20/09/2023 às 02h15min - Atualizada em 27/09/2023 às 02h15min

O SUV híbrido Jeep Grand Cherokee 4Xe, confirmado para este ano no Brasil, esbanja, potência, robustez e requinte

Combinado bem dosado

O Grand Cherokee é um dos dois modelos mais emblemáticos da Jeep – o outro é o Wrangler. Por isso, não chega a ser inusitada a decisão da marca em voltar a importar o modelo para o Brasil. Inclusive porque o SUV frequenta o mercado brasileiro desde que foi lançado, em 1993. A atual quinta geração foi apresentada em 2021, mas a versão eleita pela Stellantis para o Brasil, a híbrida plug-in 4Xe, só ganhou forma no ano passado. Esta é exatamente a configuração do modelo testado no Sul da Espanha, na região da Andaluzia. O modelo deve ser apresentado oficialmente em outubro e a expectativa é que o modelo chegue com preços por volta de R$ 600 mil, ou R$ 250 mil a mais que o também importado Compass 4Xe, o único outro híbrido plug-in da gama da fabricante no país.
Na parte visual, a Jeep realmente buscou promover uma renovação estética do Grand Cherokee, embora as linhas tenham claras conexões com as gerações anteriores. Na dianteira, a grande ficou menos arredondada e mais angulosa, com ângulo negativo, de modo a devolver um formato mais quadrado e encorpado. Esses traços deram um caráter mais moderno e agressivo de um off-road mais clássico, adicionando alguns detalhes elegantes, como o teto e parte da coluna traseira contornados por um friso cromado.
Na imagem divulgada pela Stellantis mostra um Grand Cherokee que combina elementos de versões diferentes. Para-choque, grade dianteira e rodas são iguais às usadas na versão curta na Índia   na Europa e Estados Unidos a entrada de ar inferior retangular é usada somente na versão longa., enquanto a curta usa um desenho trapezoidal. Além disso, alguns detalhes mudam dependendo da versão escolhida, como as rodas de liga leve de 21 polegadas, os racks de teto ou os para-choques mais específicos para off-road.
O interior também foi bastante trabalhado. A versão avaliada, a top Summit reserve, traz revestimento em couro de boa qualidade e inserções de madeira de nogueira nas portas, painel e também volante. O acabamento gera um ambiente confortável e luxuoso. No entanto, pelo menos em lugares menos visíveis, como a parte inferior do console frontal, a montagem é um pouco cuidada e há um uso excessivo de plástico cru. O conforto dos passageiros graças às enormes dimensões do modelo. No total, ele tem 4,91 metros de comprimento, 1,80 m de altura, 2,15 m de largura e 2,96 m de entre-eixos. O porta-malas consegue acomodar 580 litros de bagagens.
O cockpit inclui uma tela de 10,1 polegadas para os instrumentos e informações do computador de bordo e é totalmente configurável. Já a central multimídia traz um monitor de 10,25 polegadas sensível ao toque. Ali se aglutinam as funções do sistema Uconnect que ficou mais responsivo. O modelo também conta com um head-up display colorido. No console central, há entradas USB, carregador por indução para smartphone, que podem ser espelhados através dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto. A Jeep ainda oferece uma terceira tela de 10,25 polegadas em frente ao passageiro dianteiro, com um sistema que impede que o motorista enxergue o que está sendo exibido. Quem viaja nos bancos traseiros tem duas telas individuais.
A Jeep oferece quatro níveis de acabamento para a Grand Cherokee 4Xe. A de entrada é a Limited, que já chega com rodas de 20 polegadas, faróis de led, teto panorâmico e alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, reconhecimento de sinais de trânsito, sistema ativo de alerta de saída de faixa, alerta de ponto cego, câmera de visão traseira, freio de estacionamento elétrico e seletor de modo de condução. A seguinte é a Overland, que traz rodas aro 20 polidas, escapamento duplo e bancos de couro Nappa. A Trailhawk traz rodas de 18 polegadas, mais adequadas ao off-road, barra estabilizadora dianteira desconectável e acabamentos específicos. A topo de gama é a Summit Reserve, que deve ser a versão trazida inicialmente para o Brasil. Ela adiciona rodas de 21 polegadas, revestimento é em couro Palermo para bancos e portas, guarnições em madeira de nogueira, sistema de áudio McIntosh de 19 alto-falantes e tela para o passageiro dianteiro. Além de trazer todos os recursos ADAS.
Sob o capô, apesar de compartilhar com o Compass 4Xe o mesmo tipo de tecnologia, o conjunto mecânico do Grand Cherokee é bem diferente. O SUV menor usa um motor a explosão semelhante ao usado no Compass comum, o GSE 1.3 Turbo a gasolina de 180 cv e 27,5 kgfm – que combinado com o motor elétrico traseiro chega a 240 cv e 47,9 kgfm. Já o Grand Cherokee usa um propulsor 2.0 litros que rende 272 cv e 40,8 kgfm. Trata-se do mesmo motor que anima o Wrangler e a Gladiator no Brasil. No caso, este bloco se conecta a dois motores elétricos: o primeiro, de 45 cv e 25,5 kgfm, é também gerador e atua diretamente no câmbio para ajudar o motor tradicional a impulsionar o eixo dianteiro. O outro, maior, fica instalado no eixo traseiro e gera 136 cv e 25,5 kgfm (idêntico ao usado no 208e, da Peugeot, marca que também é controlada pela Stellantis).
No total, a potência chega a 380 cv e o torque a 65 kgfm. Mais que suficiente para movimentar os mais de 2.400 kg do SUV. Este conjunto, gerenciado por um câmbio automático de oito marchas, consegue acelerar de zero a 100 km/h em 6,3 segundos e tem velocidade máxima de 210 km/h. O sistema elétrico é alimentado por uma bateria de exatos 17,3 kWh, capaz de fornecer uma autonomia no modo totalmente elétrico 36 km nos padrões do InMetro, com uma autonomia combinada de até 700 km. A média de consumo é estimada em 24,5 km/l.

Impressões ao Dirigir
Econômico e radical

O design do BYD Seal adota a origiA resposta do motor A estrada chama o Jeep Grand Cherokee 4xe. Depois de um primeiro e curto trecho na cidade, o a teste do SUV estadunidense oferece trechos em bem mais sinuosas, onde o SUV reage positivamente sob frenagem e se mostra, ao mesmo tempo, bem equilibrado, apesar de seu grande tamanho e peso, acima de 2.400 kg. Esse comportamento se deve principalmente ao centro de gravidade rebaixado por conta do posicionamento da bateria, sob os bancos traseiros.
Bom comportamento no modo totalmente elétrico, mesmo que a previsão de uma autonomia de 51 km (36 km, seguindo os critérios do InMetro) parecesse um pouco generosa demais. No final, adaptamo-nos à mistura com o motor a gasolina, de modo a tirar o máximo partido dos 380 cv de potência e 65 kgfm de torque. Não é tão preciso e decisivo na fase de aceleração, porém é capaz de mostrar sua musculatura nas subidas de giro. Comportamento bem representado pelo zero a 100 km/h em 6,3 segundos.
Muito mais interessante é o teste da terra. Com agilidade e muita força em giros muito baixos, tem mostra uma direção extremamente precisa e torna cada obstáculo à frente fácil de superar. No limite, serpenteou com facilidade através de um verdadeiro parque de diversões de buracos, ondulações e rampas vertiginosas. No fim das contas, tudo que o motorista tem de fazer para escapar de qualquer enrascada é pressionar o acelerador. Isso graças a sistemas de ajuda à condução como o Quadra-Trac II e o Quadra-Drive II – o primeiro direciona de zero a100% a tração para qualquer eixo e o outro aciona o diferencial traseiro autoblocante eletrônico de deslizamento limitado.
O modelo ainda oferece cinco modos de condução diferentes, Auto, Sport, Rock, Snow e Mud/Sand, que altera os parâmetros de funcionamento de direção, acelerador, motores e sistema de tração. Durante o teste, o nível de consumo flutuou em torno de 16,5 km/l. Não é difícil acreditar nos 24,5 km/l prometidos quando o Grand Cherokee 4Xe for usado de maneira menos extrema e com maior chance de regeneração de energia, como no trânsito urbano.


AVALIAÇÃO DO JEEP GRAND CHEROKEE 4XE por Luca Basso infomotori.com/Itália - exclusivo no Brasil para AutoPress

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