Divulgação No Brasil, estamos vivendo um processo de envelhecimento da população que exige uma reflexão sobre a preparação do país para lidar com essa realidade. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que, entre 2012 e 2021, houve uma queda de 5,4% no número de pessoas com menos de 30 anos, enquanto todos os grupos etários acima dessa faixa tiveram aumento. Como resultado, as pessoas com 30 anos ou mais passaram a representar 56,1% da população total em 2021, um crescimento considerável desde 2012, quando esse percentual era de 50,1%.
Segundo dados, estima-se que a população brasileira tenha atingido 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% em relação a 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais aumentou de 11,3% para 14,7% da população, um crescimento de 39,8%. Em termos absolutos, o número de idosos passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões.
Diante desse panorama demográfico em constante transformação, ressaltamos o quanto é importante avaliar se o Brasil está preparado para atender às necessidades dessa parcela crescente da população. Infelizmente, as políticas públicas voltadas para os idosos ainda são insuficientes, levando a uma abordagem mais abrangente e à implementação de ações concretas para garantir um envelhecimento digno e com qualidade de vida.
É fundamental estabelecer um planejamento adequado para enfrentar os desafios financeiros relacionados ao envelhecimento, bem como investir em infraestrutura em municípios e estados de todo o país. A tecnologia também desempenha um papel crucial nesse contexto, especialmente no desenvolvimento de cidades inteligentes que priorizam o bem-estar, o crescimento econômico e a sustentabilidade. Melhorias na engenharia civil e na arquitetura podem contribuir para a construção de edifícios mais adaptados às necessidades dos idosos, promovendo um ambiente seguro e saudável.
A questão da mobilidade urbana é algo que estamos falando constantemente, porque também merece nossa atenção. É essencial compreender que o tempo de travessia dos semáforos pode ser insuficiente para os idosos, assim como para os motoristas. Nesse sentido, é necessário adotar soluções de sinalização inteligentes e outras medidas tecnológicas que garantam a segurança e a acessibilidade para todas as faixas etárias. Além disso, é fundamental incentivar a inclusão digital e o uso da tecnologia entre os idosos, proporcionando-lhes independência e acesso a dispositivos eletrônicos e soluções digitais. Essas soluções inteligentes são o caminho para o futuro e devem ser integradas desde já.
No que diz respeito às finanças, é preciso considerar que o envelhecimento acarreta custos elevados, como gastos com medicamentos, planos de saúde e necessidades básicas, como alimentação. Portanto, é necessário promover a educação financeira e estimular a poupança e o investimento, além de exigir planos de qualidade que atendam às necessidades específicas dos idosos. Órgãos responsáveis devem se dedicar a desenvolver ações e políticas comportamentais para essa faixa etária, acompanhando o seu crescimento contínuo.
Frente ao aumento da população idosa, é responsabilidade de toda a sociedade garantir um envelhecimento saudável, inclusivo e com qualidade de vida para essa parcela significativa da população.
*Vânia e Deco Guelfi, atuam no segmento há 23 anos. São sócios e proprietários no residencial para idosos Jardim das Palmeiras, com duas unidades: em São Paulo e outra em São José dos Campos. Ministram aulas e cursos sobre a temática da terceira idade.
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