16/08/2023 às 01h50min - Atualizada em 16/08/2023 às 01h50min

Nova Ford Ranger evolui em todas as dimensões e passa a contar com uma motorização V6

Salto tecnológico

Assim como as antecessoras, a nova Ranger sai da fábrica de Pacheco, nos arredores da capital argentina, Buenos Aires. A renovada picape média da Ford mostra novidades em praticamente todas as frentes: capacidade off-road, robustez, tecnologia, motorização, conforto e segurança. A mudança só não foi completa porque neste projeto, chamado P703, a estrutura da Ranger apenas passou traz uma evolução da antiga T6. De qualquer forma, esta Ranger está recheada de novidades. A gama recebeu de mil componentes novos. Por enquanto, a Ford só está apresentando no Brasil as versões de topo, XLT e Limited, sempre com o novo motor V6. Os preços ficaram bem salgados: a partir de R$ 289.990 e R$ 319.990, sem opcionais. A nova picape vai conviver com as versões mais simples da antiga picape no showroom das concessionárias. Só em um segundo momento esta nova roupagem chegará às versões com o motor de quatro cilindros, que terão configurações turbo e biturbo.
Por fora, o modelo argentino foi totalmente remodelado, seguindo a mesma trilha estética já mostrada na picape média-compacta Maverick e na média-grande F-150. A grande frontal é cortada por um friso central que parece invadir os conjuntos óticos em formato de C. Se a Ranger anterior focava nas linhas modernas, limpas e aerodinâmicas, o novo desenho tenta valorizar a robustez e expressa isso com linhas mais retas, desde a dianteira com o capô mais plano até as laterais mais musculosas. As barras metálicas na borda da caçamba e o santantônio na cor da carroceria completam o visual. Já a traseira ganhou lanternas maiores e tampa com vincos bem marcados. As novas rodas usam aros que vão de 16 a 20 polegadas, como na Limited. Para acomodar as novas rodas, os arcos de roda tiveram de crescer.
Na renovação estrutural, as bitolas aumentaram em 5 cm, a rigidez aumentou em 30% na torção e 25% na flexão, a suspensão traseira ganhou amortecedores deslocados para fora do chassi. E o eixo dianteiro foi deslocado para a frente, o que aumento o entre-eixos em 5 cm. Tudo isso se traduz em melhoria dinâmica. A distância mínima para o solo é de 23 cm, a capacidade de transposição passa a ser de 80 cm e os ângulos de ataque, saída e ventral passam a ser respectivamente 30º, 26º e 22º. A maior largura da carroceria também permite uma caçamba maior, com 1,51 m de comprimento e 1,22 m de largura entre as caixas de roda. O volume de carga passa a ser de 1.230 litros.
Sob o capô, todos os propulsores são diesel e as configurações mais simples vão trazer um motor 2.0 litros com turbo único, que rende 170 cv e 40,9 kgfm. Na sequência vem o 2.0 biturbo, com 210 cv e 51 kgfm. Estes propulsores são da Família Puma, enquanto o 3.0 V6 é da Família Lyon, como na versão Limited avaliada. Ele rende 250 cv e 61,2 kgfm. As caixas são sempre manuais com seis marchas ou automáticas de 10 marchas, iguais á usadas na Transit. Mas apenas o motor V6 conta com acoplamento de tração 4X4, com reduzida e distribuição eletrônica da tração.
Por dentro, além de um novo design e a adição de vários espaços para guardar objetos, a Ranger passou por uma revisão dos materiais, que passam a impressão de boa qualidade. O cuidado com a montagem também chama a atenção. Na central multimídia, a Ranger tem ofertas de telas com 8, 10 e 12 polegadas, dependendo da versão. No caso da Limited, o painel digital tem tela de 12 polegadas e tela da central vertical, como um tablet. Melhor que o tamanho, é a praticidade oferecida pelas telas, no cluster está toda a informação. que se precisa e mais, sempre fácil de visualizar, e na central multimídia cada função tem sua explicação para saber o que estamos fazendo.
A Ford lembrou de deixar os controles físicos para climatização, tunning e volume, além de acesso rápido por botões para algumas funções como acoplamento de tração, modos de tração e câmeras, que incluem modo off-road que mostra o que na parte baixo do carro, ideal para quando o capô cobre o que vem imediatamente. Há ainda outra câmera frontal tradicional. O espaço nos bancos traseiros melhorou, até pelo aumento do entre-eixos, ficou bom para os joelhos, melhor para cabeças, e o encosto tem boa inclinação.
Em relação à segurança, esta Ranger traz, além de 7 airbags, discos traseiros nas versões V6, aviso de tráfego cruzado, controle de cruzeiro adaptativo com Stop & Go para engarrafamentos, centralizador de faixa, alertando de colisão, assistente de evasão e frenagem autônoma – inclusive em manobras de estacionamento. O melhor é que é possível configurar o nível de interferência de cada sistema.

Impressões ao Dirigir
Evolução explícita
A Chevrolet Montana aposta em um Ninguém pode fazer mágica em relação ao comportamento de um veículo com chassi independente, elásticos e capacidade de carga de uma tonelada. Mas a Ford recorreu a alguns truques para reduzir o natural descontrole dessa arquitetura. A Ranger, por exemplo, absorve todas as pequenas ondulações e vibra muito pouco. O trem traseiro é suave ou dá baques bem discretos.
O novo V6 pesa muito menos do que a antigo 3.2 com seis em linha anteriores e isso se reflete no controle da frente em velocidades de estrada. A direção elétrica é um pouco anestesiada, mas se justifica porque o objetivo dessa versão é o conforto. Já o pedal do freio é um esponjoso. A caixa parece esticar muito a primeira marcha, de onde costuma ir direto até terceira e a partir daí é quase um CVT, já que troca de marcha de forma quase imperceptível a cada 200 rpm aproximadamente.
Na estrada, a décima relação permite viajar a 120 km/h abaixio de 1.900 rpm. A cabine é bem insonorizada e a Ranger é muito bem plantada na pista. Em curvas, não resiste muito às rolagens laterais – sensação certamente agravada pelas rodas 255/55 R20, cujo desenho é um daqueles para uso misto asfalto/terra/areia. Em comparação com o antigo 3.2, o consumo é melhor em 0,5 km/l na cidade e 0,8 km/l na estrada (respectivamente, 9,1 e 10,4 km/l de diesel). Não parece muito, mas deve-se considerar que esta Ranger é maior e mais rápida – faz o zero a 100 km/h em 9,2 segundos, contra 11,6 da antiga.


AVALIAÇÃO DA FORD RANGER LIMITED V6 
Hernando Calaza autocosmos.com / Argentina | exclusivo no Brasil para Auto Press


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