Apagão no Brasil liga o alerta para estruturação de sala de crise

O apagão que afetou quase 30 milhões de residências em 26 unidades da Federação na última terça (15) fez com que o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, determinasse a criação urgente de uma sala de crise para acompanhar o processo de retomada da energia, bem como para apuração das causas do incidente, aparentemente ocorrido por uma falha técnica.

Mas, o que é essa tal sala de crise ou sala de situação?

Trata-se de uma das estratégias mais importantes no gerenciamento de uma crise. Estruturar um espaço, de preferência físico, que reúne profissionais de todas as áreas da organização envolvidas em uma situação de emergência e riscos. Basicamente, ter as pessoas certas, no local certo, com os equipamentos e tecnologias certos para análise, monitoramento, apuração de informações e, por fim, a tomada de decisão mais assertiva possível.

A sala deve funcionar como um centro de comando e pode ser usada em contextos como uma crise corporativa, desastres naturais, ameaça cibernética, entre outros cenários que requerem coordenação intensiva e rápida tomada de decisão.
Ao reunir todos os envolvidos com o tema da crise, é possível confrontar dados, compreender todo o contexto da situação e obter soluções conjuntas.

Para a sócia/fundadora da WePlanBefore (WPB) - empresa especializada em gestão de crise e respostas a incidentes - Patrícia Teixeira, o governo agiu rápido, porém a comunicação do incidente não foi muito objetiva.

“O governo identificou falha em uma linha de energia no Ceará, mas até agora não explicou com clareza por que o problema atingiu quase todo o país. Já deram diferentes versões sobre o fato, algumas desencontradas. Isso não contribuiu com a imagem e reputação do MME, que deve ser percebido pela população como o órgão de maior confiabilidade quando o assunto é energia. Alguma coisa não funcionou na sala de situação montada para esta crise”, finaliza Patrícia. 

Regularmente, salas de crise ou de situação têm um tempo determinado e uma pauta definida. Suas rotinas devem estar focadas no repasse de informações para a construção de posicionamentos sobre os cenários críticos e as circunstâncias adversas, e para a determinação de quais ações serão implementadas para mitigá-los.

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