20/09/2023 às 14h56min - Atualizada em 20/09/2023 às 20h05min

Amamentação no Brasil: mitos e verdades sobre o tema

Os seios caem? O consumo de bebida alcoólica é proibido? O leite perde valor nutricional com o tempo? Conheça os principais mitos sobre a amamentação e saiba mais sobre essa prática

Alberta Sampaio
Freepik.

A maternidade é uma jornada repleta de maravilhas e desafios, e no centro dessa experiência única, reside um ato de amor ancestral e vital: a amamentação. Desde os primórdios da humanidade, as mães têm nutrido seus filhos com o leite materno, alimentando não apenas seus corpos frágeis, mas fortalecendo laços de afeto e cuidado também.

 

Afinal, essa é uma prática que transcende o simples ato de alimentar; é um elo inquebrável que conecta uma mãe ao seu bebê, uma fonte inesgotável de nutrição e conforto. 

 

No entanto, apesar de vivemos uma era de compreensão científica e tecnologia de ponta, o mundo da amamentação ainda sofre com mitos e desinformação. Por isso, preparamos este artigo para mergulhar no tema, desvendar alguns dos principais mitos e muito mais. Acompanhe!

Mitos comuns sobre a amamentação

Mito #1: A amamentação é fácil e natural para todas as mães

Embora seja um processo natural, amamentar pode ser desafiador para muitas mães e bebês. A pega correta, a produção de leite e a coordenação entre mãe e filho podem exigir tempo e prática.

Mito #2: O leite materno não é suficiente; suplementos são necessários

Na maioria dos casos, o leite materno é suficiente para atender às necessidades nutricionais do bebê. A produção de leite é geralmente adequada quando o bebê é alimentado sob demanda e a pega está correta.

Mito #3: O leite materno perde valor nutricional com o tempo

O leite materno continua a fornecer valor nutricional mesmo após meses de amamentação. A composição muda para atender às necessidades em evolução do bebê.

Mito #4: Mães que amamentam não podem usar medicamentos ou álcool

Muitos medicamentos são compatíveis com a amamentação, e o consumo moderado de álcool não é proibido, mas é importante consultar um profissional de saúde para orientações específicas.

Mito #5: Amamentar causa flacidez nos seios

A flacidez dos seios é mais influenciada pela genética, gravidez e idade do que pela amamentação. Sutiãs de suporte e exercícios podem ajudar.

Mito #6: A amamentação deve ser agendada e regular

A amamentação sob demanda, em vez de um cronograma fixo, é recomendada para atender às necessidades do bebê e estabelecer uma boa produção de leite.

As principais dificuldades que as mulheres enfrentam para amamentar

Embora a amamentação seja uma escolha saudável e natural, muitas mulheres enfrentam desafios significativos ao longo dessa jornada. Aqui estão algumas das dificuldades mais comuns e como elas podem ser superadas:

Dificuldades na pega

A pega inadequada é uma das principais causas de desconforto durante a amamentação. As mães podem superar esse desafio com o apoio de consultores de lactação, que oferecem orientações para uma pega correta.

 

Produção de leite insuficiente

A preocupação com a produção de leite é comum, mas muitas vezes infundada. A amamentação sob demanda e o descanso adequado podem ajudar a aumentar a produção de leite.

Dor e desconforto

A dor durante a amamentação pode ser causada por uma série de fatores, incluindo mastite e mamilos rachados. Consultar um profissional de saúde pode ajudar a abordar esses problemas.

Opções de amamentação em público

Algumas mães enfrentam desconforto ou discriminação ao amamentar em público. A conscientização e o apoio da sociedade são essenciais para superar esse desafio.

 

Para além disso, é importante lembrar dos bebês que lidam com o desconforto do refluxo ou regurgitação. Nesses casos, é altamente recomendável escolher uma fórmula de qualidade, como a Aptamil AR, projetada para bebês com idades entre 0 e 36 meses.

 

Essa é a escolha ideal para atender às necessidades nutricionais dos lactentes desde o nascimento? Isso se dá principalmente por essa fórmula ajudar na promoção de um crescimento e desenvolvimento saudáveis aos pequenos.

Os benefícios da amamentação

Os benefícios da amamentação são vastos e impactam tanto a saúde do bebê quanto a da mãe. Neste texto, vamos explorar esses benefícios em detalhes:

Benefícios para o bebê:

  • Nutrição: o leite materno é a fonte de nutrição mais completa e equilibrada para um recém-nascido. Ele fornece todos os nutrientes essenciais, vitaminas e minerais que o bebê precisa para crescer e se desenvolver saudavelmente;

  • Proteção contra doenças: é rico em anticorpos e substâncias imunológicas que ajudam a proteger o bebê contra uma ampla gama de infecções e doenças, incluindo infecções respiratórias, gastrointestinais e alergias;

  • Desenvolvimento cognitivo: uma pesquisa publicada na Plos One revelou que

  •  bebês amamentados tendem a ter um melhor desenvolvimento cognitivo e pontuações mais altas em testes de inteligência;

  • Facilita a digestão: leite materno é mais facilmente digerido pelo sistema gastrointestinal da criança do que a fórmula, reduzindo o risco de cólicas e desconforto.

Benefícios para a mãe

  • Recuperação pós-parto: a amamentação ajuda o útero a se contrair, o que pode reduzir o sangramento pós-parto e acelerar a recuperação da mãe;

  • Queima calorias: amamentar ajuda as mães a queimarem calorias extras, o que pode ajudar na perda de peso após o parto;

  • Redução do risco de câncer de mama e ovário: mulheres que amamentam têm um menor risco de desenvolver câncer de mama e ovário, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);

  • Vínculo materno-bebê: a amamentação fortalece o vínculo emocional entre a mãe e o filho, promovendo um relacionamento saudável e amoroso.

 

Além dos benefícios para a saúde, a amamentação oferece vantagens econômicas substanciais. Economizar em fórmulas infantis, mamadeiras e esterilizadores pode representar uma economia considerável para as famílias. 

 

A amamentação também reduz os custos com cuidados médicos, pois os bebês amamentados têm menos chances de desenvolver infecções e alergias.

 

Mas para que tudo isso funcione de maneira ideal, é fundamental que as mamães tenham acesso a informações confiáveis e apoio durante a jornada de amamentação. Alguns recursos confiáveis incluem: profissionais treinados que podem oferecer orientações personalizadas, comunidades locais ou online, onde elas podem compartilhar experiências e obter apoio.

 

E, claro, não podemos deixar de citar as organizações de saúde, como o Ministério da Saúde, que oferece diretrizes atualizadas sobre amamentação.

Os estados com maiores índices de aleitamento materno

Amamentar é uma prática saudável que contribui para a saúde de bebês e mães. Em todo o Brasil, há variações nos índices de aleitamento materno, com alguns estados demonstrando maior adesão a essa prática.

 

Santa Catarina, por exemplo, é conhecida por ter índices consistentemente altos de amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida do bebê. A promoção de políticas de saúde e apoio às mães têm desempenhado um papel fundamental nesse sucesso.

 

Porém, outros estados também se destacam por possuírem bons índices de aleitamento materno, segundo os resultados da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno em Municípios Brasileiros, realizada pelo Ministério da Saúde em 2008.

 
  • Amapá, com 68,7% de prevalência

  • Rio Grande do Sul, com 50,1% de prevalência

  • Distrito Federal, com 48,9% de prevalência

  • Mato Grosso do Sul, com 47,9% de prevalência

 

A pesquisa também mostrou que a média nacional de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de seis meses foi de 41%, um aumento significativo em relação à pesquisa anterior, realizada em 1999, que registrou uma média de 35%.

 

Mais de uma década depois, os números seguem apresentando um crescimento muito significativo. O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), do Ministério da Saúde, avaliou 14,505 crianças menores de 5 anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Os resultados obtidos foram animadores e demostraram o seguinte:

 
  • 53% das crianças brasileiras continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida;

  • Entre as menores de 6 meses, o índice é de 45,7%;

  • Já nas menores de 4 meses, o número chega a 60%.

A importância de uma cultura favorável à amamentação no Brasil

A amamentação é um ato que vai além da nutrição; é um elo emocional e uma expressão genuína de amor entre uma mãe e seu bebê. No entanto, para que essa prática valiosa floresça e seja acessível a todas as mães, é fundamental que a sociedade como um todo a apoie.

 

Uma cultura favorável à amamentação cria um ambiente em que as mulheres se sentem encorajadas, respeitadas e apoiadas em sua decisão de amamentar. Isso não apenas beneficia a saúde das mães e bebês, mas também fortalece a coesão social, promovendo a compreensão e a aceitação dessa escolha.

 

Além disso, ao criar uma cultura que valoriza e facilita a amamentação, estamos investindo no futuro, garantindo que as próximas gerações de bebês cresçam mais saudáveis e com maior resiliência imunológica. 

 

Mas como isso pode ser feito? Existem algumas dicas essenciais, como: campanhas de conscientização para informar a população sobre os benefícios da amamentação e licenças de maternidade mais longas e espaços de amamentação nos locais de trabalho.

 

O que fazer em casos de amamentação interrompida?

Em situações em que a amamentação é interrompida devido a desafios como dificuldades do bebê em pegar o peito ou o uso de medicamentos tanto pela mãe quanto pela criança, é importante buscar orientação e apoio adequados para garantir o bem-estar de ambos.

 

Para superar as dificuldades da criança em pegar o peito, a ajuda de um consultor de lactação qualificado é valiosa. Eles podem oferecer orientações sobre técnicas de amamentação, posições que facilitam a pega correta e maneiras de garantir que o bebê esteja se alimentando adequadamente.

 

Quando o uso de medicamentos é necessário, é essencial consultar um profissional de saúde. Muitos medicamentos são compatíveis com a amamentação, e alternativas seguras podem ser encontradas quando necessário. O médico ou pediatra pode avaliar a situação individual e prescrever medicamentos adequados, considerando a amamentação.

 

Se a prática não for possível devido a razões médicas, não é o fim do mundo. O leite materno extraído previamente pode ser alimentado ao bebê por meio de mamadeiras, e fórmulas infantis seguras também estão disponíveis. 

 

O importante é garantir que a criança receba nutrição adequada e que a mãe se sinta apoiada emocionalmente durante esse processo.


 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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