14/08/2023 às 18h25min - Atualizada em 15/08/2023 às 00h01min

A magnífica floração da manacá: um espetáculo da natureza 

*Nicole Geraldine de Paula Marques Witt 

Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

Muito tem se falado da floração da cerejeira do Japão (Prunus serrulata), espécie que nos presenteia com as suas lindas flores no inverno. Mas quem anda pela região sul e sudeste, deve ter se deparado com pequenas arvoretas ou até mesmo arbustos floridos. Estamos falando da também asiática azaleia (Rhododendron simsii) e da variedade anã da espécie nativa Tibouchina mutabilis, também conhecida como manacá-da-serra ou simplesmente manacá.  

Originária do Brasil, mais precisamente da Serra do Mar, na Mata Atlântica, essa espécie se destaca por sua bela floração e pelas diversas nuances de cores que exibe durante seu ciclo de vida. Enquanto a variedade selvagem é uma espécie arbórea que pode alcançar até 7-12 metros de altura, com folhas verdes e brilhantes que embelezam a paisagem o ano todo e com a floração ocorrendo na primavera e verão, a variedade anã alcança entre 2-3 metros e floresce no inverno, podendo florir já com poucos centímetros de altura (menos de 50cm). E é na época de floração que essa espécie se torna verdadeiramente deslumbrante, passando por uma incrível transformação de cores.  

Durante a floração, é possível observar flores nas cores brancas, rosas e lilases, todas em uma mesma planta. O que torna esse fenômeno ainda mais fascinante é a mudança que ocorre nas cores das flores ao longo do tempo. Com a abertura do botão floral, elas são brancas, evoluindo para tons de rosa e, finalmente, exibindo um tom vibrante de lilás na senescência. Esse espetáculo cromático é de tirar o fôlego e atrai admiradores da natureza de todas as idades.  

Além de sua beleza estonteante, a manacá desempenha um papel significativo no meio ambiente. Como uma espécie nativa da Mata Atlântica, ela contribui para a preservação e manutenção do ecossistema local, fornecendo abrigo e alimento para diversas espécies de animais, como pássaros e insetos. Ademais, devido as suas raízes não serem agressivas e ao tipo de crescimento, tanto a variedade nativa, quanto a anã são de interesse para a ornamentação de espaços urbanos e podem ser utilizadas em projetos de recuperação de áreas degradadas.  

Contudo, apesar de toda a sua beleza e importância ecológica, a Tibouchina mutabilis enfrenta desafios. A destruição do habitat natural tem ameaçado a sobrevivência dessa espécie e de muitas outras plantas nativas. É fundamental que medidas de conservação e preservação sejam adotadas para garantir a continuidade desse espetáculo natural, para as gerações futuras.  

Além disso, cabe a cada um de nós apreciar e proteger essa riqueza natural. Plantar uma espécie manacá em nosso jardim ou em espaços públicos é uma forma de contribuir para a manutenção da biodiversidade e, ao mesmo tempo, desfrutar da magnífica floração que essa árvore oferece.  

Em suma, a Tibouchina mutabilis é uma verdadeira joia da natureza, um espetáculo cromático que encanta e inspira. Sua floração exuberante nos lembra da importância de se preservar o meio ambiente e a beleza que ele nos proporciona. Vamos celebrar e proteger essa espécie, para que ela continue a brindar nossos olhos e corações com seu esplendor por muitos e muitos anos.   

*Nicole Geraldine de Paula Marques Witt é Bióloga e Mestra em Agronomia. Professora da Área de Geociências – UNINTER 


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