18/09/2023 às 09h43min - Atualizada em 19/09/2023 às 00h02min

Retinoblastoma acomete principalmente crianças até 5 anos

Tumor ocular é raro, mas quando diagnosticado precocemente tem 95% de chance de recuperação

Thaís Santos
www.inob.com.br
Divulgação
Dezoito de setembro é o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma – câncer que se desenvolve na retina do olho e que pode levar à cegueira ou até a morte. A doença é bem rara, acomete 1/15.000 ou 1/30.000 dos nascidos vivos, afeta crianças de todas as raças, meninos e meninas igualmente e representa cerca de 3% dos tumores infantis.
O retinoblastoma é um tumor maligno que se forma por conta do crescimento descontrolado de algumas células da retina. Essas células vão aumentando de tamanho, se descolam da retina e como resultado, criam um reflexo branco no olho, a leucocoria – popularmente conhecida como olho de gato. O tumor pode ser unilateral, quando atinge um único olho (75% dos casos) ou bilateral, quando atinge os dois olhinhos. A maior incidência é em crianças até cinco 5 anos, sendo que 95% deles se desenvolvem em menores de dois anos. O oftalmologista Renato Braz Dias, especialista em Retina e Vítreo no Hospital de Olhos INOB – empresa do grupo Opty – ressalta a importância dos exames oftalmológicos regulares desde o nascimento, começando com o teste do olhinho – que é obrigatório por lei - ainda na maternidade. Neste momento é possível observar o reflexo das pupilas do bebê, a opacificação da córnea, o cristalino, vítreo, verificar se a criança tem glaucoma congênito e detectar alguns tipos de tumores. Depois, recomenda-se exames oftalmológicos regulares, para acompanhar o desenvolvimento da criança. “O ideal é que o diagnóstico seja feito ainda no início, quando o tumor ainda está dentro do globo ocular. Quando ele cresce e se infiltra no nervo ótico e no sistema nervoso, o prognóstico é pior e as chances de cura diminuem”, afirma o médico.
Como todo tipo de câncer, o retinoblastoma pode ser em decorrência de mutação em alguma célula (retinoblastoma esporádico) ou surgir devido a uma mutação genética transmitida hereditariamente (retinoblastoma hereditário). A maioria dos pacientes, aproximadamente 90%, não têm histórico familiar da doença. Os tumores são classificados em grupos. De A, considerado os mais simples, que se restringem à retina e tem menos de 3mm, até E, que são os mais avançados, nos quais o paciente já apresenta perda total ou parcial da visão. O diagnóstico pode ser realizado por meio da visualização direta dos tumores dentro do olho, ultrassonografia orbital, ressonância magnética ou tomografia. Biópsias são raramente necessárias. O médico explica que o tratamento varia, dependendo do comprometimento da estrutura ocular. Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente e nos casos mais complicados, a criança pode precisar de quimioterapia, radioterapia ou mesmo ter o olho retirado.
Dados mundiais são otimistas em relação ao retinoblastoma. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 95% das crianças tratadas estão curadas do câncer, mais de 90% dos pacientes mantêm pelo menos um olho e mais de 90% conservam a visão normal em, pelo menos, um olho **. “Como são crianças muito pequenas, que não conseguem se expressar ou reclamar, são os pais que notam os problemas ao perceber a luz branca no olho do filho quando tiram uma foto, ou um acentuado estrabismo, pupila aumentada ou uma íris de cor diferente; olho constantemente vermelho e dolorido, dificuldade para enxergar ou mesmo uma repentina redução na ingestão de líquidos e alimentos”, alerta o especialista.
Se identificado precocemente, o retinoblastoma é tratável. A cegueira total é incomum em crianças que tenham sido tratadas com sucesso. Por isso falar sobre essa doença, levar informações corretas às pessoas é tão importante. “Nossa recomendação é que os pais levem as suas crianças regularmente ao oftalmologista. Isso vai garantir a saúde ocular de seu filho e assegurar uma melhor qualidade de vida”, finaliza o Dr. Renato Braz Dias.
* Fonte: Um guia para os pais entenderem Retinoblastoma, elaborado pelo Memorial Sloan Kettering Center, Nova York
 

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