31/08/2023 às 17h09min - Atualizada em 01/09/2023 às 04h01min

Produção de soja aumenta risco de câncer e mortes de crianças e adolescentes no Mato Grosso

Análise inédita da InfoAmazonia com pesquisadora colaboradora da Fiocruz revela que mulheres, crianças e adolescentes de municípios mato-grossenses com pelo menos 5% da área dedicada à soja têm risco entre 26% e 33% mais chances de desenvolver e morrer por leucemia e linfoma

Assessoria de imprensa
https://infoamazonia.org/
Assessoria de imprensa/Divulgação

Um estudo inédito conduzido pela InfoAmazonia em colaboração com a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Tatiane Moraes, lança luz sobre a complexa conexão entre taxas elevadas de incidência de câncer e regiões ligadas ao agronegócio. Embora o câncer seja um problema de saúde multifatorial, a pesquisa aponta para os agrotóxicos como um dos fatores ambientais contribuintes para o aumento de certos tipos de câncer, como linfoma não-Hodgkin e leucemia, em áreas produtoras de commodities agrícolas, como o Mato Grosso. O estudo destaca que crianças em municípios mato-grossenses com mais de 5% de sua área dedicada à produção de soja podem apresentar até 33% mais chances de desenvolver linfoma não-Hodgkin e 26% mais chances de desenvolver ou falecer por leucemia até os 19 anos. O estudo também aponta para riscos aumentados de malformações congênitas e morte fetal em tais áreas.
 

Dados revelados pelo estudo indicam que 79 municípios, representando mais da metade do estado do Mato Grosso, possuem 5% ou mais de sua área ocupada por lavouras de soja. Cidades importantes como Cuiabá, Sorriso, São Lucas do Rio Verde e Sapezal estão entre elas. O aumento da produção de soja na região resultou no crescimento do uso do agrotóxico glifosato, tornando-o o pesticida mais empregado nas plantações de soja do estado. O estudo ressalta a gravidade da situação e destaca a necessidade de ações imediatas para abordar esse problema de saúde pública.
 

Lia Giraldo da Silva Augusto, coordenadora do projeto Saúde Reprodutiva e Agrotóxicos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), afirma que os resultados da pesquisa evidenciam os danos à saúde humana decorrentes do modelo químico-dependente da produção de commodities agrícolas. Ela destaca a importância das análises epidemiológicas na luta contra os agrotóxicos e ressalta a necessidade de regulamentações mais rigorosas em níveis municipais e estaduais. O estudo levanta preocupações sobre a falta de conscientização pública e a luta contínua para enfrentar os impactos dos agrotóxicos na saúde.

Clique aqui para ler a reportagem completa.


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