04/09/2023 às 15h46min - Atualizada em 05/09/2023 às 00h01min

Brasil registra mais de 120 mil novos casos de sífilis

Doença também afeta os olhos e pode trazer complicações sérias se não for detectada e tratada precocemente

Lia Lopes
www.hobr.com.br
Pixabay
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é transmitida principalmente através de relações sexuais desprotegidas com um parceiro infectado. Também pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gravidez (sífilis congênita) ou por meio de transfusões sanguíneas, compartilhamento de agulhas (associado ao uso de drogas) ou acidentes com objetos cortantes contaminados. Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que compilou notificações da doença no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) até o final de junho de 2022, revelam que no Brasil, no decorrer do primeiro semestre do ano passado, mais de 122 mil novos casos foram registrados. Dentre esses, aproximadamente 79,5 mil foram classificados como sífilis adquirida, enquanto cerca de 31 mil ocorreram em gestantes. Além disso, foram notificados cerca de 12 mil casos de sífilis congênita, quando a mãe, infectada pela bactéria, passa a doença para o bebê pela placenta. Isso acontece em especial durante a segunda metade da gestação ou quando a grávida nunca fez o tratamento para a sífilis ou começou o tratamento menos de 4 semanas antes do parto. Nesse caso, os cuidados com o bebê devem ser iniciados o mais rápido possível após o nascimento para evitar complicações graves, como surdez ou cegueira.
Embora a sífilis seja geralmente associada a lesões nos órgãos genitais e na boca, essa condição pode afetar outras partes do corpo, inclusive os olhos. Quando o Treponema pallidum infecta uma ou mais estruturas do olho, desencadeia uma resposta imunológica que resulta na sífilis ocular. “Cerca de 9% dos pacientes contaminados com a sífilis desenvolvem a forma ocular, que pode ocorrer em qualquer estágio da sífilis e envolver diferentes partes da estrutura ocular”, explica o Dr. Natanael de Abreu Sousa, neuroftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB) e do Hospital de Olhos INOB, empresas do Grupo Opty.
De acordo com o médico, devido à proximidade do olho com o sistema nervoso central, a sífilis ocular é considerada uma manifestação da neurossífilis e pode, portanto, ser acompanhada por sinais e sintomas neurológicos. As formas mais comuns de acometimento ocular são a uveíte posterior (inflamação na retina e na coroide) ou a panuveíte (inflamação na íris, corpo ciliar e coroide); porém a neuropatia óptica (inflamação do nervo óptico), a ceratite intersticial (opacidade e inflamação da córnea), a uveíte anterior (inflamação da íris) e a vasculite retiniana (inflamação dos vasos da retina) também podem ser causadas pela doença. “Os sintomas são variados e incluem redução da visão, dor ocular, turvação visual, moscas volantes (percepção de pequenos pontos móveis no campo visual), fotopsia (flashes de luzes espontaneamente provocados no campo visual), aumento da pressão ocular, vermelhidão na conjuntiva e fotofobia, maior sensibilidade à luz”, explica o especialista.
Segundo o Dr. Natanael, quanto mais grave for a inflamação provocada ou o atraso no diagnóstico e tratamento maior será a possibilidade de sequelas, inclusive a perda visual irreversível.  O tratamento da sífilis ocular é feito em regime de internação hospitalar, através da administração de penicilina cristalina intravenosa por 10 a 14 dias. Para o controle da inflamação intraocular, é necessário o uso de corticoide colírio ou oral e colírio midriático, responsável por causar a dilatação pupilar e melhora da dor. Dependendo da evolução do quadro, alguns pacientes podem precisar de tratamentos adicionais para a reabilitação visual. Quando há opacidade no cristalino, por exemplo, se faz necessário a cirurgia de catarata. Se a sífilis causar uma opacidade corneana, talvez seja indicado o uso de lentes de contato rígidas ou um transplante de córnea. “É preciso ficar atento. Caso receba o diagnóstico de sífilis genital, cutânea, sistêmica ou cerebral, mesmo na ausência de sintomas visuais, o oftalmologista deve ser consultado a fim de descartar alterações oculares subclínicas”, finaliza o Dr. Natanael de Abreu Sousa. 

Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. Nesse formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas e concentra seu foco no exercício da medicina.
Atualmente, é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 28 marcas, totalizando 85 unidades, aproximadamente 3000 colaboradores e 1400 médicos oftalmologistas. Além das marcas próprias HOBrasil (BA, DF, RJ e SP) e Centro Oftalmológico Dr. Vis (PE, RJ, SP e SC), fazem parte dos associados: o Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), Hospital de Olhos INOB (DF), Hospital de Olhos do Gama (DF), Visão Hospital dos Olhos (DF), Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), Instituto de Olhos Villas (BA), Oftalmoclin (BA), Oftalmodiagnose (BA), Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), Sadalla.Smart (SC), HCLOE (SP), Visclin Oftalmologia (SP), Eye Center Oftalmologia (RJ), COSC (RJ), Oftalmax Hospital de Olhos (PE), UPO Oftalmologia – Unidade Paulista de Oftalmologia (SP), HMO – Hospital Medicina dos Olhos (SP), Instituto da Visão (SP), Visão Center (PE), Íris Oftalmo (PE), SEOPE (PE) e CEOP – Centro de Olhos do Pará (PA).

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