16/10/2023 às 18h17min - Atualizada em 16/10/2023 às 20h09min

Projeto “São Paulo 470 Anos” tem início com manifesto contra privatizações propostas pelo Estado

Durante jantar de lançamento de agenda alusiva ao aniversário da capital, Pró-Vítima e Galeria VerArte alertam que a desestatização do Metrô e da CPTM poderá limitar o acesso da população à Cultura, a partir do fechamento de espaços públicos

Simone Leone
Celeste Leite dos Santos
O Instituto Brasileiro de Atenção e Proteção Integral a Vítimas (Pró-Vítima) lançou um manifesto contra as privatizações em andamento no estado de São Paulo. O posicionamento ocorre em virtude das consequências sociais e culturais que devem limitar o acesso da população a espaços públicos. O documento foi divulgado durante o jantar de lançamento do projeto “São Paulo 470 Anos”, alusivo ao aniversário da maior cidade da América Latina (25/1).

As privatizações propostas em solo bandeirante cerceiam a atividade de artistas dos mais variados segmentos, no entendimento da presidente do Pró-Vítima, a promotora de Justiça Celeste Leite dos Santos. Para a jurista, a desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e das linhas da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM) e do Metrô tiram o poder de expressão da comunidade artística, que utiliza muitos desses espaços públicos:

“Privatizar não pode significar o fim de locais de expressão de pintores, de escultores, de fotógrafos e de vários outros artistas. Essas áreas são pilares do que é São Paulo, não de hoje: uma cidade onde o Turismo Artístico está presente. A desvitimização e o bem-estar, defendidos pelo Pró-Vítima, também ficam ameaçados, pois a privatização tende a limitar o lazer, a cultura, a convivência coletiva e demais atividades que só são proporcionadas em locais públicos”, argumenta Celeste.

Para a presidente do Pró-Vítima, a desestatização também pode gerar insegurança à comunidade como um todo, uma vez que não garante melhores preços e qualidade no serviço prestado ao cidadão. Além disso, Celeste insiste quanto ao acesso do público a espaços que hoje não são geridos por empresas, mas, sim, pelo Estado:

“Não há garantias de nada: nem de melhor valor para o bolso do cidadão, que paga a passagem do trem e do metrô e a conta de água, nem que a democratização dos espaços será mantida. O Pró-Vítima se preocupa com a redução do bem-estar social que muitos precisam para superar traumas, a vitimização e a vulnerabilidade. São Paulo é uma capital plural. Num de seus aniversários mais importantes, não pode se restringir a ser o que é: uma metrópole de todos e para todos”.
 
São Paulo 470 Anos

Abrigados no Così Restaurante (rua Haddock Lobo, 1.589 - Cerqueira César), o lançamento do jantar do projeto “São Paulo - 470 Anos” e a divulgação do manifesto contra as privatizações no estado reuniram autoridades, artistas e representantes da sociedade civil organizada, como o 1° secretário da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), o promotor de Justiça Pedro Eduardo de Camargo Elias; o secretário do Diretório Municipal do PT de São Paulo, Luciano Barbosa; a advogada Maíra Calidone Recchia Bayod, presidente do Observatório Eleitoral da Ordem dos Advogados (OAB) - Seccional São Paulo; e a artista plástica Silvana LaCreta Ravena.

A Galeria VerArte, co-autora do projeto cultural de aniversário da capital paulista, também apoia o manifesto do Pró-Vítima contra as privatizações propostas pelo Estado. Tanto que vai promover parte da agenda dos 470 anos da cidade em locais públicos.

Com curadoria de Vera Simões, a iniciativa vai abarcar uma exposição de 17 banners gigantes, durante 22 dias, no principal corredor cultural da América Latina: a fachada do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Além disso, serão dispostos nas estações do Metrô 19 totens em referência aos bairros de São Paulo.
 

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