31/10/2023 às 01h52min - Atualizada em 31/10/2023 às 01h52min

Chevrolet Montana RS tem visual esportivo discreto e dinâmica convincente

Traje esporte

Com a versão RS, a Chevrolet levou a Montana para um conceito que é comum para as marcas americanas, mas que não é muito frequentado pelas europeias. Busca esportividade em picape geralmente significa ampliar a capacidade off-road. Quando a ideia é torná-la mais requintada, os recursos é colocar alguns cromados e enfeites, bem ao estilo texano. Já a marca da General Motors, há muitos explora a potência e a agressividade. E, neste caso, a Montana tem uma composição bem adequada.
A Montana conta com um motor 1.2 Turbo que rende 132 cv e 19,4 kgfm com gasolina e 133 cv e 21,4 kgfm com etanol, gerenciado por um câmbio automático bem calibrado, de seis marchas. Não é muito impressionante diante de rivais como Renault Oroch e Fiat Toro, respectivamente com 170 cv e 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque. Mas a favor da picape da Chevrolet há um projeto mais moderno, com aços mais resistentes e leves, que fazem com que ela tenha uma ótima rigidez torcional, mesmo sendo 120 kg mais leve que a picape da Renault e 340 kg mais leve que a Toro. Resultado: o zero a 100 km/h da Montana é feito em 10,1 segundos, ou 0,3 s a mais que a Oroch e 0,5 a menos que Toro. Ou seja: está embolada com as outras, mas com a vantagem de ser mais econômica.
Outra vantagem que a Montana tem é na relação custo/benefício. A picape da Chevrolet tem uma série de itens que só aparecem em versões bem mais caras da Toro e sequer constam da lista de equipamentos. Ela traz seis airbags, central multimídia de 8 polegadas com espelhamento sem fio, luz de condução diurna, faróis de acendimento automático, regulagem de espelhos e vidros elétricos, travas que atuam inclusive na tampa traseira, monitoramento de pressão dos pneus e protetor de caçamba, rodas de liga leve aro 17, rack no teto, controle de cruzeiro, limitador de velocidade, sensor e câmera de ré, chave presencial para travas das portas, ignição e tampa traseira, capota marítima, acabamento em couro sintético no bancos, carregador por indução, ar automático, alerta de ponto cego e faróis full led.
No caso da versão RS, ela tem detalhes específicos como grade frontal estilo colmeia com detalhes em preto brilhante, black bow tie (a gravatinha da Chevrolet em preto) na grade e no volante, emblema RS na grade e na tampa traseira, rack de teto e santantônio integrados, roda de alumínio em preto e diamantado, capa dos retrovisores em preto brilhante, volante, painel, bancos e encosto de braços com couro sintético preto e pespontos vermelhos e detalhes internos com guarnições em preto brilhante.
Desde que chegou efetivamente ao mercado, em março deste ano, a Montana já emplacou mais de 24 mil unidades, com uma média superior a 3 mil exemplares mensais. É quase três vezes o que a antiga Montana obtinha, apesar de brigar em um segmento inferior, mais barato, onde hoje estão Volkswagen Saveiro e Fiat Strada. O caso é que a Chevrolet tem uma margem estreita de preços para sua picape, que tem apenas a motor 1.2 turbo disponível e tem valor inicial de R$ 122 mil. A RS, que divide o topo da gama com a Premier, sai a R$ 153.130 (R$ 155.080 com pintura) e oferecendo um ótimo custo/benefício. Mas briga numa faixa de mercado com excesso de ofertas.
 

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.2 turbo dá margem para que a Chevrolet coloque um traje esportivo na Montana sem passar vergonha. A picape tem disposição para disposição boas arrancadas e retomadas, mesmo carregada. É ágil para se sair bem no tráfego urbano, com a vantagem de não ser desajeitada ‑ até parece menor do que é. A aceleração de zero a 100 km/h em 10,1 segundos é bem satisfatória para o segmento. Nota 8.
Estabilidade – A suspensão é firme, até porque precisa trabalhar com uma gama ampla de carga. Isso acaba oferecendo um controle da carroceria bem efetivo, sem comprometer o conforto nas irregularidades normais do asfalto. Nas curvas, o comportamento é neutro tanto com carga quanto sem. Nota 8.
Interatividade – A Montana RS é uma top de linha. Isso significa que traz todos os recursos oferecidos para a linha – que no caso de picapes, costumam ser menos numerosos que nos veículos de passeio. Ela tem espelhamento de celulares sem fio, roteador wi-fi, sensor de ponto cego, controle de cruzeiro, chave presencial, sensor de luz, câmera, sensores de ré e computador de bordo de fácil acesso. Nota 8.
Consumo – A Montana cobra no consumo a potência e o desempenho que oferece. A picape obteve nos testes do InMetro uma média de 7,7/9,3 km/l com etanol na cidade/estrada e 11,1/13,3 km/l com gasolina, nas mesmas condições. A classificação no Conpet foi B na categoria e C no geral. Nota 7.
Conforto – O habitáculo aproxima a Montana de um SUV. A exceção fica por conta da inclinação do encosto do banco traseiro, que é muito verticalizado. No mais, o interior tem bastante espaço e que vai nos bancos dianteiros tem um tratamento ainda melhor. O teto panorâmico oferece um certo requinte ao ambiente. A suspensão por sua vez, consegue absorver bem as irregularidades do piso. Já o isolamento acústico só perturbado pelas vibrações geradas pelo propulsor. Nota 8.
Tecnologia – A arquitetura eletrônica até permitiria que a Montana trouxesse tantos recursos de assistência à condução quanto o Tracker ou o Onix. Mas a Chevrolet preferiu de equipar a picape apenas com os itens mais óbvios, mas que ainda a deixam bem em relação ao que os rivais de segmento oferecem. Nota 7.
Habitabilidade – Há bastante espaço no interior e também no compartimento de carga – que comporta 874 litros sob a capota marítima. Por dentro, a picape traz nichos no console central, sob o apoio de braço e nas portas que permitem organizar facilmente os objetos pessoais. A suspensão sustenta até 600 kg – ou quatro adultos médios e ainda uns 300 kg de carga. É menos que a Fiat Strada, por exemplo, mas é suficiente para o dia a dia. Nota 9.
Acabamento – A versão RS traz revestimento em couro sintético de boa qualidade no volante, apoio de braço, console frontal e bancos com detalhes e pespontos em vermelho para valorizar a vocação esportiva. A mistura de materiais é bem dosada, em preto com detalhes em preto brilhante, sem cromados. Até o símbolo da Chevrolet no volante é em preto – o chamado black bow tie, também presente na grade. Nota 8.
Design – Externamente, a Montana RS traz uns pouco diferenciais em relação às demais versões da picape. A mais notáveis são a grade em estilo colmeia em preto brilhante, os emblemas RS na frente e na traseira, rack e santantônio integrados em preto fosco, rodas com parte usinada e parte em preto fosco e capas dos retrovisores em preto brilhante. Tudo discreto e elegante. Nota 8
Custo/benefício – A Chevrolet Montana RS custa R$ 153.130 (R$ 155.080 com pintura metálica). Fica um pouco acima da Renault Oroch de topo e da Fiat Toro de entrada, que custam R$ 149 mil. No entanto, alguns equipamentos da RS, como chave presencial, carregador por indução etc, só estão presentes na Toro de topo, a Volcano, e nem são oferecidos na Oroch. Para quem procura uma picape bem recheada, a Montana apresenta um bom custo/benefício. Nota 8.
Total – A Chevrolet Montana Premier somou 79 pontos em 100 possíveis.
 

Impressões ao dirigir
Forma e conteúdo

A Montana RS foi uma forma interessante de a Chevrolet tirar proveito do bom comportamento do motor 1.2 turbo de 132/133 cv e 19,4/21,4 kgfm. Mais que os números da ficha técnica, o que mais impressiona é a rapidez com que disponibiliza a potência e o torque nas faixas de velocidades úteis, seja na cidade, seja na estrada. E o conjunto ainda que conta com um câmbio de 6 marchas muito ágil, que oferece uma aceleração bem progressiva e com um turbo lag muito discreto.
A não ser pelos adornos de modelo de um com visual esportivo, a dinâmica da RS é idêntica à da Premier. A suspensão é muito bem acertada para dar conta do desempenho do modelo sem sacrificar o conforto – que para uma picape, é bom. A Montana se vale de uma cabine com altura menor que as rivais do segmento de médias-compactas para oferecer mais estabilidade e facilidade de acesso. A posição motorista, no entanto, mantém a visão mais ampla do trânsito.
Por dentro, a picape se vale dos conceitos de um SUV. Ou seja: posiciona os ocupantes de forma mais ereta, o que melhora o aproveitamento do espaço oferecido pelo bom entre-eixos de 2,80 metros. O habitáculo é espaçoso e agradável, com boa área para pernas e cabeças, também por conta da boa altura do veículo. Ao mesmo tempo, a cabine não é tão alta a ponto e dificultar o acesso ao interior. O nível de equipamentos também é outro ponto positivo, com o espelhamento de celulares sem cabo, sensores de ponto cego e de obstáculos traseiros, câmera de ré e chave presencial, entre outros confortos.
 

Ficha técnica
Chevrolet Montana RS
Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.199 cm³, com três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor, injeção direta e controle eletrônico de aceleração.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Controle eletrônico de tração.
Potência: 132/133 cv a 5.500 rpm com etanol/gasolina.

Torque: 19,4/21,4 kgfm a 2 mil rpm com etanol/gasolina.
Diâmetro e curso (mm): 75 X 90,5.
Taxa de compressão: 10,5:1.
Aceleração 0-100 km/h: 10,1 segundos.
Velocidade máxima: 160 km/h.
Suspensão: Dianteira do tipo independente McPherson, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos a gás. Traseira com eixo de torção, amortecedores hidráulicos a gás e duplo batente. Controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 215/55 R17.
Freios: Discos dianteiros ventilados na frente e tambores atrás, com ABS.
Carroceria: Picape cabine dupla em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,72 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,66 m de altura e 2,80 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cabeça.
Peso: 1.310 kg com 600 kg de carga útil.
Capacidade da caçamba: 874 litros.
Tanque de combustível: 44 litros.
Produção: São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil.
Preço: R$ 153.130 (R$ 155.080 com pintura metálica).

AVALIAÇÃO DO CHEVROLET MONTANA RS 1.2 TURBO por Eduardo Rocha | Auto Press


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