25/09/2023 às 15h57min - Atualizada em 26/09/2023 às 00h02min

A alfabetização na construção do indivíduo

Artigo escrito por Neuracy Bastos

Kasane Comunicação Corporativa
Neuracy Bastos (Arquivo pessoal)
Para falar de alfabetização é preciso relembrar os fatos relevantes de toda a trajetória social, cultural e de estruturação de um povo. Nesse sentido, momentos cruciais fizeram parte da evolução e do aperfeiçoamento da prática pedagógica e várias foram as contribuições de estudiosos que discorrem sobre o tema. No entanto, ainda temos índices não aceitáveis, os quais devem ser repensados para que a educação de qualidade se faça na atualidade. Para isso, faz-se necessária uma avaliação do processo alfabético que as escolas estão oferecendo às crianças.

É preciso avaliar se as instituições contemplam todas as necessidades básicas que permeiam a leitura e a escrita para oferecerem ensino de qualidade, com base nos avanços efetivos de uma “educação básica”. Mas, o que seria essa proposta educativa avançada, se o tema é debatido há tantos anos e ainda caminha para índices que não correspondem ao ideal, e ainda são poucos os avanços pontuados pelos teóricos valorizados e mencionados nas rodas educativas?

Paulo Freire, por exemplo, propôs que “a alfabetização é um ato criador, no qual o analfabeto apreende criticamente a necessidade de aprender a ler e a escrever, preparando-se para ser o agente desta aprendizagem”. Contudo, cada vez mais há a necessidade de proporcionarmos espaços que possibilitem essa criação. Magda Soares, por sua vez, cita que “letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto no qual a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno”.

Orientações teóricas não faltam e, por essa razão, é urgente o despertar para a busca efetiva dessa qualidade na prática: avançar em propostas realmente inovadoras, que sigam a base, que estejam consonantes com os avanços significativos que permeiam a construção de uma escrita que faça sentido, e que possam ser atrativas, para envolver os estudantes na apreensão do conhecimento. É preciso ainda aproveitar datas como o Dia Mundial da Alfabetização – celebrado em 8 de setembro e instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – para destacar a importância social da alfabetização e cobrar políticas públicas mais assertivas.

Vale ressaltar que a base deve ser na primeira infância e que o alicerce deve ser bem construído, com solidez. O terreno deve ser preparado com cuidado e atenção para que as crianças sejam estimuladas com aulas que desenvolvam suas potencialidades, em todos os âmbitos, como a música, a arte, a curiosidade, o experenciar, o lúdico e tantas outras possibilidades que permeiam os espaços escolares. Faz-se necessário, portanto, estimular a criatividade e a expressão e convergir com práticas pedagógicas que façam sentido e sejam parte de uma educação libertadora.

Neuracy Bastos é pedagoga, especialista em Métodos e Técnicas de ensino e coordenadora pedagógica do Colégio Integrado Kids em Goiânia (GO)
 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp