05/10/2023 às 15h58min - Atualizada em 06/10/2023 às 00h08min

Rio de Janeiro já tem um passaporte ambiental

Instituto Brasileiro de Biodiversidade - BRBio lançou, em parceria com a prefeitura do Rio, o "Passaporte Carioca - Conexão Costeira em Ação"

Trevo Soluções em Comunicação
José Luís Figueiredo

O Instituto Brasileiro de Biodiversidade – BrBio, junto a Secretaria Municipal de Ambiente e Clima – SMAC, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, lançou, o primeiro volume do “Passaporte Carioca: Conexão Costeira em Ação!”. O evento, realizado no Parque Natural Municipal de Marapendi, foi aberto ao público e incluiu diversas atividades realizadas pelo BrBio, Centro Brasil no Clima, laboratórios da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e da escola Eliezer Max, sobre cultura oceânica, poluição e bioinvasão marinha, conservação da biodiversidade, Agenda 2030, acidificação dos oceanos e sobre as áreas protegidas que estão no passaporte. Ao final do evento, os presentes caminharam junto dos gestores das UCs e da equipe do Passaporte por uma trilha do Parque, participaram de um plantio de muda e acompanharam o registro dos primeiros carimbos.

 

 

Passaporte Carioca

Com 38 páginas repletas de informações, imagens e mapas, o passaporte permite a cariocas e turistas conhecerem cinco unidades de conservação da cidade do Rio de Janeiro: os Parques Naturais Municipais da Prainha, Chico Mendes, de Marapendi e Paisagem Carioca e o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca. O passaporte será entregue gratuitamente aos visitantes, que receberão um carimbo após a visita em cada uma das unidades de conservação. A equipe responsável pela criação do passaporte entende que a iniciativa é um novo caminho para o setor de turismo, incluindo cidades e oceanos.

 

 

“Quando pensamos no Rio de Janeiro, imediatamente associamos a cidade ao mar. O Passaporte Carioca vem reforçar essa relação, contribuindo para a Agenda 2030 e os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir do ODS 14: vida na água e também a Década do Oceano, de 2021 a 2030”, explica Simone Siag Oigman Pszczol, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Biodiversidade – BrBio e coordenadora executiva do projeto que deu origem ao passaporte.

 

 

Segundo Tainá de Paula, secretária Municipal de Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, a iniciativa visa apresentar a biodiversidade carioca para os moradores e para quem visita a cidade, ressaltando as belezas naturais da capital fluminense. “O Rio é carinhosamente chamado de “Cidade Maravilhosa” e não é à toa. Temos uma biodiversidade invejável e é preciso que esses espaços sejam conhecidos e, através desse conhecimento, eles sejam protegidos, bem cuidados por todos os que utilizam esses aparelhos públicos. O Rio e suas paisagens, como o Morra da Urca, precisam de cuidado e o Passaporte Carioca vem para levar essas informações de forma organizada a esses diversos públicos”, comenta.

 

 

O passaporte começa apresentando a cultura oceânica, um movimento global que busca conectar as Ciências do Mar à Educação e à sociedade, e apresenta as evidências da estreita relação do Rio de Janeiro com o mar. Em seguida, são apresentadas algumas unidades de conservação costeiras e marinhas da cidade. No passaporte são disponibilizadas informações como: endereço, contatos, horário de funcionamento, entradas, acessos e infraestrutura.

 

 

“O Passaporte Carioca tem grande importância para a valorização das áreas de proteção costeiras, para o conhecimento da história natural da cidade e principalmente para o fomento do turismo ecológico responsável. O Centro de Educação Ambiental da SMAC entende o passaporte como uma ferramenta que proporciona o contato das pessoas com ambientes naturais e possibilita a realização de atividades que promovem a vivência e o conhecimento da natureza, além de estimular a proteção de áreas com potencial para o ecoturismo”, afirma Marcia Costa, gestora do Centro de Educação Ambiental da SMAC, da Prefeitura do Rio de Janeiro.

 

 

O “Passaporte Carioca, Conexão Costeira em Ação” foi pensado por um grupo de pesquisadoras como um instrumento de aproximação entre as pessoas e as unidades de conservação costeiras e marinhas do Rio de Janeiro e para incentivar a visitação consciente a ambientes naturais. “O Passaporte Carioca incentiva a visitação consciente nas áreas protegidas da cidade, contribuindo para a conservação dos ecossistemas de restinga, praia, lagunas, entre outros”, explica Camila Meireles, pesquisadora e educadora do BrBio. E Simone, por fim destaca a contribuição do passaporte à sociedade na compreensão que somos parte da biodiversidade e na urgência de um novo encontro dos mundos com mais afetos e harmonias, para uma vida mais saudável neste planeta”.

 

 

Algumas curiosidades

 

- O Parque da Prainha foi criado, a partir de um projeto de autoria de Alfredo Sirkis, vereador e ambientalista, após uma forte mobilização popular, com a participação de surfistas e frequentadores. O objetivo foi impedir a construção de um condomínio residencial, com um hotel, no local;

 

- As trilhas planas são uma das atrações do Parque Chico Mendes, no Recreio dos Bandeirantes;

 

- O Parque de Marapendi apresenta inúmeras espécies ameaçadas como a lagartixa-de-praia Liolaemus lutzae, a borboleta-da-praia Parides ascanius, e a preguiça-comum Bradypus variegatus, símbolo desta unidade de conservação;

 

- O Parque Natural Municipal Paisagem Carioca é a unidade de conservação municipal de proteção integral com a maior área marinha, sendo a única que engloba uma ilha;

 

- O Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca oferece mais de 150 vias de escalada e boulders e é um dos locais mais escalados do Brasil;

 

 

Prainha

 

Criado em 1999, a partir de um projeto de autoria do ambientalista Alfredo Sirkis, que foi vereador e secretário de urbanismo e meio ambiente da cidade, a partir de uma forte mobilização popular, o Parque Natural Municipal é cercado pelos morros do Caeté e da Boa Vista e da Pedra dos Cabritos. O parque apresenta ecossistemas de restinga, costão rochoso, praia arenosa, alagados e floresta. Na Prainha são encontradas espécies como a tartaruga verde Chelonia mydas, escolhida como um símbolo da fauna da região, e a orquídea Cattleya guttata, ameaçada de extinção. Os principais atrativos do parque são a praia, conhecida por reunir praticantes de surf, e as trilhas, como a do Mirante do Caeté, que oferece uma linda vista das praias da zona oeste. Possui também rochas que atraem escaladores praticantes da modalidade “Boulder”. A Prainha recebeu, em 2012, o certificado Bandeira Azul, da ONG Foundation Environmental Education (Fundação para a Educação Ambiental), concedido às praias e áreas costeiras que cumprem 33 exigências em quatro diferentes quesitos: qualidade da água, gestão ambiental, educação ambiental e segurança.

 

 

Parque Chico Mendes

 

A proteção da Lagoinha das Tachas, a única de água doce do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, foi o principal motivo para a criação, em 1989, do Parque Natural Municipal Chico Mendes. Essa importante unidade de conservação, no Recreio dos Bandeirantes, ganhou ainda mais relevância ao receber o nome do líder seringueiro e ambientalista do Acre, famoso internacionalmente por sua luta em prol da Floresta Amazônica. Conhecido por ser o habitat do jacaré-de-papo-amarelo Caiman latirostris, o Chico Mendes tem a predominância de áreas alagadas, restinga arbustiva arbórea e floresta. Os visitantes têm a oportunidade de observar de inúmeras espécies raras e ameaçadas de extinção, da fauna e da flora local. Outros atrativos são as trilhas planas, de fácil acesso, em solo arenoso de restinga, como as da Lagoinha, a do jacaré e a do tiê-sangue Ramphocelus bresilius, dentre outras. O parque conta também com um parquinho infantil e um deck, de onde é possível contemplar toda a beleza da lagoa, além de um Núcleo de Educação Ambiental e Centro de Visitantes, com coleção zoológica e exposição fotográfica.

 

 

Parque de Marapendi

 

O Parque de Marapendi, no Recreio dos Bandeirantes, foi criado, em 1978, para proteger o complexo lagunar de Marapendi, a restinga e o manguezal, ser um espaço de recreação e lazer ao ar livre e um ambiente de preservação ambiental. Entre as espécies destacam-se árvores centenárias, como jacarandás, e animais, como o tucano-de-bico-preto e o bicho-preguiça. É possível avistar com facilidade jacarés-de-papo-amarelo, capivaras, garças, dentre outros. O parque apresenta espécies ameaçadas como a lagartixa-de-praia Liolaemus lutzae, a borboleta-da-praia Parides ascanius, e a preguiça-comum Bradypus variegatus, símbolo desta unidade de conservação. Outras atrações são um deck que permite a contemplação da paisagem da Lagoa de Marapendi, trilhas planas e de fácil acesso para caminhadas e corridas, além de Centro de Visitantes, Núcleo de Educação Ambiental, coleção zoológica e sala de exposições.

 

 

Parque Paisagem Carioca

 

O Parque Paisagem Carioca foi criado, em 2013, no Dia Mundial do Meio Ambiente a partir de uma reivindicação dos moradores. Outro motivo foi a necessidade de preservação e promoção do patrimônio paisagístico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial na Categoria de Paisagem Cultural da Humanidade. Localizado nos bairros da Urca, Leme, Copacabana e Botafogo, em uma das regiões mais visitadas do Rio de Janeiro, é um parque descontínuo. O Santuário é de grande importância para a conservação de espécies marinhas ameaçadas, como a estrela-do-mar Echinaster (Othilia) brasiliensis. Na área litorânea também existe o Caminho do Pescador, no Morro do Leme, único lugar em que a pesca é permitida, como a do peixe-espada Lepidopus caudatus e do olho de cão Priacanthus arenatos. Também é possível avistar espécies como: jacupemba Penelope superciliaris, tucano-de-bico-preto Ramphastos vitellinus, papagaio verdadeiro Amazona aestiva, curica Amazona amazônica e caxinguelê Sciurius aestuans.

 

 

Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca

 

O MoNa dos Morros Pão de Açúcar e da Urca foi criado, em 2006, para conservar e recuperar a Mata Atlântica existente e o patrimônio paisagístico da área, preservar os bens naturais tombados e garantir os espaços de lazer em área natural. Os morros do Pão de Açúcar e da Urca fazem parte da Paisagem Cultural Urbana "Rio de Janeiro, Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar“, reconhecidos, desde 2012, como Patrimônio Mundial pela UNESCO e do Santuário Marinho da Paisagem Carioca. É possível chegar aos cumes dos morros da Urca (224m) e do Pão de Açúcar (396m) por trilhas, vias de escalada, pelo bondinho ou voos panorâmicos. Na parte baixa, é possível conhecer a Unidade de Conservação pela Pista Cláudio Coutinho. Nesta unidade é comum avistar tiê-sangue Ramphocelus bresilius, símbolo do MoNa, e a jacupemba Penelope superciliaris. Atualmente, o MoNa oferece mais de 150 vias de escalada e boulders e é um dos locais mais escalados do Brasil.

 


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