27/09/2023 às 09h59min - Atualizada em 27/09/2023 às 16h16min

Ciclo econômico: imóveis como refúgio seguro em tempos de incertezas

Por Sofia Gancedo*

Sofía Gancedo
Bricksave/Foto Divulgação
Existe uma máxima, na economia, que indica que o brasileiro, tradicionalmente, não é afeito a investir. Mas isso tem mudado. As opções de investimento se multiplicam e o acesso às informações está cada vez maior. Ainda assim, para muitos, o mundo dos investimentos pode parecer uma montanha-russa, cheia de altos e baixos e muita emoção. No entanto, para fazer investimentos inteligentes é preciso compreender o ciclo econômico - uma espécie de mapa financeiro -, e saber o momento certo para investir em diferentes tipos de ativos.
Ciclo econômico nada mais é do que o nome dado aos padrões recorrentes de expansão e contração que toda economia enfrenta. É preciso lembrar que ele é formado por quatro estágios: expansão, pico, contração e vale. Cada qual com seu próprio conjunto de oportunidades e desafios, especialmente para quem quer investir.
Na expansão, a economia mostra o aumento na produção de produtos e serviços. Nessa fase, as taxas de juros costumam estar em baixa (ao contrário de agora), o que estimula a economia, que mostra a criação de vagas por parte das empresas, com salários mais atraentes e investimento por parte das empresas, confiantes. Com dinheiro no bolso as pessoas não temem gastar ou investir suas reservas.
Na fase do pico, vista após a expansão, o próprio nome já diz: há um “ápice” de produção de bens e serviços. Algo como um processo que vai subindo uma montanha até chegar ao cume. E aí é onde mora o perigo. Os desequilíbrios econômicos podem ser vistos, como a temida inflação, causada pela expansão da oferta de moeda e/ou expansão artificial de crédito da fase anterior, que criou um processo de desajuste ou descoordenação entre o comportamento da oferta e a demanda de bens e serviços. Para frear os índices inflacionários, a taxa de juros vai sendo elevada.
A contração, terceira etapa do ciclo econômico, pode ser chamada de movimento natural da economia, visto após o boom. A cena é de desemprego e de redução da atividade econômica. Com menos dinheiro na economia, já que as pessoas não o têm para gastar, as empresas pisam no freio e aguardam para se arriscar e fazer investimentos. A economia começa a desacelerar. Nessa etapa, se dá o processo de correção da economia, onde os “maus” investimentos incentivados pela expansão artificial quebram, e ficam os bons. Nesse processo cai a atividade econômica e aumenta o desemprego enquanto os agentes se reorganizam para voltar à coordenação.
 
 
Por fim, chegamos à etapa do vale, que é sinônimo de piora do cenário geral, com desemprego crescente, taxas altas de juros e empresas ociosas. É importante dizer que a duração de cada uma das fases varia muito e depende de diversos fatores. O que costuma acontecer é que, com um horizonte desafiador, o consumo cai e a inflação também, o que favorece a queda das taxas de juros – dando início à recuperação da economia. Esse, portanto, historicamente, é o ciclo econômico.
 
Atualmente, especialistas apontam a renda fixa ainda como um dos principais destinos para aquele dinheiro que está guardado. Com a Selic, a chamada “taxa mãe” da economia, em 13,75% ao ano e inflação acumulada em doze meses na casa dos 3,94% em maio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtos dessa classe oferecem maiores rentabilidades.
Um levantamento feito pela Yubb, empresa que oferece serviços como buscadores de investimentos e calculadoras financeiras, mostrou que os campeões de pesquisas em maio seguem sendo os títulos de renda fixa. Os CDBs estão na liderança, mas os fundos multimercados ocupam o terceiro lugar no último mês.
Não obstante, não podemos esquecer dos investimentos imobiliários, que podem desempenhar um papel fundamental em todas as fases do ciclo econômico. Em tempos de crescimento, eles podem gerar bons retornos, pois os valores das propriedades tendem a aumentar durante os períodos de expansão. Os imóveis também são considerados um refúgio seguro para os investidores em tempos de incertezas. Além de os valores dos imóveis tenderem a ser mais estáveis que os investimentos no mercado de ações, eles podem fornecer fluxos de caixa consistentes na forma de receita de aluguel.
Os “tijolos” também são valiosos diversificadores de portfólio, pois normalmente se comportam de maneira diferente de outros ativos, como ações e títulos. Portanto, quando uma classe de ativos estiver apresentando um desempenho ruim, os imóveis podem apresentar um desempenho melhor. Além de fornecer uma renda estável, investimentos imobiliários podem proporcionar uma oportunidade de comprar a preços mais baixos e lucrar quando o mercado se recuperar. Outro aspecto é a diversificação geográfica internacional, recurso estratégico para tentar mitigar os riscos domésticos em relação às economias desenvolvidas.
Depois da tempestade vem a bonança, garante o velho ditado. Resta aos investidores compreender o que está acontecendo em cada etapa do ciclo econômico para otimizar os ganhos das opções. Sempre é possível buscar orientação de especialistas para avaliar as ofertas de investimentos e quais se encaixam melhor em seu perfil. O que não pode é perder dinheiro.

*Sofia Gancedo é cofundadora e COO da Bricksave.

 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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