O gestor de saúde e de negócios: os diferentes olhares para o cuidado

Artigo de Peer Buergin - CEO da YUNA, clínica de transição de cuidados, e sócio-fundador da Prolífico

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Falar sobre gestão de negócios está intrínseco na minha trajetória profissional, tanto como executivo, com experiência em vários países, quanto no segmento de Self Storage, aqui no Brasil. Mas, foi a partir de um acontecimento pessoal, que acabei descobrindo um novo propósito: gestor de saúde, mais especificamente na área de transição de cuidados.

Essa nova perspectiva surgiu há alguns anos, quando um parente próximo teve um AVC e só sobreviveu graças a um milagre, após alguns dias internado em uma unidade de cuidados especiais de um dos hospitais considerado referência em todo o país, sob a atenção de vários especialistas. Após a alta hospitalar, teve início um longo percurso para a sua recuperação, que poderia ter sido facilitada caso a família conhecesse os cuidados de transição.

Pacientes em transição necessitam de cuidados especiais. Nas clínicas especializadas, não só a pessoa tem o cuidado específico para ela, e familiares, como as operadoras de saúde têm a melhor utilização dos recursos em função de um cuidado direcionado e com menor risco de nova hospitalização.

Esse foi o despertar para o segmento, que deu início a uma nova jornada com meus sócios em busca de conhecimento e de profissionais que pudessem nos nortear nessa área até então totalmente desconhecida.    

Partimos para o início de um negócio tendo um ponto em comum: todos gostávamos de cuidar de pessoas, independentemente de serem próximas ou não. Essa é uma característica fundamental quando falamos em transição de cuidados, pois não se trata de uma tarefa automática, mas que envolve o lado bastante peculiar de cada um, que é o lado humano. Olhar cada indivíduo como único e tratá-lo como tal, de acordo com sua história de vida.  

Além disso, a transição de cuidados tem um impacto positivo na vida de milhões de pessoas e, ao mesmo tempo, ajuda a diminuir os custos do sistema de saúde, reduzindo a taxa de sinistralidade.

Dessa forma, desde 2017, um grupo seleto de executivos, consultores e profissionais gabaritados em diversas áreas trabalharam na criação de uma clínica de transição de cuidados, que incluiu desde a idealização do projeto, a estratégia do negócio e sua implementação. Atualmente, o desafio é, cada vez mais, aprimorar a assistência.

Com toques de hotelaria, a estadia precisa ser agradável, somada à infraestrutura de um hospital, sempre buscando segurança, inovação e qualidade. Tudo isso parte do genoma vital, ao unir a prática transdisciplinar, otimizando os recursos e contribuindo na cadeia de saúde do país.
 
Transição de cuidados: pesquisas para entender o mercado no mundo

Em outros países, vimos o potencial de crescimento de clínicas de transição como uma das áreas da saúde mais promissoras. Apesar de parecer incipiente no Brasil, entendemos que tínhamos muito espaço para crescer. E iniciamos nossa trajetória.

Identificamos nosso propósito e investimos em estrutura de hotelaria e equipe multidisciplinar, preenchendo uma lacuna no mercado no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem mais hospitais de transição do que gerais.

Tínhamos um consenso quanto ao time: escolha por especialistas chaves, com conhecimento e vivência no assunto, e não uma seleção fria. O match se deu dessa forma. Cada sócio podia opinar sobre a contratação dos candidatos, resultando no afinado alinhamento. Foco bastante definido: em pessoas (nossos colaboradores) e em cuidar de gente (nossos pacientes).

Com essas premissas, criamos algo concreto, mas com um novo olhar no mercado. Investimos em profissionais especializados e com experiência em transição de cuidados, reabilitação e cuidados paliativos, mas de uma forma diferente, realmente humana.  

Os desafios ainda são constantes. É preciso disseminar e consolidar o conceito de transição de cuidados e seus benefícios. Entregar o cuidado de excelência para os pacientes, respeitando sua biografia, e promover a participação ativa da família em toda a jornada, quer seja no processo de reabilitação ou de cuidados paliativos.  

Mesmo com esses desafios, entendemos que estamos no caminho certo, acreditando que cada vida é única, seguimos transformando vidas para sempre.
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*Peer Buergin, CEO da YUNA, clínica de transição de cuidados, e sócio-fundador da Prolífico
 

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