30/08/2023 às 12h01min - Atualizada em 31/08/2023 às 00h10min

Dia Nacional do Combate ao Fumo: cresce o número de doenças em jovens usuários de cigarros eletrônicos, alerta especialista

Fernanda Toledo, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, explica que os dispositivos podem aumentar o risco de infarto e doenças respiratórias  

Bianca Lodi
Divulgação/Freepik

Nesta terça-feira, 29 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Combate ao Fumo, a data é uma forma de conscientizar a população sobre os riscos que o hábito provoca e ajudar na luta contra o vício. No cenário atual, a campanha assume uma importância ainda maior, sobretudo no que diz respeito à orientação dos jovens sobre os impactos na saúde não apenas do tabaco convencional, mas também dos cigarros eletrônicos. 

Segundo uma pesquisa do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023), aproximadamente 1 em cada 4 jovens com idades entre 18 e 24 anos no Brasil (23,9%) já experimentaram cigarros eletrônicos em algum momento, mesmo que sua venda seja proibida no país. Este número demonstra uma tendência de crescimento, uma vez que no ano anterior essa estatística era de 19,7%, ou seja, 1 em cada 5 indivíduos na mesma faixa etária. O aumento ocorreu em uma taxa de 21,3% em um período de apenas 12 meses. 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) reforça que a toxicidade dos cigarros eletrônicos pode ser tão prejudicial quanto aos cigarros tradicionais, já que esses dispositivos contêm substâncias tóxicas com outras que frequentemente mascaram os efeitos contraditórios. Entre os elementos perigosos estão os metais pesados, como chumbo, ferro e níquel, conforme afirmado pelo Ministério da Saúde. 

Fernanda Toledo, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, esclarece que os cigarros eletrônicos, também conhecidos como "Vapes" e "Pods", são dispositivos eletrônicos alimentados por bateria, que diferem dos cigarros ocasionais em diversos aspectos. “O tabagismo convencional envolve tabaco que é queimado para gerar fumaça contendo uma gama ampla de produtos químicos negativos, incluindo alcatrão, monóxido de carbono, nitrosaminas e outros elementos carcinogênicos. Em contrapartida, os dispositivos de Vape não queimam tabaco, mas tem nicotina, que acelera o metabolismo e o sistema cardíaco, afetando diretamente o sistema límbico.” 

A enfermeira alerta que os cigarros eletrônicos podem causar doenças respiratórias, tais como enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer. “Sintomas de alerta para os jovens consumidores incluem tosse, dor no peito, falta de ar, vômitos, náuseas, problemas abdominais e perda de peso”, adverte. 

Fernanda explica que o uso contínuo do Vape pode agravar casos de doenças crônicas. “O vapor liberado pelo dispositivo pode causar sintomas tanto do enfisema quanto da bronquite crônica, doenças que compõem a doença pulmonar obstrutiva crônica. É importante ressaltar que vários estudos demonstraram que os cigarros eletrônicos aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio e doenças respiratórias e pulmonares, como a asma.”  

Por fim, a professora recomenda que as pessoas procurem ajuda profissional para tentar abandonar o hábito de fumar. "É fundamental escolher um método adequado para cada caso, estabelecer se a interrupção será imediata ou gradual, definir prazos e estar ciente dos sintomas que podem surgir durante o processo, como ganho de peso, abstinência e recuperação. Para obter sucesso nesse processo, é essencial incorporar atividade física diária e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeinadas." 


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