16/11/2023 às 10h52min - Atualizada em 17/11/2023 às 00h05min

Argentina enfrenta uma difícil escolha de presidente em 19 de novembro.

Com taxa de inflação em mais de 130% no ano, eleitores enfrentarão a tarefa de escolher um novo representando em meio ao desemprego e problemas internos

Juliana Rocha
Octa
 

No primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina em 22 de outubro, o atual Ministro da Economia, Sergio Massa (36,6% dos votos válidos), e o libertário da oposição Javier Milei (29,9% dos votos válidos) conquistaram a maioria e avançaram para o segundo turno. Patricia Bullrich, líder da aliança de centro-direita Juntos pela Mudança, desistiu da corrida pela presidência com 23,82% dos votos. Segundo a lei eleitoral argentina, um candidato deve conquistar mais de 45% ou 40% com uma margem de pelo menos 10% sobre seu rival mais próximo.

 

As eleições foram realizadas durante a crise econômica no país. De acordo com o Banco Central da Argentina, a inflação anual estava durante as eleições em 138,3%. Em janeiro de 2023, o índice estava em 98,8%. De acordo com o The Buenos Aires Times, o desemprego chegou em 6,2% até o final de setembro, com 36,8% da população trabalhando sem pagar impostos. Cerca de 40% dos argentinos vivem abaixo da linha da pobreza. 

 

Assim, em meio à sexta recessão em uma década na Argentina, o Ministro da Economia Sérgio Massa e Javier Milei chegaram ao segundo turno. A segunda rodada ocorrerá em 19 de novembro. O próximo presidente da Argentina assumirá o cargo em 10 de dezembro e permanecerá no cargo até o final de 2027.

 

Sergio Massa, ministro da economia da Argentina, representa a coalizão governista peronista, já Javier Milei foi eleito para a Câmara Baixa do Congresso argentino em 2021, nunca tendo ocupado um cargo público anteriormente. Suas propostas incluem privatização, a introdução do dólar americano como moeda nacional, o desmantelamento do banco central, a abolição da rede de seguridade social e a legalização de drogas, prostituição e porte de armas.

 

"O cenário do segundo turno é indesejável para os investidores, refletindo uma polarização fundamental. Massa seguirá em grande parte o curso da política externa do governo atual, mantendo contatos com a China e a Rússia se vencer. Se Milei vencer, a Argentina mudará e seguirá o caminho político dos EUA", afirmou Kar Yong Ang, analista do mercado financeiro Octa. “No entanto, será mais difícil para Milei garantir uma maioria no Congresso, o que também desempenha um papel nas decisões", acrescentou.

 

O país está enfrentando sua sexta recessão em uma década, e a inflação está no nível mais alto desde a década de 1990, quando superou a hiperinflação. Em abril de 2020, um dólar era trocado por 80 pesos, enquanto em outubro de 2023, o dólar ultrapassou mil pesos, segundo dados não oficiais da taxa de câmbio. Ao contrário da maioria das principais economias, a Argentina não possui uma taxa de câmbio flutuante livremente. A diferença entre as taxas de câmbio oficial e paralela ultrapassou 170%. 

Os argentinos terão que fazer escolhas difíceis neste próximo final de semana, em meio a graves dificuldades econômicas e a incerteza do que está por vir, com a esperança de dias melhores e a estabilização das contas do país.


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