18/10/2023 às 22h52min - Atualizada em 18/10/2023 às 22h52min

Volkswagen Taos 2023 é dinâmico e confortável, mas peca no design sem graça e excesso de simplicidade

Ausência de glamour

O Volkswagen Taos foi lançado na América do Sul em outubro de 2020 e veio para rivalizar com o Jeep Compass, no segmento intermediário de SUV médios-compactos. Apesar das pretensões da marca alemã de fazer diferença no mercado – projetava vendas em torno de 4 mil unidades por mês  , o modelo ficou estagnado em torno dos 1.200 emplacamentos mensais, ou quatro vezes menos que o líder do modelo da Jeep. Até mesmo o Toyota Corolla Cross, que entrou na briga meses mais tarde, teve melhor destino, com cerca de 3.300 vendas mensais. Nesse meio tempo, o Taos até recebeu alguns pequenos ajustes que, a rigor, não alteraram a experiência de uso. O SUV da marca alemã acaba pecando em dois aspectos: materiais de acabamento e preço. O modelo hoje começa em R$ 186.280 na versão Comfortline – o que o deixa, em média, R$ 10 mil mais caro que os concorrentes. Na versão avaliada Highline, que custa a partir de R$ 212.480, a discrepância só se amplia.
Recentemente, o modelo foi reestilizado na China, onde foi lançado em 2018, mas as mudanças só devem ser adotadas no modelo produzido na fábrica argentina de Pacheco, na Grande Buenos Aires, na linha 2025. Até lá, as novidades são pequenas perfumarias, como redesenho das rodas ou a mudança no controle do ar-condicionado, que passou a ser tátil. O modelo, no entanto, tem suas qualidades. Uma delas é o uso da plataforma MQB A1, de 2017, a mesma do Jetta, junto com uma suspensão traseira multilink. O motor é o velho conhecido 250 TSi flex, que rende 150 cv e 25,5 kgfm, gerenciado pela caixa automática de seis velocidades, que direciona a força para as rodas dianteiras. Em comparação com a concorrência, este 1.4 turbo perde em potência, mas supera em torque tanto o Corolla Cross quanto o mais novo competidor no segmento, que é o Honda ZR-V, que chega no final de outubro no Brasil.
Visto de fora o Taos se mostra um dos Volkswagen menos graciosos dos últimos tempos, principalmente na traseira. E embora tenha a clássica aparência sólida da marca junto com elementos de personalidade como a moldagem em triângulo na ponta do para-choque, barra de led atravessando a grade e carroceria em dois tons – estes dois últimos só equipam a versão Highline.
Por dentro do Taos está um bom Volkswagen, prático e robusto, embora peque de tão sóbrio, principalmente nas texturas no estilo granito que dão uma aparência extremamente simples, que não agrada no segmento. Os plásticos são desagradáveis ao toque, mas tudo parece resistente e bem montado. O melhor no habitáculo é o espaço nos bancos traseiros que inclui comodidades como luzes de led, saídas de ar, saídas USB e apoio de braço central. O porta-malas é largo e profundo, enquanto o piso um estepe temporário.
Em relação a equipamentos, a versão Highline traz chave presencial para travas e ignição, ar-condicionado duplo, painel digital e bancos dianteiros aquecidos. Teto solar panorâmico, pintura em duas cores e rodas de 19 polegadas engordam o preço para R$ 221.550 panorâmico. Em relação aos itens de segurança, o Taos conta com um bom arsenal. Ele traz câmera de ré, sensores de ponto cego, farol alto automático e um pacote ADAS que inclui controle de cruzeiro adaptativo com função stop&go, alerta de colisão com frenagem autônoma e monitoramento de faixa.
Por dentro, são duas telas. A primeira, com 10,25 polegadas, é a do painel de instrumentos digital, que ainda está entre os melhores do mercado e é configuráveis em diferentes grafismos e formas de visualização. A outra é da central multimídia, VW Play, com 10,1 polegadas. O equipamento faz espelhamento sem fio de celulares e se caracteriza pela ausência de controles físicos – lógica adotada agora também no ar-condicionado. Resultado: é preciso olhar para mudar a temperatura e para isso se tira os olhos da estrada. Não por acaso, os novos modelos estão voltando a ter controles por botão.

Impressões ao Dirigir
Simples assim
O motor do Taos realmente perde um pouco em potência em relação à concorrência. No entanto, é um dos melhores em torque. Se a ideia é pisar forte no acelerador, há aquele famigerado turbo lag, o tempo de espera para que a turbina encha e o carro consiga reduzir a marcha e injetar força. Depois dessa espera, que não chega a dois segundos, ele se torna energético e constante. A transmissão não e tão responsiva quanto a de oito marchas, mas é boa e também oferece modos sequenciais nas espátulas atrás do volante. A idade do motor começa a ser notada no consumo, não tão baixo, mais do que tudo o urbano, onde faz 7,6 km/l com etanol e 10,9 km/l com gasolina. Na estrada, os números sobem para 9,1 e 13 km/l, com notas A no segmento e C no geral.
No mais, o Taos corresponde ao repertório clássico da marca alemã. É agradável de conduzir, a posição de condução é boa, com assento longo que permite apoiar bem as pernas e espelhos retrovisores suaves. A direção tem bom peso e precisão, assim como o pedal do freio. A rodagem deste SUV é confortável, com um pouco mais de rigidez que o desejável na cidade, mas com um comportamento bastante estável na estrada, com boa insonorização. Como produto, o Taos se mostrou bem resolvido, espaçoso, e confortável, mas exageradamente simples.

AVALIAÇÃO DO VOLKSWAGEN TAOS 2023 por Hernando Calaza autocosmos.com/Argentina | exclusivo no Brasil para Auto Press

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