção e às novas tecnologias em um uso sem controle dos recursos hídricos. Soma-se a isso, a poluição ambiental, enfatizando que em muitas localidades há falta de políticas públicas e iniciativas socioambientais. 

E tanto se fala em mudanças climáticas – as quais se referem às alterações nos padrões climáticos da Terra – que acabamos culpando essas mudanças por todas as situações adversas, e esquecemos que a culpa pode ser da falta de conscientização da sociedade em geral, e o de fazer a nossa parte. Estamos fazendo a nossa parte? Estamos contribuindo com a Agenda 2030 (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), que é uma ação global para limitar e reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos? 

Não cabe somente julgarmos de quem é a culpa de todos esses eventos climáticos e dos impactos resultantes, cabe a conscientização e a mudança de atitude frente as problemáticas atuais. Como posso fazer a diferença na comunidade ou localidade em que vivo? Estou sendo apenas um, ou mais um?  Escolhas conscientes podem contribuir para um estilo de vida mais sustentável e ajudar a preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Devemos lembrar que tudo isso faz parte do meio ambiente, e que estamos inseridos nele, é uma via de mão dupla, e como está a sua via? 

(*) Márcia Cristiane Kravetz Andrade é Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Doutoranda em Sustentabilidade Ambiental Urbana e Tutora dos cursos de Pós-Graduação na Área de Meio Ambiente da UNINTER. 

 


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