16/11/2023 às 17h00min - Atualizada em 17/11/2023 às 00h06min

ESG está no radar de 80% dos executivos, mas mobiliza ações em apenas 30% das empresas, aponta pesquisa do Espro

Iniciativas se concentram no pilar ambiental; somente 15% dos participantes do estudo enxergam a socioaprendizagem integrada às agendas de governança

Assessoria Espro
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Oito em cada dez executivos acreditam ser importante que as empresas brasileiras invistam em ESG. No entanto, somente 31% deles afirmam ter percebido a execução de ações efetivas para consolidar uma agenda dessa natureza nas organizações em que atuam. Esse é um dos principais achados da mais nova edição da Pesquisa Satisfação Empresas do Espro (Ensino Social Profissionalizante), associação filantrópica especializada na inserção de adolescentes e jovens em vulnerabilidade no mundo do trabalho.

A Pesquisa Satisfação Empresas é realizada anualmente pelo Espro a fim de obter avaliações das empresas parceiras sobre os jovens aprendizes contratados e a qualidade do atendimento pela entidade, apoiando a elaboração de planos de ações personalizados e o aprimoramento dos serviços. A edição 2023 do levantamento, realizada durante o mês de maio, contou com a participação de 720 executivos de companhias de todo o Brasil. A margem de erro é de 3,5% e o índice de confiabilidade, de 99%.

Para os participantes da nova edição, os principais benefícios que as ações ESG podem gerar para as empresas são: causar impactos positivos na comunidade/sociedade/meio ambiente (48%); melhoria da inovação e gestão (39,5%); aumento da produtividade e engajamento dos funcionários (38,5%); e promover proteção ambiental (38%). Na sequência, foram indicados o aumento da eficiência operacional (33%); a melhoria da reputação e imagem da empresa (32%); promoção de justiça social (30%); a redução de riscos (29%); e o fortalecimento da economia local (25%).

“Apesar de estar em evidência, o termo ESG tem sido mais associado ao pilar ambiental. O fato é que os três pilares interagem a cada ação: o ambiental, o social e a governança não funcionam separadamente e parte do empresariado já passa a entender que os desafios e a responsabilidade no cuidado de pessoas, do planeta e dos negócios caminham conjuntamente”, afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.

Socioaprendizagem e ESG

De acordo com 65% dos executivos que contribuíram com o estudo, a contratação de aprendizes por suas empresas tem como finalidade o investimento em formação profissional e o apoio à inclusão social dos jovens. Para 26% dos respondentes, contudo, a aprendizagem ainda é simplesmente um meio de cumprir a cota obrigatória da legislação vigente – a Lei da Aprendizagem ou Lei do Jovem Aprendiz (Lei no 10.087/2000), segundo a qual empresas médias e grandes devem destinar de 5% a 15% das vagas de sua força de trabalho à jovens com idade entre 14 e 24 anos matriculados em cursos profissionalizantes.

Nessa escuta das percepções acerca da socioaprendizagem, por escolhas múltiplas, 63% dos executivos acreditam que ela é um meio de cumprir a cota e, se possível, aproveitar para contratar os jovens posteriormente como colaboradores das empresas. Quatro entre dez relacionaram o instrumento às políticas de responsabilidade social de suas organizações. Porém, somente 15% dos respondentes disseram conceber a socioaprendizagem como componente das ações de ESG das organizações em que atuam.

“Muitas lideranças ainda não associam a aprendizagem à políticas corporativas de relacionamento com a comunidade local. Essas medidas, aliás, fazem parte dos itens verificados pela B3 junto às companhias pleiteantes ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Vale notar que a maioria das empresas listadas na primeira edição de 2023 do ISE se destaca por seus programas de Jovem Aprendiz. Identificamos isso ao perceber que 42 das 69 figurantes no índice são parceiras do Espro em nossos projetos de impacto social”, observa Alessandro Saade.

O cumprimento da Lei da Aprendizagem, por si só, não significa aderência ao ESG. “As iniciativas devem atender ao compromisso de ajudar a mitigar a vulnerabilidade social, de cooperar com agendas positivas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), de disseminar valores de diversidade, equidade e inclusão e também de garantir empregabilidade após o programa de aprendizagem”, assinala o superintendente do Espro. “A contratação de adolescentes e jovens promove a formação de talentos, ajuda a criar ambientes mais inovadores, fortalece marcas e alavanca sua reputação como empregadoras atraentes e comprometidas com o desenvolvimento de melhores profissionais e cidadãos. Acima de tudo, contribui com a melhoria da sociedade”.

Seleção e avaliação dos jovens aprendizes

A Pesquisa Satisfação Empresas 2023 do Espro também mapeou os fatores priorizados pelas corporações na seleção de seus aprendizes. Os pontos mais lembrados, de longe, foram a habilidade de relacionamento interpessoal, apontado por 80% dos executivos participantes; conhecimento do pacote Office, por 61%; e residência próxima da empresa, por 48%. Estar em vulnerabilidade social foi um elemento assinalado por 15,5% dos executivos, enquanto o conhecimento de inglês ou de outro idioma foi o item menos selecionado – por pouco mais de 6% dos respondentes.

Quanto aos principais benefícios obtidos pelas empresas ao contratar jovens aprendizes, ficaram bem à frente de outras opções a contribuição para a formação profissional de jovens (88% de citações); a capacitação dos jovens para o exercício de uma função na empresa (76,5%); o aumento da diversidade e da inclusão na equipe (63%); e o recrutamento de jovens talentos (62%). A redução de custos foi a opção menos indicada, com 8,75%.


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