19/09/2023 às 14h05min - Atualizada em 20/09/2023 às 00h10min

ANTT autoriza construção de ramal ferroviário que interligará fábricas da Verde Agritech, em Minas Gerais

Linha férrea terá capacidade para transportar até 50 milhões de toneladas do fertilizante K Forte

Redação
Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério da Infraestrutura autorizaram a Verde Agritech, empresa de tecnologia agrícola com maior capacidade de produção de potássio do Brasil e a primeira do mundo a aditivar microrganismos ao fertilizante, a construir um ramal ferroviário no interior de Minas Gerais. A autorização foi assinada pelo diretor geral da ANTT, Rafael Vitale Rodrigues, e publicada no Diário Oficial da União.  

A linha férrea será usada para escoar até 50 milhões de toneladas por ano dos fertilizantes potássicos K Forte e BAKS. O projeto prevê um traçado entre as instalações da empresa, em São Gotardo e Matutina, até a cidade de Ibiá, no Triângulo Mineiro. Segundo a empresa, o ramal ficará interligado a uma rede ferroviária que conecta sete estados e o Distrito Federal, que tem parte administrada pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA). "As ferrovias FCA são a principal rota entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil", destaca trecho do comunicado.  

A Verde Agritech também cita a importância do projeto para garantir aos agricultores brasileiros acesso ao potássio, suprimento essencial para a produção agrícola.  

"As minas da Verde possuem o maior depósito de potássio identificado no Brasil, com recursos de 3,32 bilhões de toneladas, em conformidade com a norma NI 43-101", disse Cristiano Veloso, fundador e CEO da Verde Agritech, em comunicado ao Mercado. "Isso representa outro marco importante nos objetivos da Verde: reduzir a dependência brasileira pelo potássio importado e expandir a capacidade da Verde de capturar anualmente até 6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), contribuindo assim para a mitigação das mudanças climáticas".  

O projeto foi apresentado à ANTT em dezembro de 2022. A Verde Agritech tem hoje duas plantas em operação, com capacidade de produzir anualmente até três milhões de toneladas de fertilizantes. No ano passado, anunciou investimentos de R$ 275 milhões para a construção da terceira planta, elevando a capacidade de produção para 13 milhões de toneladas ao ano.  

Próximos passos  

A construção do ramal ferroviário por empresas é prevista em uma medida provisória de agosto de 2021, por meio do Programa de Autorização Ferroviária (Pro Trilhos).   

Com a autorização concedida, a companhia agora aguarda para assinar um contrato com a ANTT para uso da ferrovia em regime privado. Em seguida, a empresa iniciará os estudos ambientais e de engenharia para este projeto.   

“Com base nos estudos para o Estudo de Pré-Viabilidade protocolado pela Companhia em 2022, a Verde determinou a viabilidade de utilização do transporte rodoviário para a logística de distribuição de até 23 toneladas de produto. Um ramal ferroviário só será necessário para a logística da produção que exceda essa quantidade”, destaca o documento.  

 Estudo internacional confirma potencial de captura de CO2  

Um estudo independente realizado na Newcastle University (UK), publicado no último mês de julho, confirmou que cada tonelada do fertilizante multinutriente potássico K Forte, produzido pela Verde Agritech, pode capturar até 120 kg de dióxido de carbono (CO2), o principal gás causador do efeito estufa. A conclusão é do professor David Manning, PhD, especialista em solos e uma das principais especialistas em Enhanced Rock Weathering (ERW – Intemperismo de Rocha Acelerado) da Europa.  

 Para concluir o estudo, o pesquisador analisou a matéria prima usada pela companhia para fabricar o produto, o siltito glauconítico. Em um cenário de produção de 50 milhões de toneladas por ano, a empresa seria responsável por um dos maiores projetos de captura de carbono do mundo, pois atingiria um total de seis milhões de toneladas de CO2 subtraídas da atmosfera.   

Negociações para venda de créditos de carbono   

 Após a confirmação de que o fertilizante captura carbono, a Verde Agritech anunciou, também em julho, que “está em negociações avançadas para vender créditos de carbono para grandes empresas internacionais que são compradoras estabelecidas de compensação permanente de carbono”.   

 “Atualmente, os créditos de carbono para compensação permanente de carbono, semelhantes aos da Verde Agritech, são comercializados por até US$ 500 por tonelada”, disse um trecho do documento à época, assinado por Veloso.  

Aliado para cumprimento de metas de Acordos de Paris    

Um novo estudo internacional mostra que o fertilizante K Forte inicia a captura de dióxido de carbono da atmosfera meses após a aplicação nas lavouras e, no máximo, um ano. A pesquisa foi realizada a pedido da Verde Agritech.  

A conclusão de agora foi feita pelo Doutor Phil Renforth, titular da Heriot-Watt University, de Edimburgo, no Reino Unido, e especialista em intemperismo melhorado, que é a aceleração de alterações físicas e químicas de rochas, e co-editor-chefe da Frontiers in Climate: Negative Emission Technologies, a primeira publicação mundial dedicada ao assunto.    

 “Para cumprir os seus objetivos climáticos de Paris, os governos precisam aumentar os métodos para reduzir as emissões de gases com efeito estufa e desenvolver métodos que eliminem o dióxido de carbono atmosférico. Uma ferramenta escalável e de custo relativamente baixo neste processo. A Verde Agritech supera dois dos principais obstáculos para o ERW em escala: primeiro, a produção consistente de material de moagem fina e, segundo a utilização de um mineral que pode dissolver-se rapidamente", afirma Renforth, no comunicado enviado ao Mercado no início de setembro.     

Mais informações:   https://verde.ag/


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