09/10/2023 às 13h41min - Atualizada em 09/10/2023 às 20h03min

Entrevista com a autora Eliane Borges, de "Na Fresta entre os Mundos" fala sobre processo de criação de sua obra

Confira na íntegra a entrevista que a escritora e professora universitária cedeu à imprensa.

Alex Yan da Costa Mendes
Assessoria de imprensa da autora
Arquivo pessoal
Luiza decide embarcar em uma aventura no exterior, como parte de seu doutorado. O destino escolhido é uma tribo indígena localizada no deserto do estado do Novo México, nos Estados Unidos, onde ela vai fazer pesquisa de campo, juntamente com seu professor, Fernando, e seu colega de universidade, Mateus.
 

“Na Fresta entre os Mundos” é o romance de estreia da autora Eliane Borges e você pode conferir essa entrevista com ela e entender mais sobre a premissa do livro.

1 - Como foi o processo de construção do universo de “Na Fresta entre os Mundos”?

E.B Como costuma ser, começou com algumas ideias vagas e foi se apresentando para mim. Fui buscar em algumas referências do passado a ideia de mistério do deserto, em uma viagem que fiz, à época, à California, às minhas lembranças de passagens das obras de Castañeda. Tive de buscar um pouco na internet, principalmente sobre povos indígenas da região. Tudo junto, mais algumas coisas que apareciam como ideia, e a história, os personagens foram se construindo, um tanto por eles mesmos.

2 - Como surgiu a ideia da composição dos personagens?

E.B Luiza é em parte alguém que fui no passado, mas ganhou vida e personalidade própria na história. Fernando é um misto de professores que tive, encarnados em um corpo indígena. Ele se guia pela racionalidade, pela ciência, em um movimento conflituoso de fuga de suas origens. Mateus é o colega que também vive os conflitos de identidade de existir em dois mundos, mas que tem sua opção mais clara, de permanecer com um pé nas suas origens. Davi é quem já experimentou o “mundo lá fora” e resolveu voltar. Cada personagem se apresenta em contraponto e complementariedade em relação aos outros.

3 - Você aborda temas universais, como a cultura, espiritualidade, filosofia e autoconhecimento. Por que alinhar essas mensagens com a sua escrita?

E.B Porque é sobre isso que eu quis falar, sobre isso que eu sei falar (ou escrever). Vivemos em um mundo desencantado pela razão, que desencantou a nós e à nossa relação com as pessoas e com as coisas. O importante, então, é reencantar o mundo, buscar percebê-lo na sua magia, nos seus milagres, e nos reencontrarmos como parte desse grande mistério. A espiritualidade, em sua essência, é o que pode nos conduzir nesse caminho de conhecimento, de reflexão e vivências. E, “o conhecimento brota em muitos lugares”, e esses lugares têm suas culturas que, em algum de seus fios, que precisam ser buscados e encontrados, se revela em sabedoria.

4 - A ideia de abordar sobre o Novo México e sua cultura tem um motivo especial?

E.B Apenas um cenário com alguma relação com a realidade. Lá ainda vivem povos originários norte-americanos, há um mundo desértico. De certo modo uma recriação, com muita licença poética, de alguns dos cenários dos livros de Castañeda.
 

5 - Como que a história da Luiza faz conexão ou identifica com outras mulheres?

E.B Luiza se aproxima de um arquétipo do feminino que, no sentido de complementariedade, também traz nela traços que tradicionalmente são atribuídos ao masculino. Ela é uma mulher forte, guerreira, destemida em sua busca de conhecimento. Conhece os próprios medos mas não é paralisada por eles. Em sua essência é curiosa, determinada, e sabe que sua liberdade de fazer escolhas é possível porque outras mulheres lutaram antes, abrindo caminho para ela. Sabe que uma parte de um fio invisível, de emergência do feminino, como afeto, como escuta, como proteção da vida. Sabe também que é herdeira e representante do que o feminino tem de mais essencial, que é o se desdobrar em vida, no silêncio.

6 - A inspiração que veio com a literatura de Castañeda é fruto de pesquisas acadêmicas ou é algo mais pessoal?

E.B Completamente pessoal. A obra de Castañeda marcou parte da minha jornada, e a considero belíssima, e profundamente inspiradora, no sentido espiritual.

7 - Além de introduzir uma personagem feminina e aventureira, que outras mensagens você transmite em sua obra?

E.B Que é preciso mergulhar em si mesmo, por meio do estudo, da contemplação e meditação, com muita humildade, para se percorrer o caminho do conhecimento. Que a cura de nossas dores é possível por meio do reencontro com nosso eu mais profundo, que tantas tradições ensinam. Que há esperança quando há afeto, amor e amizade. Que o feminino é o caminho da redenção do mundo, o feminino como princípio, que deve também emergir nos homens.

7 - Quais são os seus planos para 2024? Teremos uma continuação da obra ou novos escritos?

E.B Teremos um novo livro. Gosto de trabalhar movimentos de opostos. Será sobre yin e yang.

FICHA TÉCNICA:

Título: Na Fresta entre os Mundos

Autora: Eliane Borges

ASIN: B0BVCZPQCM

Página: 191

Preço: E-book Kindle: R$20,95

Onde Comprar: Amazon

Sobre a autora:

Eliane Borges é professora universitária. Vive e trabalha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Nasceu no Sul do Brasil, onde passou a infância e a adolescência. Seus estudos, que chegaram ao doutorado, são focados em Ciências Sociais, Fotografia, Cinema Antropológico e Infância.

Redes Sociais: https://www.instagram.com/escritoraelianeborges/


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