Imagem: Secretaria da Habitação/GOVSPA Caixa Econômica Federal divulgou os números de acesso ao seu Simulador Habitacional no último mês. A ferramenta, disponível no site da instituição, ajuda o cliente a simular as condições para a compra de imóveis através do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, que atualizou suas condições de acesso no último mês de junho.
A novas regras do MCMV foram recebidas pelo setor imobiliário com otimismo. Construtoras, incorporadoras e loteadoras agora se preparam para o aumento de demanda por imóveis dentro das faixas previstas pelo programa, com o olhar voltado para as novas tecnologias que facilitarão a gestão de lançamentos e vendas.
Aumento da demanda por imóveis MCMV
De acordo com os dados da Caixa, foi registrado um total de 8,8 milhões de acessos ao Simulador Habitacional da Caixa no último mês, sendo 6,2 milhões destes realizados por pessoas interessadas em imóveis MCMV. O aumento representou um incremento nas buscas de 109,7% em relação ao mês anterior.
Ainda segundo a instituição, cerca de 47,43% dos interessados em adquirir um imóvel popular têm idade entre 25 e 35 anos, quase metade da quantidade total de acessos. Aproximadamente 40,3% das simulações são referentes a imóveis com valores entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, e 16% das simulações são para imóveis entre R$100 mil e R$ 150 mil.
Os números vão ao encontro da pesquisa qualitativa realizada pela empresa Brain, que traçou um perfil dos compradores e dos imóveis mais procurados dentro dos padrões do Programa. De acordo com o estudo, o MCMV é majoritariamente voltado para quem deseja adquirir o primeiro imóvel e sair do aluguel.
Outro aspecto da pesquisa aponta um déficit de ofertas em relação à demanda por imóveis com o perfil MCMV. Enquanto 80% da população brasileira se enquadra das faixas previstas pelo programa, capitais como Curitiba e Recife oferecem apenas 6% e 5% de imóveis deste tipo para aquisição, respectivamente. Já a cidade de São Paulo enquadra 45% dos imóveis disponíveis nos padrões do Programa.
Sobre o perfil dos imóveis, a pesquisa mostra que itens como dois banheiros, varanda, e área de lazer aparecem como sendo de muita importância para a maioria dos compradores de imóveis MCMV.
“São itens que demonstram que a maior parte dos compradores são casais com filhos, que se preocupam em aproveitar momentos de lazer no próprio imóvel, em segurança”, comenta o fundador da Brain, Marcos Kahtalian.
Impulsionamento da transformação digital do setor
Para Marcus Anselmo, cofundador da Terracotta Ventures, momentos como este são estratégicos para o investimento em novas soluções tecnológicas para o mercado imobiliário e os players do setor sabem disto. Ainda de acordo com Marcus Anselmo, as próprias empresas de incorporação e construção têm participado de fundos de investimento em startups do tipo construtechs, o que demostra um amadurecimento do nicho nos últimos 8 anos.
“Entre os anos de 2017 e 2019, o número de startups que atuam no setor imobiliário duplicou, e hoje é difícil pensa em alguém que ainda seja refratário ao assunto. A mentalidade mudou. As empresas mais perenes estão passando por sucessão de direção e as pessoas que estão assumindo sem dúvida estão vindo com um olhar mais digital”, opina.
Para o CEO da plataforma de gestão CV CRM, Fábio Garcez, no atual contexto de aumento da demanda e de investimentos em imóveis MCMV, a capacidade de inovação das incorporadoras e construtoras será posta à prova. “É evidente a importância do atual momento como uma oportunidade de fomento da transformação digital dentro das empresas do setor e quem investir neste sentido aproveitará mais oportunidades”, afirma.
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