21/11/2023 às 13h21min - Atualizada em 22/11/2023 às 16h12min

Qual é o impacto da guerra nas relações comerciais do Brasil?

Momento de turbulência internacional levanta dúvidas sobre a relação do Brasil com parceiros comerciais importantes

Renato Figueiredo
Divulgação

Por Renato Figueiredo 

 

Infelizmente, o cenário internacional tem sido marcado nos últimos anos por conflitos de proporções aterradoras, que afetam a realidade de milhões de pessoas. Se olharmos para o continente europeu, nos deparamos com uma guerra entre Ucrânia e Rússia que ainda se estende e não parece dar sinais de refração. Agora, com o foco no Oriente Médio, temos a explosão de uma grande catástrofe humanitária, na medida em que Israel e os extremistas do Hamas travam uma ofensiva de efeitos imprevisíveis, dentro de um plano de fundo de raízes religiosas que só atribuem mais complexidade ao assunto. Sem dúvidas, o momento sociopolítico global é, no mínimo, delicado. 

 

À parte das consequências pesadas que a guerra traz nos quesitos humanitários – que devem, sempre, motivar uma busca incessante por resoluções pacíficas –, no Brasil, existem questionamentos importantes sobre como mensurar o impacto destes conflitos para as relações comerciais do país. É possível, de alguma maneira, estimar o que pode mudar para processos de importação e exportação? 

 

Dada a gravidade do assunto, bem como uma falta de previsibilidade que não pode ser desconsiderada, não é fácil realizar projeções concretas, mas determinados sintomas começam a pairar pelo horizonte brasileiro, sendo altamente aconselhável que gestores do segmento adotem uma postura de observância.  

 

Crescimento de relação Brasil-Israel em risco? 

No último ano, a relação entre Brasil e Israel se intensificou na esfera comercial. De US$ 371 milhões em 2019 para US$ 1,8 bilhões em 2022, as exportações brasileiras protagonizaram um salto significativo, com destaque ao petróleo e outros produtos, como minerais betuminosos e carne bovina. Com base, inclusive, em dados produzidos pelo portal Comex Stat, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a corrente comercial entre os países representa 0,37% dos bens exportados e adquiridos pelo Brasil no exterior. À primeira instância, é plausível afirmar que não sustentamos uma relação de extrema relevância econômica com os israelenses, especialmente se equipararmos os números com outros parceiros comerciais. Entretanto, isso não isenta o Brasil de sentir efeitos provenientes do conflito no Oriente Médio, com consequências, possivelmente, que ainda serão sentidas globalmente.  

 

Não por acaso, em conflitos desta escala – a exemplo da reação em cadeia de sanções e restrições provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, desafiando países a redirecionar suas estratégias comerciais – é esperado que mudanças a médio e longo prazo estejam por vir, sob a influência do tempo em que essa incursão se arrastará. Isto é, medidas de teor protecionista, que respinguem diretamente no comércio internacional, estão ligadas à duração do conflito. Evidentemente, esperamos que o quadro acabe resolvido o quanto antes.  

 

Em termos imediatos, as consequências também existem. A aproximação tecnológica de Brasil-Israel é uma vertente a ser ponderada com os efeitos da guerra, principalmente para a importação brasileira. Domesticamente, o país israelense tem lidado com uma mobilização bélica sem precedentes, e inseridas neste contexto, muitas empresas de tecnologia testemunham a convocação de jovens profissionais. Indiretamente, os reflexos são numerosos.  

 

Com relação ao petróleo, que já tem sentido um impacto inicial no preço do barril, as expectativas se voltam para o alastramento do conflito e o que isso pode significar a longo prazo. Recentemente, especialistas da Bloomberg Economics revelaram um potencial de aumento do barril a US$ 150, o que causaria um choque na economia global.  

 

Para concluir, mesmo com tantas incertezas, é importante reconhecermos a possibilidade de que novos acontecimentos concedam outros tons à análise. De fato, é inevitável que comércio exterior acabe envolvido em questões de natureza sociopolítica, cabendo a lideranças da área um olhar atento ao cenário internacional e suas reações. 

 

Renato Figueiredo é Chief Sales Officer na eCOMEX NSI. 

 

Sobre a eCOMEX      

Fundada em 1986, a eCOMEX NSI desenvolve aplicativos para otimização da gestão de processos de comércio exterior. Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior. A companhia é integrante do Grupo Cassis e conta com mais de 250 colaboradores, além de 150 clientes em vários países, com grande destaque na América Latina. Veja mais: http://www.ecomex.com.br/      


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