22/11/2023 às 16h46min - Atualizada em 23/11/2023 às 00h06min

‘AfroPAC', programa de oficinas da ONG PAC, promove letramento racial por meio de apresentação teatral na periferia de São Paulo

Na peça “Papo Reto, Fala Correta” crianças ensinam pais como o racismo está presente no cotidiano e quais as formas de não reproduzi-lo

Bianca Silva Sales
Bailarinas do Balé Ayo, uma das oficinas do AfroPAC | Divulgação
 
A ONG PAC (Projeto Amigos da Comunidade) – que atua há 20 anos com crianças, jovens, adultos e idosos em situação considerada de 'extrema vulnerabilidade social' nas regiões de Pirituba, São Domingos e Jaraguá – realizará no dia 25 de novembro, às 9h00, no CEU Atlântica, a apresentação teatral “Papo Reto, Fala Correta”. Cerca de 130 crianças e adolescentes apresentarão para seus pais, responsáveis e comunidade a importância do letramento racial, para que o racismo não seja perpetuado no dia a dia.

De acordo com uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais da metade da população brasileira é composta por pessoas declaradas pretas e pardas (56,1%). Nas periferias, pessoas pretas e pardas também compõem grande parte da população.

Atenta a esse cenário, a ONG PAC (Projeto Amigos da Comunidade) desenvolve o programa “Afro PAC”, com oficinas gratuitas que buscam promover a equidade racial na periferia de Pirituba, Jaraguá e Parque São Domingos. O ‘AfroPAC’, atende mais de 260 crianças e adolescentes e já impactou positivamente com mais de 1.200 pessoas, colaborando com empoderamento da população negra da periferia. Dentre as oficinas promovidas estão:
 
Meu crespo é de rainha: a oficina busca fortalecer as raízes negras e autoestima, especialmente em meninas negras, por meio do ensino das técnicas e os produtos adequados para os cuidados com cabelos crespos e cacheados;
Balé Ayó: corpo de balé composto somente por bailarinos negros, em que crianças negras experienciam a ancestralidade por meio da dança e se tornam protagonistas. Uma das premissas é que as bailarinas possam manter seus cabelos soltos, sem o uso de coques que podem ser desconfortáveis em cabelos afros, além do uso de sapatilhas e meias na mesma tonalidade de sua pele;
Projeto de identidade racial: por meio de palestras, rodas de conversa e construção do autorretrato e do retrato racial busca oferecer um espaço de reflexão sobre a ancestralidade e sua história para que mais pessoas negras da comunidade se empoderem e possam mudar o estigma racial;
Programa Mulheres do Morro: através de oficinas sazonais busca desenvolver potencialidades por meio de trabalhos manuais que resgatem as raízes ancestrais das mulheres negras, são oficinas de tranças afro, estamparia e brincos étnicos;
Afroteca: busca evidenciar a representatividade negra por meio da literatura, oferecendo livros de diversos tema e faixas etárias escrito por autores negros e que tragam informações e detalhes sobre a cultura negra.

“Com o programa de oficinas AfroPAC conseguimos resgatar a ancestralidade negra, empoderar e trabalhar o letramento racial especialmente de crianças e adolescentes, por meio do protagonismo de figuras negras na história, na música em todos os seguimentos. O intuito é que uma vez fortalecidos e com oportunidades, eles possam enfrentar o preconceito e também combatê-lo na sociedade”, afirma Agatha Minas, coordenadora do AfroPAC.

Um dos destaques do AfroPAC é o projeto Balé Ayó (palavra nigeriana que significa alegria) que, em mais de três anos, conta com cerca de 20 bailarinas e bailarinos negros, com o propósito de mostrar que a dança, em especial o ballet também é um espaço de representatividade e protagonismo negro.

Sob a liderança da professora de balé Alcione Brasilio, de 46 anos, que infelizmente teve sua vida atravessada pelo racismo, especialmente em sua atuação como bailarina, crianças e adolescentes negras se inspiram e entendem que o balé também é um espaço para elas.

“Muitas meninas negras achavam que o balé não era para elas, seja pela cor das sapatilhas e meias “padrão” que diferem do tom de sua pele ou por não conseguirem fazer o coque de uma bailarina. Por isso, no Balé Ayó elas podem dançar com seus cabelos afro soltos e tem as sapatilhas e meias da cor de sua pele, para que elas reconheçam que esse espaço também é delas”, comenta Alcione Brasilio, professora responsável pelo Balé Ayó.


   

Sobre o PAC - Projeto Amigos da Comunidade    
  
Fundado há 20 anos, o PAC – Projeto Amigos da Comunidade uma Organização Social sem fins lucrativos certificada pelo CEBAS - Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social - que atende a população em situação de vulnerabilidade e/ou risco social nos distritos de Pirituba, São Domingos e Jaraguá (SP).  Atualmente, o PAC conta com mais de 92 funcionários, cerca de 5.000 voluntários, 187 mantenedores via doação e mais de 10 empresas parceiras que subsidiam as oficinas promovidas pela organização, como Zendesk, TOTVS Meridional, Co.Aktion, Elo, Sow e Netas, R3 Viagens.      Para mais informações sobre o PAC, (clique aqui).    
    
Informações à imprensa I Projeto Amigos da Comunidade (PAC)     
 
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