23/08/2023 às 01h32min - Atualizada em 31/08/2023 às 01h32min

Nissan Versa refina o visual e ganha mais equipamentos para se competitivo

Sintonia fina

A renovação do Versa chegou em boa hora para a Nissan no Brasil. Antes mesmo de aparecer nas concessionárias da marca com a nova frente e com a nova distribuição de equipamentos pela linha, o sedã compacto japonês, importado do México, já vinha mostrando uma reação nas vendas. A média de emplacamentos subiu das 450 unidades por mês em 2022 para 600 unidades mensais no primeiro semestre de 2023. E logo no primeiro mês cheio de vendas, em julho, o Versa passou das mil unidades emplacadas. Nessa renovação, toda a gama passa a contar com câmbio CVT. Apesar de valorizar a versão de entrada, altera também a tabela de entrada ‑ a Sense CVT custa R$ 107.490. Mas é mesmo a intermediária Advance, de R$ 115.890, que acaba apresentando o melhor custo/benefício – o preço da top, Exclusive, já pula para R$ 129.590.
A principal mudança no novo Versa é mesmo no visual externo. Mais especificamente, o novo conjunto dianteiro, que se destaca pelos frisos cromados na altura das aletas da nova grade, que ficou bem mais alta. O sedã compacto passa a ostentar também a nova logomarca, com letras e frisos em branco sobre um fundo em preto brilhante. As medidas externas não mudaram. O Versa tem 4,50 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,47 mm de altura e 2,62 m entre os eixos ‑ o porta-malas ficou 482 litros de capacidade. O banco traseiro na versão Advance tem encosto bipartido e rebatível.
Depois de uma primeira temporada convivendo com as ruas e estradas brasileiras, a Nissan decidiu melhorar o isolamento acústico do modelo. O carpete ficou mais grosso e vidros dianteiros ganharam uma espessura maior. Foram revistos também o material fonoabsorvente do capô e buchas da suspensão. A ideia foi melhorar a sensação de solidez do sedã, o que gera uma imagem mais requintada. Não houve, porém, qualquer mudança estrutural ou mecânica e o motor foi mantido sem alteração. Ele é montado no México com os kits para o sistema flex enviados do Brasil e rende 114 cv a 5.600 rpm e 15,5 kgfm 4 mil giros, tanto com gasolina quanto com etanol – os mesmos números do Kicks, com quem o novo Versa divide também a plataforma desde a geração passada.
Por dentro, as mudanças são bem discretas. A versão Advance ganhou um novo console central e apoio de braços com porta-objetos. No nicho à frente da alavanca, há um carregador de celular por indução que fica tão fundo que foi preciso colocar uma luz indicativa de funcionamento. Houve ainda a instalação de entradas USB tipos A e C. Em relação aos equipamentos, todas as versões contam com o com alerta de colisão frontal com frenagem autônoma, alerta de objeto no banco traseiro e seis airbags. A Advance traz ainda câmera 360º, mas itens como sensor de ponto cego, alerta de atenção do motorista e de tráfego cruzado traseiro ficam para a top Exclusive.
A versão intermediária traz ainda faróis de neblina, luz de condução diurna, rodas de liga com 16 polegadas, central multimídia com 7 polegadas e espelhamento de celular via cabo, ar-condicionado analógico, chave presencial e revestimento interno e dos bancos em tecido. No painel, há um conta-giros analógico e uma tela de 7 polegadas com hodômetro e informações do computador de bordo. Um pacote que não traz requinte, mas não deixa nada muito relevante de fora. Mesmo sendo importado, o Versa se mantém competitivo diante dos rivais.


Ponto a ponto
Desempenho – A Nissan tem uma lógica de criar modelos leve para gerar uma boa relação peso/potência. No caso do Versa, cada cv responde por 10 kg do modelo sem carga. Isso se traduz em um carro bem comportado. O motor 1.6 16V aspirado também prima pela racionalidade – são propulsores mais simples e menos propensos a problemas que os turbinados. Em suma: o Versa responde bem ao acelerador, mas não faz a adrenalina fluir. Por outro lado, mesmo com um câmbio CVT, o Versa não é preguiço. Acelerações e retomadas são progressivas e suaves – o que o torna agradável para o uso na cidade. Alternando a marcha D, de Drive, com a L, de Low, consegue-se extrair alguma esportividade, mas nada que injete muita adrenalina no motorista. Nota 7.
Estabilidade – O Versa tem porte e um entre-eixo avantajado, de 2,62 metros. Isso o torna muito hábil para contorna as curvas de raio longo, o que é vantajoso em ambiente rodoviário, mas não em curvas mais apertadas. A suspensão atrás, com eixo de torção, não tem muita precisão e deixa a traseira um pouco nervosa quando o carro é exigido. Mas como é rígida, consegue manter um bom controle sobre carroceria. Praticamente não há rolagem lateral. Nota 8.
Interatividade – Neste ponto, o Versa Advantage não é tão profícuo. Há poucos recursos de assistência à condução – apenas a versão Exclusive tem mais conteúdo ‑ a central multimídia é muito simples, com espelhamento apenas via cabo – embora uma conexão wireless fosse o complemento ideal para o carregador por indução. Ele traz ainda câmera 360º e sensor traseiro, que compensam a grossa coluna traseira. Nessa atualização, a Nissan tirou o tosco pino que brotava no painel e agora o reset é feito através do volante multifuncional. Nota 8.
Consumo – Na avaliação do Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro, De acordo com o Inmetro, o consumo urbano é de 7,9 e 11,5 km/l, enquanto o rodoviário fica em 10,2 e 14,7 km/l com etanol e gasolina. Em relação ao Versa anterior ao Proconve L7, são números piores na cidade e melhores na estrada. Na prática, com trânsito urbano pesado, não chega nem perto desse desempenho. Os índices, C na categoria e B na classificação geral, se mantiveram iguais. Nota 7.
Conforto – O bom entre-eixos do Versa gera um ótimo espaço interno, com destaque para a parte traseira. Na arquitetura do modelo, o banco traseiro é bastante recuado e acaba ficando sobre o eixo traseiro. Como a suspensão é rígida e não filtra tão bem as irregularidades, acaba roubando um pouco o conforto de quem viaja ali. Na frente, os ocupantes são melhor tratados, até pelos bancos Zero Gravity, que são realmente eficientes. A versão traz apoio de braço para o motorista. Nota 7.
Tecnologia – Os pontos em que o Versa não está up-to-date são no trem de força, com motor 1.6 aspirado com CVT, e na plataforma V, que é de 2012 e apenas refinada para esta geração. A plataforma eletrônica é capaz de aceitar diversos recursos ADAS, mas na versão só estão presentes o alerta de colisão com frenagem autônoma. A central multimídia é econômica tanto em recursos quanto em tamanho. Um ponto positivo é a câmera 360º. Nota 8.
Habitabilidade – O Versa tem um bom espaço interno, um porta-malas de grande apetite – 482 litros – e um bom número de nichos no interior para acomodar objetos de uso imediato, como o compartimento sob o apoio de braços, o porta-copos duplo e os porta-trecos nas portas, que acomoda até uma garrafa de água. Nota 8.
Acabamento – O interior do Versa é o que muda o modelo de patamar. O design, os encaixes, os arremates são muito bem feitos, mas o material de revestimento dos bancos preza mais pela resistência do que pelo tato. Há muitos painéis em plástico rígido expostos, mas sempre com texturas agradáveis. O acabamento em azul no console frontal cria uma diferencial sem ser muito chamativa. Nota 8.
Design – O Versa inaugurou no Brasil o V Motion 2.0 e deu um salto em qualidade estética se comparado ao desenxabido V Drive. Agora é também o primeiro a introduzir os frisos cromados em escadinha. É apenas um recurso estético sem função prática, mas em design interessa mais a impressão que causa – e no caso, é boa. No mais, não houve mudanças. As linhas fazem com que o sedã pareça de uma categoria superior, pois alongam o modelo, tanto no comprimento quanto na largura. O desenho é extremamente contemporâneo, com linhas bem-marcadas e não sente o peso dos quatro anos de lançamento. Nota 9.
Custo/benefício – O novo Nissan Versa passou a atuar apenas na parte superior do segmento de sedã compactos e o que é mais restritiva, com câmbio automático. Isso ocorre porque o modelo criou uma imagem requintada desde que esta geração desembarcou por aqui, em 2020. Os preços, claro, explicitam essa condição e ficam entre R$ 107 mil e R$ 130 mil. Nota 7.
Total – O Nissan Versa Advance CVT somou 77 pontos em 100 possíveis.


Impressões ao dirigir
Adepto do pragmatismo
Os fabricantes japoneses em geral valorizam a racionalidade em seus produtos. A resistência mecânica, de suspensão e dos materiais fazem com que os modelos sejam desejáveis mesmo depois de muito anos de fabricados. Para ser fiel a essa condição, abrem mão de algumas modernidades como turbo, central multimídia lotada de recursos e coisas afins. Talvez por isso mesmo a Nissan tenha caprichado no item que mais ajuda a vender e não custa necessariamente mais caro fazer bem feito, que é o design.
Esta geração do Versa, a segunda na sucessão do nem tão saudoso Tiida, trouxe soluções estéticas criativas e atraentes que mudam non imaginário do consumidor o posicionamento do modelo. Ao mesmo tempo, as linhas deixam evidente que se trata de um carro construído pela Nissan, com a identidade de marca bem delineada na frente, no perfil e na traseira. Por dentro, tem um espaço generoso e um porta-malas robusto, para 482 litros. Para entrar, a chave presencial para travas e ignição facilita a vida. Por dentro, os bancos Zero Gravity dão um excelente apoio aos passageiros dianteiros. Neles, o peso do corpo é distribuído em diversos pontos.
O botão de partida exige apenas um toque para o arranque girar até que o motor funcione. Há rivais em que é preciso manter o botão pressiona enquanto o propulsor não pega. O ronco não impressiona. O desempenho também não. O motor 1.6 16V aspirado com 114 cv e 15,5 kgfm, é razoável para um modelo que pesa 1.122 kg, mas o câmbio CVT perverte um pouco esta conta, pois anestesia as reações. De qualquer forma, há um bom equilíbrio entre desempenho e consumo. Pelos números da Nissan, o Versa acelera de zero a 100 em 10,7 segundos e alcança a máxima de 180 km/h.
Um ponto que chama a atenção positivamente é que o Versa se move em silêncio. O isolamento acústico que já era bom, melhorou – com vidros mais grossos, carpetes mais encorpados e até preenchimentos em partes ocas da estrutura. Esse cuidado com os detalhes também fica evidente nos padrões de acabamento. Na versão Advance, o console frontal o volante e os apoios de braço central são revestidos em couro sintético. Há guarnições nas portas – e também na base dos para-choques – imitando a textura de fibra de carbono. Apesar do revestimento dos bancos não ser dos mais macios – é um tecido resistente, mas muito áspero ‑, a impressão geral é que o Verso tem um acabamento que harmoniza bem com a boa impressão que se tem quando é olhado de fora.


Ficha técnica
Nissan Versa Advance
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando com variação contínua de abertura das válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Continuamente variável com modo Sport. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração de série.
Potência máxima: 114 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração 0-100 km/h: 10,7 segundos.
Velocidade máxima: 180 km/h.
Torque máximo: 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm. Taxa de compressão: 10,7:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.
Pneus: 205/50 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. ABS com EBD. Oferece assistência de partida em rampa.
Carroceria: Sedã compacto em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,50 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,47 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.137 kg.
Capacidade do porta-malas: 482 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Aguascalientes, México.
Lançamento mundial: 2019.
Lançamento no Brasil: 2020.
Face-lift: 2023
Preço da versão: R$ 115.890.


AVALIAÇÃO DO NISSAN VERSA APÓS RENOVAÇÃO DE MEIA-VIDA  - Eduardo Rocha | Auto Press
 

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