22/09/2023 às 12h11min - Atualizada em 23/09/2023 às 00h07min

Associação Nacional da Pecuária de Corte demonstra preocupação com derrubada do marco temporal para demarcação de terras indígenas

Nove dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram contra a tese, em julgamento concluído em 21 de setembro

Fernanda de Souza Martins
Crédito - Divulgação

A Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon) manifesta profunda preocupação com os efeitos da rejeição do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, considerando os prejuízos para as relações sociais e a atividade agropecuária. Nove dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram contra a tese, em julgamento concluído em 21 de setembro.

"Essa mudança de entendimento gera clima de insegurança jurídica e pode até ser avançar para conflitos no campo. Milhares de produtores rurais, que há décadas ocupam suas terras de forma legítima e produtiva – inclusive com documento de posse – podem ser expropriados", afirma o presidente da entidade, Mauricio Velloso.

Velloso ressalta que a pecuária de corte contribui para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, gerando emprego e renda e produzindo alimentos de qualidade. "Reconhecemos o direito dos povos indígenas às suas terras tradicionais, mas não aceitamos que esse direito seja usado como instrumento de desapropriação de propriedades rurais legalmente constituídas."

Marco Temporal

O STF decidiu, por nove votos a dois, que não há necessidade de os indígenas estarem na posse das terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, para terem direito à demarcação. Essa decisão contraria jurisprudência anterior da própria Corte e abre espaço para a revisão de centenas de processos demarcatórios em todo o país.

"Confiamos que o Congresso Nacional, no exercício de sua competência legislativa, harmonizará os direitos envolvidos com a aprovação do Projeto de Lei 2.903/2023, que tramita no Senado. Esse PL regulamenta o artigo 231 da Constituição, que trata das terras indígenas, e estabelece o marco temporal como critério objetivo e razoável para a demarcação", diz Mauricio Velloso.

"Nós acreditamos que somente com a aprovação desse projeto serão garantidas a segurança jurídica e a paz social no campo, respeitando os direitos dos produtores rurais e dos povos indígenas", conclui o presidente da Assocon. Os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques foram os únicos a apoiar a tese do marco temporal.


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