06/09/2023 às 13h24min - Atualizada em 07/09/2023 às 00h05min
Requalificação em tempo de Inteligência Artificial
A demanda de novas carreiras criada pela tecnologia
Por Edilaine Almeida
Assessoria Márcia Stival
internet Com os avanços tecnológicos, a procura por desenvolvimento em novas competências saltou a um ritmo acelerado. As novas tecnologias podem não só lidar com um número crescente de tarefas repetitivas e manuais, mas também realizar cada vez mais, sofisticados trabalhos baseados no conhecimento, investigação, codificação e escrita, o que há muito são consideradas capacidades seguras para a humanidade.
Em 2019, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico fez uma previsão ousada. Dentro de 15 a 20 anos, previu que as novas tecnologias de automação provavelmente eliminariam 14% dos empregos no mundo e transformariam radicalmente outros 32%. Esses eram números preocupantes, envolvendo mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e nem sequer levaram em consideração o ChatGPT e a nova onda de IA generativa que recentemente conquistou o mercado.
Essa transformação já começou e pesquisas mostram que à medida que realizamos as tarefas diárias, descobriremos que a IA e outras novas tecnologias alterarão de forma tão significativa a natureza do que fazemos que trabalharemos em campos completamente novos.
A OCDE estima que nas próximas décadas milhões de trabalhadores poderão necessitar de requalificação total, um desafio social fundamental e profundamente complexo que exigirá que os trabalhadores não só adquiram novas competências, mas também que as utilizem para mudar de profissão.
Diversas organizações já investem fortemente na qualificação das suas forças de trabalho. Um estudo recente do BCG sugere que tais investimentos representam até 1,5% dos orçamentos totais dessas organizações nos próximos anos. E o interessante é que 68% dos trabalhadores estão conscientes das futuras disrupções em suas áreas, por isso, estão dispostos a se requalificarem para permanecerem em empregos mais competitivos.
Nesse contexto, as empresas têm um papel fundamental, o desafio agora é uma necessidade de revolução na qualificação é aparentemente um tema de sobrevivência para as empresas, serviços e para as pessoas. Algumas empresas passaram a considerar requalificação uma parte essencial da proposta de valor para seus colaboradores, os funcionários são incentivados a se requalificarem para funções que lhes agradem e que possam melhor contribuir para o futuro das organizações.
A Infosys, por exemplo, requalificou mais de 2.000 especialistas em segurança cibernética. A Vodafone pretende recorrer a talentos internos para preencher 40% das suas necessidades de desenvolvimento de software. Apesar da difícil tarefa de decidir quais habilidades serão mapeadas, para quais novas profissões, é importante saber quais competências a estratégia da sua empresa exigirá pós aplicação da IA.
Outro aspecto importante é o tradicional modelo de recrutamento, os candidatos são avaliados para oportunidades por meio de sua formação ou funções internas baseadas em seus diplomas, experiência profissional relevante, mas isso obviamente não funcionará mais, provavelmente pessoas que não tenham formação relevante, mas com repertório, criatividade, expressão e imaginação para se relacionarem com IA, sejam diferenciadas em processos futuros, ou seja, essas habilidades passarão a ter maior relevância na escolha de um profissional, já que teremos consideráveis novas profissões.
É claro que requalificação necessita investimento e um profundo compromisso por parte dos líderes de RH, mas a menos que o restante da organização compreenda a relevância estratégica desses investimentos, será muito difícil obter sucesso. Vejo que as empresas têm muito a ganhar ao se associarem a instituições de ensino em seus esforços de requalificação e desenvolvimento da “nova sociedade”.
Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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