06/11/2023 às 20h30min - Atualizada em 07/11/2023 às 00h03min

Museu do Inusitado lança série de vídeos experimentais promovendo a Cultura Periférica

Projeto dá voz aos artistas das áreas periféricas, proporcionando-lhes uma plataforma para explorar seus talentos no campo do audiovisual

Mariana Mascarenhas
Foto: Airumã
O Museu do Inusitado, localizado no bairro do Jardim Nova Germânia (entre Jardim São Luís e Capão Redondo), na capital paulistana, continua a desempenhar um papel fundamental na promoção da cultura e da arte nas comunidades periféricas. “O espaço surgiu oficialmente, em 2015, com o propósito de fornecer infraestrutura para ensaios, captção de som, mix, master, além de ser ponto de encontro para reuniões de artistas e produtores culturais da região, preenchendo uma necessidade muito real. É o único ateliê de arte e local aberto para estudos no entorno do Jardim Capelinha e talvez da região do Capão Redondo também”, afirma Luis Vitor Maia, músico-educador e idealizador do Museu.

A mais recente iniciativa do Museu é uma série de vídeos experimentais que dão voz aos artistas das áreas periféricas, proporcionando-lhes uma plataforma para explorar seus talentos no campo do audiovisual. A iniciativa começou em 2022, com a 1ª edição de uma mostra de vídeos que abordam uma variedade de temas, desde a vida na periferia – como é o caso de Inusitadamente Impossível, um vídeo que conta a história de Luís, um jovem que sonha em viver da música e conta com a ajuda de sua mãe e alguns camelôs para alcançar esse objetivo - até a importância das aldeias indígenas Takua Ju Mirim e Irexakã, localizadas nos distritos de Parelheiros e Marsilac, para a preservação e resistência da cultura indígena.

Na última sexta-feira, 27 de outubro, o Museu do Inusitado iniciou a 2ª edição do lançamento, pelo Edital de Apoio a Projetos Culturais de Múltiplas Linguagens – 2ª edição: Mostra e Sarau Museu do Inusitado, com o vídeo Lente Suja Inusitávelmente, um pensar sobre a vida e a arte. Uma reflexão entre as diversidades e acasos da vida e mesmo assim um pouco sobre a forma como a arte é expressiva sobre o todo. No dia 9 de novembro, acontece o lançamento do segundo vídeo Barro é início – Sheila Ferreira. Todas as produções são lançadas no Canal do YouTube do Museu do Inusitado, que pode ser acessado pelo @museudoinusitado. 

Luis Vitor compartilhou suas reflexões sobre o projeto: "Aqui em nossa quebrada, até temos algumas atividades e espaços culturais, mas nada muito perto. E por isso muitas pessoas precisaram e ocuparam o nosso espaço. Uma das linguagens que elas gostam bastante é a do audiovisual. Quanto mais temos acesso, mais as pessoas têm se interessado e feito esse tipo de trabalho." Por isso Luis Vitor enfatiza a importância de conseguirem mais investimentos e parceiros pra subsidiar as várias ações.

Outros artistas que participaram do projeto também compartilharam suas experiências:
Wilson Roberto Morais Coelho, artista plástico, destacou a importância do incentivo para mostrar que é possível muita coisa.

Leonardo da Silva Brito, fotógrafo, enfatizou a importância de produzir esses vídeos para nossa cultura e conscientização da sociedade, além da necessidade de investimentos para continuar fortalecendo a produção local.

Weslley Tadeu, designer gráfico e videomaker, ressaltou que o Museu do Inusitado representa um misto de criatividade e experimentações, e a produção desses vídeos permite mostrar diferentes formas de arte, tanto na quebrada quanto fora dela.

Julio Cesar Pereira de Freitas Guató, professor e ativista da luta indígena, enfatizou a importância do registro das sabedorias das populações indígenas para as gerações futuras e para o entendimento da sociedade não indígena.

Airumã Estrela D'água, eletricista, fotógrafo e autônomo, destacou a importância de contar a história a partir da perspectiva das comunidades periféricas e a necessidade de recursos para apoiar esses projetos.

O fotógrafo Wellington Carvalho de Souza, que atuou na captação de imagens e na edição de um dos vídeos da Mostra, destacou a gratificação de trabalhar em um espaço inspirador com intervenções artísticas variadas. Ele mencionou a importância do impacto visual e da estética, além de valorizar a abordagem inovadora e inusitada que o projeto trouxe para o local periférico. Souza enfatizou a riqueza das interações entre pessoas de diferentes gerações e visões artísticas. Ele acredita que vídeos experimentais têm o poder de ampliar a visão sobre temas cotidianos e memórias culturais.

Além disso, o fotógrafo apontou a importância do investimento público para fomentar a produção desse tipo de conteúdo, abrindo espaço para novos criadores e ideias. Por fim, destacou que iniciativas como o Museu do Inusitado são resistentes e necessárias para promover o trabalho experimental em meio à indústria audiovisual voltada para fins comerciais.

Portanto, o Museu do Inusitado continua a desempenhar um papel fundamental na promoção da cultura periférica e na capacitação de artistas locais, demonstrando o poder da arte e do audiovisual para criar mudanças positivas nas comunidades marginalizadas. Com mais investimentos e apoio, esses esforços podem se expandir e prosperar, proporcionando um futuro brilhante para os talentosos artistas das periferias de São Paulo.

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