Estamos vivenciando eventos climáticos intensos no mundo todo. Desde locais com muitas chuvas, alagando cidades, até locais sem nenhuma gota de água caindo do céu. O Relatório de Riscos Globais de 2023, 18º Edição, publicado em janeiro/2023, informa os riscos globais classificados por gravidade no curto e longo prazo. “Os desastres naturais e eventos climáticos extremos” no relatório estão como o segundo evento a ocorrer em curto prazo, levando em conta a gravidade. Esse curto prazo refere-se a 2 anos, já os riscos de longo prazo são considerados os de 10 anos.
Ao olharmos o cenário nacional, temos exemplos de problemas nas regiões extremas do país. No sul do Brasil (RS e SC), a passagem de ciclones extratropicais têm deixado muitas cidades embaixo d’água, transformando a paisagem local, fazendo com que muitas famílias percam seus bens materiais e comprometendo a própria saúde da população, devido as possibilidades de contaminação hídrica. Do outro lado, temos a região norte com uma estiagem histórica no Amazonas, deixando milhares de pessoas sem acesso à água potável, que é essencial à manutenção da vida. Além disso, existe o aumento dos focos de incêndio, que acarreta a poluição do ar e prejudica as pessoas com problemas respiratórios. E ainda, tem o desmatamento que contribui para a desequilíbrio ecológico.
Mesmo sempre existindo desastres naturais, como estiagem, enchentes, vendaval, ciclones, e outros eventos climáticos, nós podemos estar acelerando esses eventos e isso coloca a qualidade ambiental em risco, além das questões sociais e econômicas, que tudo isso provoca. Somos mais de 8 bilhões de pessoas, utilizando os recursos naturais, muitas vezes desenfreadamente pelo consumismo e desperdício, atrelado ao aumento da produção e às novas tecnologias em um uso sem controle dos recursos hídricos. Soma-se a isso, a poluição ambiental, enfatizando que em muitas localidades há falta de políticas públicas e iniciativas socioambientais.
E tanto se fala em mudanças climáticas – as quais se referem às alterações nos padrões climáticos da Terra – que acabamos culpando essas mudanças por todas as situações adversas, e esquecemos que a culpa pode ser da falta de conscientização da sociedade em geral, e o de fazer a nossa parte. Estamos fazendo a nossa parte? Estamos contribuindo com a Agenda 2030 (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), que é uma ação global para limitar e reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos?
Não cabe somente julgarmos de quem é a culpa de todos esses eventos climáticos e dos impactos resultantes, cabe a conscientização e a mudança de atitude frente as problemáticas atuais. Como posso fazer a diferença na comunidade ou localidade em que vivo? Estou sendo apenas um, ou mais um? Escolhas conscientes podem contribuir para um estilo de vida mais sustentável e ajudar a preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Devemos lembrar que tudo isso faz parte do meio ambiente, e que estamos inseridos nele, é uma via de mão dupla, e como está a sua via?
(*) Márcia Cristiane Kravetz Andrade é Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Doutoranda em Sustentabilidade Ambiental Urbana e Tutora dos cursos de Pós-Graduação na Área de Meio Ambiente da UNINTER.
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