27/10/2023 às 13h51min - Atualizada em 28/10/2023 às 00h02min

Pela primeira vez em Minas: Hospital da Baleia realiza cirurgia inovadora muda a vida de amputados

Cirurgia de Osteointegração Ortopédica é inédita em Minas Gerais e a décima do Brasil. Técnica de osteointegração permite melhoria da função do membro amputado e reduz problemas causados com o atrito das próteses convencionais.

Assessoria Hospital da Baleia: Marlon Marques - OrtoProtesista, Grazielle Carvalo.
Paciente: José Afro Ruas Filho - Assessoria Hospital da Baleia: Marlon Marques - OrtoProtesista, Grazielle Carvalo.
Acervo Pessoal

O Hospital da Baleia realizou a primeira cirurgia de osteointegração de Minas Gerais. A técnica, inovadora no Brasil, trazida pelo cirurgião ortopedista Bruno Souto Franco, consiste em implante de uma endoprótese no osso do membro amputado, com posterior acoplamento da prótese externa. 

A técnica promove melhoria na qualidade de vida do paciente, que melhora a função do membro amputado, reconquistando capacidade de propriocepção – identificação de posição do pé e terreno onde pisa – e maior estabilidade. Promove ainda a redução dos problemas de adaptação do tecido, que geralmente sofre com ferimentos devido ao atrito com as próteses convencionais.

A cirurgia foi realizada nesta quinta-feira (26), com o implante de uma haste de titânio poroso no canal interno do osso. Essa peça, que foi doada pela empresa (consultar o Dr Bruno se divulgamos a empresa) passará, nas próximas semanas, por um processo chamado de osteointegração, que é o crescimento e acoplamento do tecido ósseo no eixo de metal. Uma parte da prótese fica externada, para encaixe do restante da prótese (área visível).

Dr. Bruno Souto se especializou para esse procedimento na Austrália, no início do ano, trazendo para o Hospital da Baleia mais uma técnica de referência em ortopedia.  De acordo com o ortopedista, que é um dos poucos no país a se especializar na técnica, o grande diferencial  nesta cirurgia é o uso da endoprótese de titânio, um componente metálico implantado no osso do paciente, proporcionando um encaixe perfeito da prótese. “Esta técnica  tem o potencial de aumentar significativamente a função executiva do paciente, minimizando os danos e proporcionando uma melhora na qualidade de vida”, disse. 

A realização dessa cirurgia coloca Minas Gerais  na vanguarda das inovações médicas para pacientes amputados e agrega ainda mais ao Serviço de Ortopedia do Hospital da Baleia, que já se consolidou como uma referência nacional em reconstrução e alongamento ósseo e outras técnicas ortopédicas, atendendo via Sistema Único de Saúde, convênios e particular. “A expectativa é que, daqui para a frente, a capital mineira venha a receber mais pacientes interessados na cirurgia, pois o uso de uma técnica inovadora como essa na  amputação de um membro pode transformar não apenas a vida do paciente amputado como todo o cenário que temos atualmente relacionado à esse tipo de cirurgia”, completa o médico.

Reabilitação do paciente: O que há de novo nessa técnica?

Este método consiste na inserção de uma peça em titânio dentro do osso e a migração das células ósseas para a superfície deste metal.

No Brasil apenas dez pessoas receberam essa técnica da medicina que pode mudar a vida de pessoas amputadas e/ou deficientes. A clínica Orto-San Ortopedia, especializada em Ortopedia Técnica, também atua de maneira fundamental nesse caso.

O paciente em processo de recuperação, ao atingir metade de seu peso corporal, passa pela etapa de introdução da prótese. A fisioterapeuta e ortoprotesista da Orto-San, Grazielle Carvalho explica um pouco sobre essa fase.

“O paciente sai do hospital sem a prótese e na fisioterapia ele vai aprendendo a realizar a descarga progressiva de peso no membro operado. Após conseguir carregar o peso adequado para o membro, iniciamos a adaptação com sua prótese.

O protocolo deve ser realizado sob supervisão do fisioterapeuta para que a osteointegração ortopédica  tenha sucesso. Dessa forma, com o passar das fases e aquisição de marcos, evoluímos para sua prótese definitiva. Quando o paciente já está de alta da fisioterapia, ele será instruído a realizar um acompanhamento para manutenções.”. 

O tempo médio para realizar a reabilitação são geralmente cerca de seis meses, mas o acompanhamento dura por toda a vida. A OrtoProtesista atua diretamente no retorno das atividades de vida diária do paciente, sua função é estudar, construir, adaptar e aplicar dispositivos biomecânicos a pacientes com amputação ou ausência congênita dos membros (Próteses/Ortopróteses) ou deficiência funcional total ou parcial (ortoprótese).

“Esse procedimento veio para transformar a vida do paciente, recuperando a qualidade de vida. É emocionante escutar o relato de cada paciente que passou por esse processo”, pontua a ortoprotesista Grazielle.

Conheça o caso do paciente: 

O paciente é um atleta José Afro Ruas Filho, de 42 anos. Ele sofreu um acidente no início de 2023, quando pedalava na Avenida Cristiano Machado. No ato do atropelamento teve sua perna amputada. Após a cirurgia de recuperação do acidente, passou a usar uma prótese convencional, que fica em contato com a pele e tecido mole da coxa esquerda. 

Porém, não conseguiu se adaptar. O objetivo: voltar a pedalar e inspirar as pessoas.

Para esse processo de readaptação, passará por um novo aprendizado de como se movimentar, desde colocar os pés no chão, com descarga do seu peso sobre a perna, passando pelos primeiros passos até chegar na integralidade dos movimentos que necessitará para voltar à bicicleta.



 

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