17/11/2023 às 16h25min - Atualizada em 18/11/2023 às 00h01min

Diabetes: Médico responde as principais dúvidas sobre o tema

Embaixador da Inspirali ressalta a importância de uma vida saudável e controle do peso para evitar a doença

Juliana Antunes Santos
divulgação
No mês de conscientização sobre o diabetes, a Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, convidou o Dr Egidio L. Dórea, embaixador da instituição na área de saúde do idoso, para responder as principais dúvidas da população e fazer um alerta sobre a importância de uma vida saudável e do diagnóstico precoce para evitar e combater a doença, que tem aumentado significativamente no mundo.
Segundo dados da International Diabetes Federation, em 2021 existiam no mundo 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos com diagnóstico de DM – Diabetes Mellitus, 10% dos adultos desta faixa etária. Essa prevalência sobe para 20% quando considerados pessoas entre 75 e 79 anos. “Estima-se que, em 2045, esse número passará para 783 milhões, um aumento de 46%.”, observa o Dr Egidio.
Confira:
  1. Quais os tipos de diabetes existentes?
R: O diabetes mellitus pode ser classificado nas seguintes categorias:
- tipo 1
- tipo 2
- tipos específicos: diabetes neonatal; MODY; doenças pancreáticas exócrinas (pancreatite; fibrose cística) e induzido por drogas
- gestacional
  1. Qual o tipo mais perigoso?
R: O perigo do DM decorre do não controle adequado. A falta de controle está associada a presença das suas complicações que acarretam perda da qualidade de vida, incapacidades e aumento da mortalidade
  1. Quem está mais propício a ter a doença?
R: O diabetes tipo 2, responsável por mais de 90% dos casos de diabetes, decorre de uma resistência insulínica, e é mais comum, por consequência, em indivíduos que estão acima do peso. A obesidade é o grande fator de risco para o aparecimento do diabetes.
  1. Diabetes tem cura?
R: O diabetes mellitus é uma doença crônica não transmissível e como tal demanda um tratamento crônico. Alguns indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 e obesidade que são submetidos a cirurgia bariátrica (metabólica) podem apresentar reversão do quadro, sobretudo quando apresentam menos tempo de doença.
  1. Como é feito o diagnóstico?
R: O diagnóstico é efetuado através da mensuração da glicemia de jejum ou hemoglobina glicosilada ou do teste de tolerância oral a glicose. Caso um desses venha alterado, deve ser repetido para a confirmação do diagnóstico. Nos casos de pacientes que apresentem manifestações clínicas de hiperglicemia e glicemia maior que 200mg/dL o diagnóstico está estabelecido sem a necessidade de confirmação.
  1. Como é feito o tratamento?
R: O tratamento do diabetes mellitus envolve medidas não farmacológicas: dieta; exercícios físicos regulares e medidas farmacológicas: anti-diabéticos orais e alguns parenterais (subcutâneos) para os casos de diabetes mellitus tipo 2 e insulina para os diabéticos tipo 1 e os tipo 2 que não conseguem obter um controle adequado com os agentes hipoglicemiantes orais e os parenterais que não a insulina.
  1. Quais os principais sintomas?
R: No caso do diabetes tipo 1 pela deficiência absoluta da insulina os pacientes abrem o quadro com manifestações de descompensação hiperglicêmica aguda, perda de peso não intencional. Já os pacientes com DM tipo 2 passam um longo período assintomático e posteriormente podem apresentar, em alguns casos, sintomas tidos como clássicos do diabetes- polis: poliuria (aumento do volume de urina); poilifagia (aumento da ingesta alimentar) e polidipsia (aumento da ingesta hídrica).
  1. Quem tem diabetes pode viver uma vida normal?
R: Desde que o diagnóstico do diabetes seja estabelecido precocemente e sem a presença das suas complicações e com um controle adequado os pacientes podem viver uma vida normal.
  1. Quais tipos de cuidados uma pessoa com diabetes precisa ter diariamente?
R: Os cuidados diários que os pacientes com diabetes têm que ter relacionam-se a uma dieta saudável com teor reduzido de gordura saturada e carbohidratos, sobretudo os simples; prática de exercício físicos regulares; manter-se dentro de um peso adequado, evitando o sobrepeso e obesidade; evitar tabagismo. O plano terapêutico deve ser seguido rigorosamente. Aqueles que fazem uso de insulina têm que obedecer os horários das refeições e os que ajustam a dose de insulina de acordo com a quantidade de carbohidratos ingeridos, devem estar aptos a fazer a contagem dos mesmos. Outro aspecto importante é serem orientados a reconhecerem as manifestações clínicas da hipoglicemia.
  1. A medicina teve algum avanço no tratamento do diabetes nos últimos anos?
R: Certamente, drogas novas surgiram que auxiliam no controle do diabetes e reduzem a taxa de complicações, sobretudos as renais e cardiovasculares como os agonistas do GLP- 1 e os inibidores do SGLT2. Além do mais novas descobertas permitem o melhor entendimento dos aspectos fisiopatológicos da doença e o tratamento das suas complicações.
  1. É possível evitar a doença? Como?
R: A melhor forma de evitar a doença é através da promoção de uma vida saudável que deve ser prioritária desde o início das nossas vidas. A manutenção do peso adequado é, isoladamente, a medida mais importante de prevenção.
  1. É uma doença hereditária?
R: Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 apresentam fisiopatologia genética bem estabelecida com a presença de diversos tipos de auto-anticorpos. Pessoas que apresentam parentes de 1 grau com DM1 apresentam um maior risco de apresentarem esses anticorpos e de desenvolverem a doença. Pessoas que tem parentes de 1 grau- pai, mãe e irmãos com diabetes mellitus tipo 2 também apresentam maior risco de desenvolverem diabetes do que aqueles que não apresentam.
  1. O que é diabetes gestacional e quais os riscos para mãe e para o bebê?
R: O diabetes gestacional é diabetes que aparece especificamente na gestação. O diagnóstico deve ser feito através do teste de tolerância oral a glicose que deve ser realizado entre a 24-28 semana de gestação. O diabetes gestacional implica em riscos para a mãe e feto. Para a mãe existe um maior risco de desenvolver diabetes mellitus após a gestação. Riscos como abortamentos espontâneos; pré-eclâmpsia. Para o feto: macrossomia; riscos de anomalias fetais; hipoglicemia neonatal; síndrome da angústia respiratória fetal; hiperbilirrubinemia, dentre outras.
  1. Uma pessoa saudável pode contrair a doença depois de adulto?
R: . Sim O próprio envelhecimento é um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes. Entretanto o indivíduo que mantém um estilo de vida saudável e está dentro do seu peso ideal têm uma probabilidade significativamente menor.
 

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