18/08/2023 às 11h05min - Atualizada em 21/08/2023 às 04h01min

Dor nas costas já afeta 40% dos adolescentes: celular é o vilão

De acordo com a médica especialista em Tratamento da Dor, Mariana Suéte, é necessário se atentar a postura ao usar celular e computador para evitar dores na região das costas

Assessoria
Relevium Centro de Controle da Dor
Imagem de Freepik

O uso de dispositivos eletrônicos como smartphones e computadores já uma realidade presente na vida da grande maioria dos adolescentes e jovens brasileiros. No entanto,
esses aparelhos quando usados de maneira incorreta podem provocar transtornos, como problemas na região da coluna e pescoço, é o que alerta a médica Mariana Suéte, especialista no Tratamento da Dor.

Segundo pesquisa divulgada pela empresa de tecnologia McFee, no ano passado, que entrevistou mais de 15 mil pais de pré-adolescentes e adolescentes brasileiros, destacou que 96% dos adolescentes entre 10 e 16 anos no Brasil utilizam smartphones, já entre os 17 e 18 anos esse número chega aos 99%.

 Entretanto, o uso abusivo e de maneira incorreta desses dispositivos pode provocar diversos transtornos, como dores na região das costas. Problema que estão ficando cada vez mais comuns entre adolescentes e jovens e que antigamente afetava principalmente adultos e idosos. “Temos observado um aumento do número de adolescentes e jovens que procuram os consultórios com dores na região da coluna e pescoço, dores essas que em muitos casos pode se tornar crônicas”, adverte Mariana.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores brasileiros e espanhóis e publicada no começo deste ano, na revista científica “Healthcare” destacou que adolescentes que passam 3 horas ou mais por dia em frente a smartphones e tablets tendem a sofrer mais com dores na coluna. O estudo ressaltou alguns fatores de risco para a saúde da coluna, como o uso desses dispositivos eletrônicos por mais de três horas por dia, uma curta distância entre as telas e os olhos e a utilização desses dispositivos nas posições sentados e de barriga para baixo.

Para o estudo foram avaliados 1628 estudantes de ambos os sexos com idade entre 14 e 18 anos da em escolas da área urbana do município de Bauru (SP) em 2017. Em 2018, 1.393 alunos que participaram da pesquisa no anterior foram reavaliados. O estudo constatou que a prevalência de dores na coluna foi de 38,4%, com adolescentes relatando dores na coluna tanto em 2017 quanto em 2018, e outros 10,1% não notificaram dores na coluna em 2017, mas relataram o transtorno em 2018.

Mariana Suéte esclarece que “dor nas costas” é uma expressão usada de maneira ampla que pode se referir a três diferentes tipos de dores: dorsalgia, cervicalgia e lombalgia. As duas últimas mais associadas as dores provadas pelo uso de dispositivos eletrônicos. 

A cervicalgia é a dor que se apresenta na região cervical (pescoço e ombros). “Usuários de Smartphones e tablets podem apresentar a síndrome do “pescoço de texto”, que se trata da sobrecarga da musculatura e das articulações verticais causada pela má postura ao utilizar esses aparelhos, para evitar esse tipo de problema é preciso evitar ficar com o queixo abaixado ao usar celulares, por exemplo”, destaca a especialista.


Já a lombalgia está relacionada as dores na região lombar (parte inferior da coluna, abaixo das costelas e acima da linha dos glúteos). “Esse é um tipo de dor é muito comum, e pode aparecer com o uso prolongado de computadores em posições pouco confortáveis e com a postura incorreta. Se atentar a postura ao sentar, e realizar pausas e alongamentos ao ficar muito sentado podem ajudar a diminuir a lombalgia”, explica Mariana Suéte.

Também é necessário frisar que as horas em frente as telas não sejam exorbitantes para que haja uma relação saudável entre o aparelho e o individuo. O uso desses aparelhos em tempo prolongado, em posições inadequadas, pode sobrecarregar a coluna, resultando em dores crônicas e problemas de alinhamento. A OMS recomenda que o tempo de tela para adolescentes entre 11 e 18 anos não deve ultrapassar as 3 horas por dia. 

A médica destaca maneiras de evitar os problemas na coluna e pescoço nos mais jovens. De acordo com a especialista, é necessário adotar práticas de vida mais saudáveis desde cedo, como praticar atividades físicas e mudar a postura. “Muitos desses jovens possuem o hábito de vida sedentário, passam muito tempo em frente as telas e não praticam atividades físicas. Portanto, é ideal que eles passem a praticar mais exercícios que fortaleçam a musculatura de suporta da coluna, além de manter uma postura adequada ao usar os dispositivos eletrônicos e ao se sentar,” pontua.

A médica orienta que deve-se buscar uma avaliação médica assim que surgirem sintomas de desconforto e dores na coluna. “Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado pode-se evitar que o problema evolua para algo mais grave e debilitante,” finaliza.

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
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