04/09/2023 às 14h34min - Atualizada em 05/09/2023 às 00h08min

Startups de Inteligência Artificial do Cubo preveem aumento de 67% no faturamento em 2023

Dentre as 116 startups de IA do hub, as que têm soluções voltadas para a indústria se destacam pelo potencial de evitar acidentes e reduzir custos

Milena Sarmento
https://cubo.network/platform
As startups de inteligência artificial estão ganhando cada vez mais espaço no mercado com as suas soluções inovadoras. No Cubo Itaú, mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina, com mais de 450 startups em 25 segmentos, cerca de 116 startups têm soluções baseadas em IA. Em 2022, o faturamento somado dessas startups ultrapassou R$ 1,6 bilhão e a estimativa para este ano é que este valor aumente 67%. “O avanço no número de startups de IA no Cubo ano a ano é um grande indicativo do potencial de transformação que a tecnologia pode atingir em diversos setores da nossa sociedade”, afirma Andrei Golfeto, Head de Startups do Cubo Itaú.

Ferramentas como ChatGPT, Bard, e agora, Remini, viralizaram nas redes sociais e se tornaram tópico de conversa no dia a dia de muitas pessoas. Para alguns, o contato com soluções baseadas em inteligência artificial está começando agora, mas a verdade é que essa tecnologia vem sendo desenvolvida há décadas e o potencial vai muito além do que escrever textos e gerar imagens. Em alguns casos, ela pode até ajudar a evitar acidentes e salvar vidas.

Esse é um dos principais motivos pelos quais as indústrias brasileiras vão investir mais de R$1 bilhão neste ano em inteligência artificial, de acordo com previsão do Instituto de Desenvolvimento Corporativo do Brasil, mas não é o único. A tecnologia também pode reduzir ou prevenir falhas, ajudar na manutenção preventiva de aparelhos e otimizar a produção, gerando mais lucro para a indústria. Esse processo de revolução digital é conhecido como Indústria 4.0 e para impulsioná-lo, as indústrias estão participando cada vez mais da inovação aberta e trabalhando com startups. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o setor industrial já conta com o apoio de 81% das startups do país.

É o caso da Shape Digital, membro da comunidade do Cubo que, através da análise avançada de dados, cria modelos que avaliam equipamentos, histórico de falhas e atividades de manutenção. Esses modelos têm o objetivo de identificar riscos de falha antecipadamente, o que permite aplicar ações de prevenção que reduzem o tempo de inatividade, perdas de produção e custos de manutenção, gerando mais confiabilidade em operações industriais.

A empresa nasceu em 2020 de um spin-off realizado pela MODEC, em parceria com Mitsui; e hoje possui uma biblioteca com mais de 800 modelos de análise de dados avançados, cobrindo os principais equipamentos rotativos responsáveis por processos produtivos. Ao todo são 14 plantas industriais conectadas à plataforma de soluções Shape, em fábricas de Óleo & Gás, Papel & Celulosa, Mineração & Metais, Geração de Energia, entre outras indústrias de base.

Em três anos de atuação, a startup apresenta resultados que demonstram o potencial da inteligência artificial na indústria. Os clientes relataram aumento de produção anual estimado em US$ 150 milhões, e impacto anual de US$1,3 milhão por planta em redução de custos de manutenção. Ocasiões de inatividade não programada também caíram 10%. Diante desse cenário, a Shape Digital projeta triplicar seu faturamento em 2023. “Para isso, planejamos expandir nossa atuação no setor de Óleo & Gás, e diversificar nosso portfólio de soluções digitais com desenvolvimento de parcerias estratégicas”, afirma Henrique Domakoski, vice-presidente de Marketing & Vendas na Shape Digital.

Mesmo em um cenário de expansão do uso de inteligência artificial nas indústrias, ainda existem alguns desafios para a integração dessas soluções de maneira escalável. “A grande barreira que vemos para a adoção em massa desta tecnologia está relacionada à necessidade de grandes investimentos em infraestrutura de aquisição de dados e rede de comunicação. Para ter uma solução em escala industrial, é necessária a utilização de sensores para coleta de dados on-line e uma robusta rede de conexão. Como a grande parte das operações industriais estão localizadas em regiões remotas, comunicação de dados ainda é um desafio”, finaliza o executivo da Shape Digital.

Outra startup do Cubo que está atuando na indústria brasileira é a Pix Force, empresa especializada em gerar soluções através de aquisição e interpretação automática de imagens e vídeos. O processo, também conhecido como visão computacional, contribui para a otimização de processos, segurança do colaborador e maior eficiência na fábrica.

Segundo um dos cofundadores da startup, Renato Gomes, a necessidade de democratizar o uso de imagens, tornando sua captação e análise mais acessível para a indústria brasileira, fez com que a startup trouxesse soluções para uma dor latente do mercado. “Quando iniciamos as primeiras conversas sobre a fundação da Pix Force, em 2014, a captação e a análise de imagens eram processos extremamente caros e de difícil acesso. Mas nós sempre optamos por trabalhar de maneira muito próxima com os verdadeiros desafios enfrentados pelo mercado, atendendo a parâmetros industriais ligados à produção em grandes escaladas, velocidade e precisão nas entregas”, explica.

Para resolver esses desafios, a startup criou soluções como o Pix Safety, que transforma qualquer câmera de segurança em um sensor que detecta automaticamente, pessoas em situações de risco dentro do ambiente de trabalho; o Pix Counter, que realiza contagens automáticas, garantindo que o que está sendo entregue para o cliente é realmente o que foi comprado pela empresa; e, também, o Pix Docs, que é um OCR inteligente e permite que a extração de textos de documentos sem qualquer padronização como comprovantes de residência ou currículos.

Entre os principais clientes da startup estão grandes players do mercado internacional de óleo e gás, e energia, o que inclui Petrobras, Shell, Grupo CPFL Energia, Eneva Energia, CEMIG, SHV Energy, entre outros. Um dos projetos de destaque para o setor foi para a inspeção de corrosão e oxidação em plataforma offshore. Usualmente, o trabalho era realizado por seres humanos fazendo rapel de corda, em que tiravam fotos da plataforma e, posteriormente, estas também eram analisadas por seres humanos em ambiente de telas. O processo todo levava cerca de cinco dias, pois era necessário considerar as condições climáticas, além da mobilização e desmobilização dos equipamentos para captar imagens em vários ângulos.

A solução desenvolvida pela Pix Force consegue realizar a captação das imagens em menos de quatro horas e a inteligência artificial é capaz de analisar a corrosão em menos de 1 hora. Com esses e outros cases de sucesso, a empresa cresceu 120% de 2021 para 2022, e a perspectiva é continuar crescendo acima dos 100% nos próximos anos. Há cinco anos consecutivos a Pix Force está na primeira colocação do 100 Open Startups no segmento de Inteligência Artificial (IA) no País – ranking que é utilizado como referência por grandes empresas e investidores. Atualmente a empresa possui sedes em Porto Alegre, no Instituto Caldeira, em São Paulo, no Cubo, e ainda nos EUA e na Finlândia. Em 2022 a Pix também foi uma das três startups premiadas no South Summit Brazil.

De acordo com Rodrigo Murta, especialista em IA, founder da Looqbox e autor do livro Conversando com Robôs: a Arte de GPTear, o investimento massivo das indústrias em inteligência artificial tem o potencial de gerar várias mudanças transformadoras, entre elas: aumento de eficiência e produtividade, redução de custos, melhoria na tomada de decisões, desenvolvimento de novos produtos e serviços, e aumento da competitividade.

A Looqbox é uma startup que faz parte da comunidade Cubo e usa inteligência artificial para ajudar as empresas a consultar e analisar seus dados de forma rápida e fácil. Essa tecnologia permite que os usuários façam perguntas em linguagem natural e obtenham respostas instantâneas (tal qual uma pesquisa no Google), possibilitando tomar decisões informadas com base nos dados. A startup vem crescendo 50% ano contra ano e hoje conta com 35 clientes enterprise na sua carteira, incluindo a empresa industrial Nestlé.

Sobre o Cubo Itaú 

Inaugurado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, o Cubo Itaú é o mais relevante hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina, uma organização sem fins lucrativos que potencializa a conexão e a criação de negócios entre grandes empresas e startups. O Cubo Itaú está sediado na região da Vila Olímpia, em São Paulo, e, por meio de suas plataformas física e digital, contribui com o crescimento das mais de 450 startups curadas que fazem parte de seu portfólio e refletem mais de 25 segmentos de mercado, contemplando, assim, empreendedoras e empreendedores de todo o Brasil e de diversas regiões do mundo. O Cubo também apoia as transformações digital e cultural de corporações e tem mantenedores que representam as maiores indústrias da economia, como Itaú Unibanco, Dasa, Corteva, São Martinho, Itaú BBA, CNH Industrial, Suzano, Dexco, Eztec, Gerdau, MPD, Saint-Gobain, ConectCar, iCarros, Bike Itaú, Wilson Sons, Porto do Açu, Hidrovias do Brasil, TIM, Stellantis, Bayer, Jaguar Land Rover, Oxygea, Prudential, NTT Data Brasil e Wayra Brasil. Soma-se a isso a presença de uma comunidade dedicada a Investidores com Antler, BID Lab, HiPartners, Latitud, Norte, SaaSholic e Upload com apoio da LAVCA, abvcap e Emerging Venture Capital Fellows, além de parceiros estratégicos, como Accenture Digital, Liga Ventures, Anjos do Brasil, Abstartups, Forge 3D, entre outros. Mais informações podem ser encontradas em: https://cubo.network/.
 

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