09/11/2023 às 13h58min - Atualizada em 09/11/2023 às 20h01min

Quebrando tabus, Antonio Fagundes conscientiza público masculino a fazer exame preventivo contra o câncer de próstata

“Ceder às crenças do senso comum é sinal de falta de maturidade", alerta a terapeuta Wanessa Fioravante sobre o preconceito

Paulo Sanseverino
Reprodução

“Quando é que você vai liberar esse c* aí?”, diz Antônio Fagundes para conscientizar a população masculina a fazer o exame preventivo contra o câncer de próstata. O vídeo (assista aqui) que viralizou nesta semana faz parte de uma ação com o canal Porta dos Fundos, que resolveu impactar com o roteiro assinado por Jhonatan Marques e alertar o público alvo da importância da prevenção. Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), diz que a cada sete homens, um é diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida e a doença causa 15 mil óbitos por ano.

O homem é criado dentro de certos preconceitos desde criança, e quando chegam à fase adulta continua acreditando em certos ensinamentos, totalmente equivocados que giram em torno de sua virilidade, e ao fazer o famoso “exame do toque”, acreditam que sua masculinidade será quebrada. “Devido a crenças e a cultura de um país patriarcal com base e história de um forte machismo, o exame de toque vem sendo abordado no senso comum como a representação de um ato sexual anal, e não um exame em si. O que leva os homens a terem preconceito e fugirem de um exame que pode salvar a sua própria vida ao detectar alguma alteração de forma preventiva e precoce, por exemplo, as mulheres fazem ultrassom transvaginal desde sempre e isso nunca é abordado como um ato sexual, mas sim, como um exame de rotina”, pontua a terapeuta Wanessa Fioravante.

Segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Incidência maior também nos estados onde o acesso da população aos médicos e às tecnologias diagnósticas são mais fáceis.

“Ceder às crenças do senso comum e pautar as ações da vida adulta em uma infantilidade assim, é sinal de falta de maturidade, também para outras decisões em sua vida. Faz parte de uma imaturidade psíquica, agindo como um adolescente ou ainda um adulto desinformado. Hoje com o acesso à rede de informação que se tem, um comportamento assim segue na contramão do papel que esse homem adulto precisa assumir para a própria vida”, acrescenta Wanessa Fioravante.

“Essa doença é responsável por 28% das mortes quando se trata de neoplasias malignas, logo, deixar um profissional cutucar o seu ‘butico’ é a melhor escolha para uma vida saudável”, frisa Antônio Fagundes no vídeo de conscientização que integra a campanha do Porta dos Fundos para o Novembro Azul. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem, segundo informações do INCA.

“O ser humano tem muito temor da exposição, como se a exposição acabasse com tudo que ele é. Se a masculinidade era afetada por algum motivo, ou fazer um exame vai trazer mal ao homem que ele é, na ignorância de tudo que já aprendeu para manter a “macheza” deixa de cuidar da saúde, pois não leva em consideração o que seria fazer diferente. Isso é pura distorção da realidade, falta de informação não só sobre a doença ou o exame, mas falta de informação de como lidar com a sua própria vida de uma perspectiva de crescimento, amorosidade, construção de bons valores e boas coisas”, destaca Fioravante.

“Ainda vivemos em um mundo onde o homem ofender o outro é uma forma de comunicação, onde elogios são vazios e não sabem bem como manifestar o amor que sentem pelos próprios familiares. Ainda estamos distante de avançar nessa realidade mais generosa, mas já temos muitos movimentos que ajudam os homens a se perceberem em uma perspectiva mais gentil, homens que falam de emoções, de sentimentos e inspiram outros homens a serem seres humanos reais. Essa perspectiva de ter que segurar a emoção e não poder manifestar nada, gera um acúmulo de tristeza, irritabilidade e principalmente falta de aptidão para conversas sobre emoções e empatia. Acaba tendo que aguentar tanto que deixa de sentir, de se importar com detalhes que muitas vezes são importantes para as pessoas que ele convive, pois não aprendeu a gerenciar aquilo que carrega dentro do seu próprio coração. Isso muitas vezes ao longo da vida adulta acaba sendo extravasado na sexualidade, seja com pornografia ou necessidade compulsiva de sexo para suprir a falta, o vazio e a dor que o homem nem sabe direito de onde isso vem”, finaliza a terapeuta Wanessa Fioravante.


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