04/08/2023 às 14h20min - Atualizada em 05/08/2023 às 00h01min

Etapa brasileira de surfe movimenta mais de R$97 milhões

Estudo feito pela EY indica que a competição da WSL, em Saquarema, também gerou um impacto de R$18 milhões sobre o rendimento das famílias locais além de mais de 500 empregos gerados

Sthephanie Thomazini Nunes
Agosto de 2023 - Superando as expectativas pré-torneio, o relatório da EY de Impacto Econômico Vivo Rio Pro, apontou que a etapa de Saquarema, única do Circuito Mundial de Surfe da WSL (World Surf League) na América do Sul, movimentou mais de R$97 milhões e gerou um impacto de R$35 milhões sob o PIB do município, valor superior ao PIB de aproximadamente 106 municípios brasileiros em 2020. No que tange ao Estado, o valor do impacto no PIB foi de R$114 milhões - montante superior ao PIB de 30% dos municípios brasileiros, segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“No ano passado, a edição de 2022 movimentou R$73 milhões e a expectativa para esse ano era de R$80 milhões. Com isso, o estudo reforçou que, mais do que uma importante competição esportiva, a etapa de Saquarema da WSL traz inúmeros benefícios econômicos e sociais para a cidade e região”, Pedro Daniel, Diretor Executivo e líder da Área de Esportes, Mídia e Entretenimento da EY na América Latina. O relatório também mostrou que o evento gerou um impacto de R$18 milhões sobre o rendimento das famílias e foram mais de 500 empregos gerados. “Trata-se de um material que é ferramenta importante não apenas para a Prefeitura, mas para todos os outros atores que atuam nessa cadeia. E que ainda reforça os principais fatores que norteiam um evento deste porte e os impactos e benefícios significativos tanto para Saquarema e o estado do Rio de Janeiro, quanto para o mercado esportivo e de entretenimento no geral”, completa.

Existem três categorias de impactos: direto, indireto e induzido. “Os diretos são originados a partir dos desembolsos diretos gerados pelo evento que incorpora tanto os gastos para a simples montagem da estrutura e toda a operação da etapa, receitas geradas pelo evento e pelo consumo dos espectadores. O indireto é atividade econômica movimentada pelas cadeias de suprimento dos setores mobilizados pela WSL e pelos visitantes. Já o induzido trata-se da economia que vai se movimentando com salários e remunerações pagos aos trabalhadores envolvidos, que consomem bens e serviços”, explica o executivo da EY.

O turismo também é outro setor positivamente afetado pelo surfe na região. Durante a competição, Saquarema teve 100% de ocupação da rede hoteleira e R$43 milhões foram gastos pelos turistas. “O impacto econômico se reflete principalmente em Saquarema, mas a atividade econômica apoiada pela Liga também se distribui pela região dos Lagos e pelo Estado do Rio de Janeiro, devido à localização geográfica em expansão”, afirma Daniel.  “Dos turistas hospedados em Saquarema, 23% visitaram a cidade pela primeira vez, 77% já visitaram em outras oportunidades e 41% acompanham a etapa do mundial anualmente. A grande maioria dos entrevistados respondeu que voltariam para Saquarema após a experiência do Vivo Rio Pro representando 99%”, reforça.

"Estes números comprovam que o Vivo Rio Pro 2023 marcou um novo momento para os eventos esportivos no país. Conseguimos criar atrativos diariamente que misturaram esporte e entretenimento, com o apoio de todos os parceiros e de diversas ativações feitas para os fãs de surfe. Os impactos econômicos, sociais e ambientais evidenciam a sensação de dever cumprido", afirma Ivan Martinho, Presidente da WSL na América Latina.

Agenda ESG presente em Saquarema
Em nove dias, foram 740 ondas avaliadas pelos juízes e 90 horas de evento. Além dos aspectos econômicos, o circuito de Saquarema também reforçou o compromisso com a agenda ESG e a sustentabilidade. "A WSL, alinhada a seus valores, ações de sustentabilidade e filosofia, garantiu que o evento fosse construído em Saquarema sem prejudicar o ecossistema. Nosso trabalho tem como foco solidificar um legado ambiental durante a temporada, realizando ações que deixem heranças positivas para a população local", complementa Martinho. Ao todo, foram coletadas mais de 1,2 tonelada de lixo e 7 toneladas de carbono para neutralização. “Trazer os impactos da agenda ESG também é uma preocupação durante toda a produção do relatório, pela relevância do debate e dessa temática para o nosso cliente e a sociedade local de Saquarema”, ressalta Daniel.

O consumo de água e a limpeza também foram preocupações da Liga e da organização do evento. Foram cerca de 8.589 litros de água servidos durante o evento. Com a distribuição de água em copos reutilizáveis e recicláveis em bebedouros espalhados pela estrutura do evento, a etapa de Saquarema poupou 17.178,99 garrafas plásticas e 343,58k kg de lixo, além de realizar a economia de 51.536,97 litros de água e 1.717,90 kg de CO2.

Por fim, uma microcoleta foi realizada durante os dias do evento. Todo material de “abraçadeiras plásticas” coletado nas areias vai se transformar em 100 kits de quilha de prancha. Serão cerca de 300 quilhas produzidas que serão doadas para instituições de surfe.
 
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